domingo, 31 de março de 2019

OS MEUS MORTOS; OS SEUS MORTOS

Discutir 64 é reduzir as guerras ideológicas a apenas um evento, como se as atrocidades das ideologias na história do mundo pudessem ser resumidas num exemplo, seja ele em que a esquerda ou a direita radical, o nazismo ou o fascismo venceram ou perderam.

Todos discutem e reagem a favor de "seus mortos", mas ninguém discute sobre "seres humanos mortos". É o inverso intrínseco ao pensamento de Fernando Pessoa:

Tudo vale a pena se a alma [não] é pequena?

"Nenhum homem é uma ilha isolada; cada um é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti." (John Donne)

Evoluímos? Mortes e torturas valeram alguma coisa? Valeram para os que ganharam. Valeram para que os que perderam pudessem ganhar depois.

"Agradeço não ser uma das rodas do poder, mas sim uma das criaturas que são esmagadas por elas." (Rabindranath Tagore)

A Roda do Samsara.

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