sexta-feira, 17 de maio de 2019

FALANDO (MAIS) UM POUCO SOBRE "EDUCASSÃO"

Não é necessário ter mestrado ou doutorado para dizer que a educação brasileira vem de mal a pior há décadas, e que não serão os tamanhos das verbas destinadas no Orçamento da União ou nos estados e municípios que definirão a virada dessa vergonha mundial.

Vamos aos números. Temos 8 milhões de estudantes matriculados em 33 mil cursos de graduação de 2.364 instituições públicas e particulares, de acordo com o Censo da Educação Superior. No ensino fundamental são 50 milhões matriculados.

O Brasil está em 59º na classificação do PISA em 70 países, dez últimos do ranking. Em ciências 63º, 65º em matemática e em leitura 59º. Foram avaliadas 841 escolas brasileiras e 23.141 alunos. Estamos anos luz dos modelos da China, Finlândia e Cingapura. Tudo bem... não precisávamos estar no mesmo nível desses países para mudarmos os destinos da nação, mas não também nessa humilhante posição.

Nosso ensino superior tem boas verbas e professores bem pagos (não confundir com o que merecem receber). Per capita (por alunos), essas verbas seriam mais do que suficientes para as melhores universidades do mundo, mas aqui todas querem mais e mais para poderem melhorar a qualidade em termos de ensino e pesquisa. E a produtividade ou custo/benefício? (ver quadro abaixo que "roubartilhei" do amigo Lucas Echimenco)

Li hoje, por exemplo, que USP, Unicamp e Unesp, a pedido do Ministério Público, têm 10 dias para explicar alguns super-salários, ou seja, acima do teto de R$ 23 mil, causando prejuízos ao erário. As três universidades tiveram juntas prejuízo de R$ 62 milhões com o pagamento de salários acima do teto.

As perguntas são simples e diretas: a) Por que vemos estudantes e professores pedindo mais dinheiro e não mais qualidade no ensino? b) Por que não cobram as coisas com mais profundidade e menos superficialidade? Com menos palavras de ordem e com cartazes mais inteligentes? Analfabetismo racional ou funcional?

Estou falando sobre DÉCADAS de dinheiro mal empregado e não de contingenciamentos ou cortes. As classificações do PISA são resultado de gerações inteiras mal educadas e de dinheiro público mal empregado.

Por fim, não se trata de uma simples opinião, mas de conclusões objetivas e racionais, fundamentadas em números claros e alarmantes. Podem discordar, pois, estou sempre aberto ao contraditório.

Mas que seja de forma objetiva e também com números. Estou cansado de gente gritando chavões e palavras de ordem nos meus ouvidos.



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