quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

UM DIA, QUEM SABE, ISSO DEIXARÁ DE SER "NORMAL"

Para os que acham "normal" um senador, deputado ou vereador ficar com parte do salário de seus contratados, prática quase institucionalizada no país, vamos fazer uma continha rápida, só no Congresso.

O Congresso tem 594 parlamentares (81 senadores e 513 deputados). Cada um tem direito a R$ 78 mil por mês para despesas com salários de assessores, ou seja, R$ 550 milhões por ano. Notem que estou me referindo apenas a salários, já que a verba total de gabinete de cada parlamentar é de cerca de R$ 180 mil por mês.

Vamos supor que apenas 50% dos contratados (cálculo otimista) devolva 40% de seu salário para o parlamentar contratante (R$ 225 milhões x 40%), estamos falando de R$ 90 milhões por ano (quase dois hospitais novos de 200 leitos), seja em benefício dos partidos ou dos próprios parlamentares.

Agora estenda algo semelhante em termos proporcionais para 27 assembleias legislativas estaduais e mais de 5 mil câmaras municipais do Brasil. E veja que estou excluindo o executivo e nem considerando as verbas totais de gabinetes, muito menos falando de corrupção por meio de favorecimentos com projetos de lei que são "comprados" pelos interessados. Falo de verba CONSTITUCIONAL.

Você que considera essa prática um "pequeno delito" quando envolve seus heróis políticos; que considera dinheiro público algo trazido de algum outro planeta por um ET, pode achar isso "normal".

Eu não acho.

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