O Brasil está doente, muito doente e só não enxerga quem não quer. A podridão é generalizada, a proteção aos maus costumes e a impunidade foram institucionalizadas. Não adianta arrumar desculpas para suavizar nossas frustrações e mantermos a ilusão de que o país sairá da lama num passe de mágica, que se reerguerá sem grandes traumas e sem deixar cicatrizes. Não se trata de pessimismo, mas sim da mais pura realidade. O otimismo a gente reserva para a esperança de sair desse caos da forma menos traumática possível.
Hábitos perniciosos do legislativo como contratar assessores com a condição de devolverem parte de seus salários e de favorecerem grupos criando leis específicas mediante contrapartidas; do executivo nomeando para devolver favores em detrimento da competência técnica; da imprensa militante e interesseira que esconde fatos e denuncia com meias verdades; de um Supremo que judicializa a política e que protege alguns sofismando em jurisdiquês; de órgãos controladores como o COAF que sofrem de miopia para enxergar certos casos e de hipermetropia para outros; dos bancos que sempre ganham e nunca perdem... enfim, o Brasil é uma democracia em que a única liberdade que o povo tem é a de escolher seus próprios carrascos.
E o fanatismo das militâncias complica ainda mais essa situação de penúria. Para os fanáticos, o salvador é mais importante que a salvação e a ideologia mais importante que os estragos que ela provoca em sua implantação. A esquerda que perguntava "e o Aécio?" foi substituída pela direita que grita "e o Lulinha?". Nenhum deles pergunta "e a corrupção?". O meu bandido é bem intencionado e menos bandido que o bandido deles. Seu método de tortura é "mais humano".
Vejo alguns amigos divididos entre a vaidade de não voltar atrás e a coerência dos argumentos que justificaram suas escolhas. A força dessa vaidade é tão grande que subestimam a inteligência daqueles que concordavam com eles e que hoje não concordam mais.
E quando me perguntam se este país tem JEITO, embora eu seja agnóstico respondo citando a Bíblia porque está na moda: sim, o país tem JEITO... um jeito todo especial para medir e pesar usando dois pesos e duas medidas, contrariando Deuteronômio em 25:13-16:
"Não carregueis convosco dois pesos, um pesado e o outro leve, nem tenhais à mão duas medidas, uma longa e uma curta. Usai apenas um peso, um peso honesto e franco, e uma medida, uma medida honesta e franca, para que vivais longamente na terra que Deus vosso Senhor vos deu. Pesos desonestos e medidas desonestas são uma abominação para Deus vosso Senhor".
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