quinta-feira, 26 de setembro de 2019

O Procurador Geral passará; a Lava Jato, passarinho.



Poeminho do Contra
(Mario Quintana)

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!


O novo PGR diz que faltou cabeça branca (alguém maduro) para a Lava Jato e ao mesmo tempo que houve muito holofote. Experiente, mas ingênuo? Vaidade ou comentário indicativo de "acordão"? Sem holofotes e autonomia constitucional a Lava Jato não teria o apoio popular que teve e já teria naufragado.

Tanto Augusto Aras quanto outros que, direta ou indiretamente, criticam o protagonismo de Moro, Polícia Federal e procuradores do Ministério Público ainda não entenderam que eles não se auto elegeram heróis, mas sim o povo cansado de tanta bandidagem e desfaçatez das quadrilhas de colarinho branco. Essa postura popular é IRREVERSÍVEL. A corrupção não voltará a ser algo "aceitável" como foi no passado.

Se Aras tentar ser um novo Janot ou uma Raquel Dodge, verá que seu status de PGR não será suficiente para reverter esse modus operandi já consagrado, e que qualquer tentativa de mudança o deixará isolado em seu gabinete com seu status de Procurador Geral. Um "abafa" refletirá também na popularidade do presidente, como já está acontecendo. Esse protagonismo dos facilitadores da Lava Jato já foi tirado das mãos de Moro, Dallagnol e transferido para a população consciente. Tentar abafá-la seria como enfrentar alguém invisível, como tentar derrotar o inconsciente coletivo. Além disso, como os procuradores e a PF têm a denúncia de crimes como missão constitucional, fazer vista grossa para crimes de colarinho branco seria prevaricar.

Em resumo, enquanto houver democracia haverá Lava Jato e autonomia constitucional de seus integrantes. Nenhum presidente, nenhum Supremo Tribunal, nenhum Congresso, nenhuma Procuradoria Geral e nenhuma imprensa ativista conseguirá acabar com ela ou torná-la não prioritária.

Em seus aspectos positivos, a Lava Jato virou ideologia factível, coisa que nem Marx e Engels conseguiram.