Eu, por exemplo, já entrei com mandado de segurança e aconselhei outros 9 amigos que se encontram na mesma situação a fazerem o mesmo. A lei diz que o retorno do pedido deve ocorrer em 45 dias, mas o próprio governo não a cumpre.
O GOVERNO LIBERA FGTS, MAS AS APOSENTADORIAS REPRESENTAM MAIS
Para aquecer a economia, há poucos dias o governo liberou saque de R$ 500,00 do FGTS, o que resultará em cerca de R$ 30 bilhões. Há hoje quase 1 milhão e meio de aposentados aguardando análise de seus processos. Numa conta pessimista e rápida, se cada processo representar 1 (um) salário mínimo, estaremos falando de R$ 1,5 bilhão por mês, sem contar os empréstimos consignados que poderão gerar, ou seja, um número muito mais significativo para aquecer o mercado do que esses míseros R$ 500,00 liberados do FGTS. Além do mais representa um valor MENSAL, ou seja, em alguns meses ultrapassaria com folga esses R$ 30 bilhões do FGTS e seguiria em frente.
Em resumo, você trabalha a vida inteira e quando chega a hora de se aposentar, tem que brigar para receber um direito que deveria ser líquido e certo. Como você não é político, figurão ou funcionário público tem que se sujeitar à boa vontade do INSS, entrar na justiça e enfrentar essa TOTAL desorganização do sistema.
Mas não se preocupe... seus parentes poderão receber sua aposentadoria depois que você morrer.
(AGORA - FSP)
A espera por uma resposta em um pedido de aposentadoria ou pensão pode chegar a seis meses. Se no passado, o antigo INPS, era identificado por longas filas em frente aos postos, o atual INSS tem uma longa fila de espera virtual.
A ineficiência, além de remontar a tempos pré-digitalização, também tem um custo alto - os valores retroativos de todo benefício concedido após 45 dias são pagos corrigidos pela inflação.
A demora também leva muita gente para a Justiça. Segundo o Ministério Público Federal no Distrito Federal, que foi à Justiça pedir que o INSS contrate servidores temporariamente, o custo de uma ação judicial é quatro vezes maior do que o de um requerimento administrativo.
Ação do MPF
As duas procuradoras que assinam a ação civil pública querem que o caso seja analisado antecipadamente (com concessão de liminar) devido à urgência da situação.A convocação temporária de trabalhadores deve atender pedidos de concessão parados há mais de 60 dias nas agências. Na ação, o MPF afirma que o INSS tem 19 mil cargos de técnico e analistas do segurado social vagos, e que ao menos 4.721 servidores já têm direito à aposentadoria.
Os procuradores afirmam que "apesar das medidas tecnológicas para facilitar o acesso" de segurados aos serviços prestados pelo instituto, "as investigações demonstraram que tais condutas não garantiram tempo razoável de análise dos processos", diz a ação.
Isso porque os sistemas facilitam os pedidos, mas as análises, concessões ou negações dependem de servidores." O pedido é assinado pelas procuradoras da república Eliana Pires Rocha e Anna Paula Coutinho.
Elas relatam que já se sabia do esvaziamento do quadro de funcionários pelo menos desde 2013 e apontam diversas ocasiões nas quais isso foi destacado, como notas técnicas elaboradas pelo próprio instituto e auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União).
Para as procuradoras, a falta de pessoal para atendimento e análise cria o risco de descontinuidade das atividades do órgão. Elas afirmam que "as investigações apontaram que o atendimento presencial vem sendo reduzido paulatinamente", dificultando o acesso à população mais vulnerável e que tem dificuldades de acessar a internet.
A ação destaca ainda o avanço na judicialização das questões previdenciárias. "Além de duplicar trabalho já realizado administrativamente, os gastos do processo judicial representam quatro vezes mais que o processo administrativo."