Os chamados "operadores do direito" não vão gostar muito do que vou escrever, mas há uma frase de Nietzsche que define muito bem essa atividade, seja de juízes, ministros, procuradores, advogados e os demais: "Os leitores extraem dos livros, consoante o seu caráter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores, uma retira o mel e a outra o veneno." Direito não é ciência exata. Se assim fosse todas as decisões nos tribunais seriam unânimes. Portanto, a decisão de um magistrado está ligada ao seu caráter. Consequentemente, quando um juiz tem na cabeça uma ideia fixa como Gilmar Mendes e outros já conhecidos, rebuscam, interpretam e sofismam em "juridiquês".
A decisão de Bretas poderá ser aceita ou contestada, mas no sentimento daqueles que desejam um país melhor, não só Temer como outros já deveriam estar presos e respondendo pelos seus crimes. O direito nasceu do sentimento de justiça do homem, portanto, veio depois dele numa tentativa de realizá-la por meio de leis. Quando esse sentimento humano está isento de ódio e vingança (justiçamento) ou de interesses (partidários, ideológicos ou pessoais), acredito muito mais nele, mesmo de um leigo em direito, do que em mil argumentos forjados a partir de convicções.
O que poucos entendem é que não estamos falando apenas de roubos e desvios como aqueles dos bancos que o seguro cobre, mas de assassinatos de idosos, crianças e inocentes nas filas do SUS, nos corredores dos hospitais e nas ruas por falta de investimentos em saúde e segurança. Como essas mortes são silenciosas e estão distantes da mídia cotidiana, são banalizadas e tidas como obras do destino. Para mim, quem rouba dinheiro público é o pior dos bandidos, autor e praticante de crimes contra a humanidade.
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