sexta-feira, 29 de abril de 2011

Súditos, plebeus e vassalos do século XXI

Algumas pessoas ficam bravas comigo quando desmancho a fantasia do casamento do príncipe William e da plebéia Kate Middleton. É que para mim, mesmo achando tudo muito bonito, é um filme de ficção como qualquer outro de final feliz, pois, a realidade do mundo tem um enredo bem menos fantasioso. E quando falo em realidade, não me refiro só ao negativo da miséria e da desigualdade social, mas à mais pura e simples realidade da vida. Nossas melhores reflexões são as que praticamos quando nos "desplugamos" do inconsciente coletivo e nos conectamos ao livre pensar, alheios às emoções e comoções induzidas, principalmente as promovidas pela imprensa.

E qual é essa realidade da vida?

A realidade de que vivemos para nós mesmos e para o mundo, e não para um país e suas tradições. Uma realidade que precisa do nosso trabalho, da nossa compaixão e do nosso sentimento de justiça para com todos. Uma justiça que, para ser fraterna e humana, exigiria que o buquê de flores da princesa Kate em homenagem as vítimas da guerra, não homenageasse apenas os "mortos deles", mas todos aqueles que deram suas vidas por causas emprestadas e que lhes foram impostas sob a máscara do patriotismo. Contaminados pelo sarampo nacionalista - doença infantil como Einsten qualificava esse sentimento - lutaram para enriquecer os senhores feudais e a realeza.

Essa desigualdade de quinhentos milhões da família real britânica foi construída às custas de muitas mortes, da exploração de suas ex-colônias e de seus súditos. Tudo bem, foi num passado em que todos os povos eram  assim, mas por que cultuar e manter as tradições oligárquicas desse triste e atrasado período da história?

Súditos? Plebeus? Oras... essas palavras ofendem qualquer ser humano que tenha o mínimo de auto-estima, pelos seus próprios significados:
Súdito: adj (lat subditu) 1 Que está sujeito à jurisdição ou às ordens de um superior (autoridade eclesiástica, príncipe, soberano de um Estado etc.). 2 Que está dependente da vontade de outrem; sujeito; submetido. 
Plebeu: adj (lat plebeiu) 1 Pertencente ou relativo à plebe. 2 Que não faz parte da nobreza. 3 Destituído de distinção; ordinário, vulgar. sm Indivíduo da plebe. Fem: plebéia.
Você se classificaria racionalmente nessas duas classes de seres inumanos? Aceitaria ser um "submetido" (submisso) e um "ordinário" conforme os significados "reais" dessas palavras? Oras... às favas essas tradições num mundo já (quase) convencido de que todos somos merecedores de dignidade e dos mesmos direitos! Que espécie de tradição estúpida é essa que mantém viva na memória a oligarquia dos tempos do barbarismo e das injustiças? Reparem que esses dois termos (súditos e plebeus) são utilizados apenas pela família real e por nós, "os outros" de outras nações quando nos referimos ao "resto" do povo britânico.

Então, não fiquem chateados comigo quando desprezo toda essa pompa hipócrita. Não se trata de discurso comunista, iluminista ou socialista, mas sim, humanista. O ser humano não pode ser classificado e muito menos subjugado por sua condição sócio-econômica, sua árvore genealógica ou traços de hereditariedade. Quando aceitamos essas diferenças, estamos aceitando papéis secundários e utilizando mal a nossa empatia, colocando-nos no lugar de pessoas que nunca chegaremos a ser, apenas para podermos sonhar um sonho impossível e fomentar o sentimento de extrema desigualdade que a tradição e o interesse de poucos nos impõem. Oitenta milhões de dólares numa cerimônia paga com impostos de seus vassalos. Bem que poderiam passar a lua de mel em Serra Leoa, antiga colônia britânica e que, hoje, é o país mais pobre do mundo. Seria um "belo" contraste.

Que o príncipe e a princesa sejam felizes... afinal, são frutos dessa tradição que ainda resistirá por algum tempo, até que um herdeiro do trono se humanize ou a própria plebe britânica se revolte. Vale também para os regimes presidencialistas com reis, rainhas e câmaras de lordes tupiniquins.

O importante no mundo de hoje é que TODOS de sangue vermelho tenham o direito de viver felizes para sempre!






segunda-feira, 25 de abril de 2011

Os ladrões enrustidos e os otários assumidos

Nem tudo está perdido. Podemos notar que ainda existem pessoas que se sensibilizam com cenas que mostram os extremos da desigualdade social no Brasil e no mundo. Não vou aqui explorar emoções de ninguém descrevendo fatos específicos sobre saúde e segurança públicas, pois, o humanismo consciente não precisa de choques emocionais para perceber injustiças. Já basta a imprensa sensacionalista fazendo este papel de arauto da desgraça humana.

Mas e na política? Ainda existem seres humanizados?

Da mesma forma como um certo louco nazista se emocionava com a "Cavalgada das Valquírias" de Wagner e apreciava as artes, guardadas as devidas proporções, já vimos também alguns políticos subindo à tribuna fazendo discursos emocionados contra as injustiças sociais e, mais adiante, participando de falcatruas e se envolvendo em roubos do erário. Como será que funciona a emoção desses políticos e a dos eleitores que os defendem fanaticamente, mesmo após verem flagrantes em fotos, gravações e vídeos comprovando atos ilícitos?

No caso de Adolf Hitler, ele era um psicótico, possuia grande astúcia estratégica e poder de arguição, mas será que todos os políticos e eleitores que se alternam nesse dualismo de emoções e insensibilidades são psicóticos? Quantos hitlers potenciais será que existem no Brasil?

Vamos supor que existam três facções político-criminosas que classifiquem esses insensíveis ladrões. Uma dos que privilegiam o enriquecimento pessoal, outra, a dos que roubam para causas ideológicas (partidárias) e uma terceira que acolhe os que fazem as duas coisas.

A da riqueza pessoal é a facção mais sórdida porque seus integrantes não podem nem ser chamados de Robin Hoods. Aliás, são Robins às avessas porque roubam do que iria para os pobres (saúde, merenda escolar, previdência etc) para enriquecer eles mesmos.

A da riqueza ideológica é a facção dos que roubam para enriquecer o partido com a desculpa esfarrapada e anti-democrática de que precisam permanecer no poder porque só eles são capazes de promover a justiça social.

Os políticos que fazem parte das duas, além de ladrões são fracos e covardes, pois, precisam dar desculpas para si próprios e se convencerem de que são inocentes porque roubam para o partido que está beneficiando o povo. Mas como ninguém é eterno na política, cobram uma "taxinha" de risco para garantir sua aposentadoria.

E os eleitores que presenciam esses roubos e, mesmo assim, continuam firmes defendendo seus políticos e partidos?

Bem... esses fazem parte de uma quarta facção. A facção dos burros-coniventes porque não ganham porcaria nenhuma dessa grana roubada, pertencem ao time dos roubados em seus impostos e ainda saem por aí defendendo esses ladrões, arrebanhando adeptos, sorrindo e gritando com bandeiras nas mãos.

São os otários-úteis, conquistados e ridicularizados discretamente no meio podre dessas três facções políticas!



sábado, 23 de abril de 2011

Não estás deprimido, estás distraído - Facundo Cabral

Não estás deprimido, estás distraído em relação à vida que te preenche,

Distraído em relação à vida que te rodeia: golfinhos, bosques, mares, montanhas e rios.

Não caias como caiu teu irmão que sofre por um único ser humano, quando existem cinco bilhões e seiscentos milhões no mundo. Além de tudo, não é assim tão ruim viver só. Eu fico bem decidindo a cada instante o que desejo fazer e graças à solidão conheço-me... o que é fundamental para viver.


Não faças o que fez teu pai, que se sente velho porque tem setenta anos e esquece que Moisés comandou o Êxodo aos oitenta e Rubinstein interpretava Chopin com maestria sem igual aos noventa para falar somente dois casos conhecidos.

Não estás deprimido, estás distraído. Por isto acreditas que perdeste algo. O que é impossível porque tudo te foi dado. Não fizeste um só cabelo da tua cabeça, portanto não és dono de coisa alguma.

Além disso, a vida não te tira coisas: liberta-te das coisas. Alivia-te para que possas voar mais alto, para que alcances a plenitude. Do útero ao túmulo vivemos numa escola, por isso o que chamas de problemas são lições. Não perdeste coisa alguma, aquele que morre está apenas adiantado em relação à nós, porque todos vamos na mesma direção, e não esqueças, que o melhor dele, o amor, continua em teu coração.

Não existe a morte... Apenas a mudança.

E do outro lado te esperam pessoas maravilhosas: Gandhi, o Arcanjo Miguel,
Whitman, Santo Agostinho, Madre Teresa, teu avô e minha mãe, que acreditava que a pobreza está mais próxima do amor, porque o dinheiro nos distrai com coisas demais, e nos machuca, porque nos torna desconfiados.

Faz apenas o que amas e serás feliz. Aquele que faz o que ama, está benditamente condenado ao sucesso, que chegará quando for a hora, porque o que deve ser, será, e chegará de forma natural.

Não faças coisa alguma por obrigação ou por compromisso, apenas por amor.

Então terás plenitude, e nessa plenitude tudo é possível sem esforço, porque és movido pela força natural da vida, a mesma que me ergueu quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha; a mesma que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.

Deus tornou-te responsável por um ser humano, que és tu.

Deves trazer felicidade e liberdade para ti mesmo.

E só então poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros.

Lembra-te : "Amarás ao próximo como a ti mesmo". Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que vês, é uma obra de Deus, e decide neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição

Aliás, a felicidade não é um direito, mas um dever; porque se não fores feliz, estarás levando amargura para todos os teus vizinhos.

Um único homem que não possuiu talento e valor para viver, mandou matar seis milhões de judeus, seus irmãos.

Existem tantas coisas para experimentar, e a nossa passagem pela terra é tão curta, que sofrer é uma perda de tempo.

Podemos experimentar a neve no inverno e as flores na primavera, o chocolate de Perusa, a baguette francesa, os tacos mexicanos, o vinho chileno, os mares e os rios, o futebol dos brasileiros, As Mil e Uma Noites, a Divina Comédia, Quixote, Pedro Páramo, os boleros de Manzanero e as poesias de Whitman; a música de Mahler, Mozart, Chopin, Beethoven; as pinturas de Caravaggio, Rembrandt, Velázquez, Picasso e Tamayo, entre tantas maravilhas como abraçar quem amamos e simplesmente sorrir!

E se estás com câncer ou AIDS, podem acontecer duas coisas, e ambas são positivas:

se a doença ganha, te liberta do corpo que é cheio de processos (tenho fome, tenho frio, tenho sono, tenho vontades, tenho razão, tenho dúvidas)... Se tu vences, serás mais humilde, mais agradecido...

... portanto, facilmente feliz, livre do enorme peso da culpa, da responsabilidade e da vaidade, disposto a viver cada instante profundamente, como deve ser.

Não estás deprimido, estás desocupado.

Ajuda a criança que precisa de ti, ajuda os velhos e os jovens te ajudarão quando for tua vez.

Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é gostar da natureza e cuidar dela para aqueles que virão.

Dá sem medida, e receberás sem medida.

Ama até que te tornes o ser amado; mais ainda converte-te no próprio Amor.

E não te deixes enganar por alguns homicidas e suicidas.

O bem é maioria, mas não se percebe porque é silencioso.

Uma bomba faz mais barulho que uma caricia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias que alimentam a vida.

Vale a pena, não é mesmo?

Se Deus possuisse uma geladeira, teria a tua foto grudada nela. Se ele possuisse uma carteira, tua foto estaria nela. Ele te envia flores a cada primavera. Ele te envia um amanhecer a cada manhã. Cada vez que desejas falar, Ele te escuta. Ele poderia viver em qualquer ponto do Universo, mas escolheu o teu coração. Encara, amigo, Ele está louco por ti!

Deus não te prometeu dias sem dor, riso sem tristeza, sol sem chuva, porém Ele prometeu força para cada dia, consolo para as lágrimas, e luz para o caminho.

Facundo Cabral



Facundo Cabral é um cantor Argentino, nascido em 22 de maio de 1937 na cidade de Balcarce, província de Buenos Aires, Argentina. Cabral teve uma infância dura e desprotegida, tornando-se um marginal, a ponto de ser internado em um reformatório. Em pouco tempo conseguiu escapar e, segundo conta, encontrou Deus nas palavras de Simeão, um velho vagabundo. Influenciado, no lado espiritual, por Jesus, Gandhi e Madre Teresa de Calcutá, na literatura por Borges e Walt Whitman, sua vida toma um rumo espiritual de observação constante em tudo o que acontece em seu redor, não se conformando com o que vê. Em reconhecimento do seu constante apelo à paz e amor, em 1996, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) o declarou "Mensageiro Mundial da Paz”.



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Lições

Estamos próximos da aprovação da lei de acesso à informação, proposta pelo senador Walter Pinheiro. Todos têm o direito de conhecer a verdade dos fatos que marcaram esse período negro da história brasileira.

A vitória veio e não foi concedida, mas conquistada. Quantas histórias tristes fizeram a humanidade ser o que é, mesmo as que não envolveram diretamente nossos ancestrais mais próximos. Temos exemplos reais no mundo de hoje do quanto a intolerância fez e faz sofrer inocentes. Inocentes estes que já teriam começado a escrever uma nova história se o desejo de vingança não fosse alimentado em seus corações, desde pequenos e a todo instante. O instinto de sobrevivência gera reações movidas pelo ódio e pela mágoa, porém são sentimentos domáveis pela razão e não se configuram como influenciáveis por fatores genéticos. As maiores influências estão nos sentimentos transmitidos de pais para filhos como exemplos de injustiças a serem vingadas. Não seria a felicidade a maior das "vinganças" e o fruto da verdadeira justiça?

Que os corações sofridos não desenterrem mágoas e desejos de vingança. Até mesmo como uma homenagem aos que se foram, independentemente do lado em que tombaram no campo de batalha. A história não serve para nada além da reflexão consciente para evitar repetições, nas quais se incluem as marcas geradas pela ação do ódio. "O mundo está farto de ódio", disse uma vez Mahatma Gandhi.

Fiquemos com a reflexão consciente de Victor Hugo em "Os Miseráveis":

"Estudemos as coisas que já não existem. É necessário conhecê-las, ainda que não seja senão para as evitar. As contrafacções do passado tomam nomes falsos e gostam de chamar-se o futuro. Esta alma do outro mundo, o passado, é atreita a falsificar o seu passaporte. Precatemo-nos contra o laço, desconfiemos dela. O passado tem um rosto, que é a superstição, e uma máscara, que é a hipocrisia. Denunciemos-lhe o rosto e arranquemos-lhe a máscara."

Lembremo-nos da história, mas de TODA a história da humanidade. Uma fração não pode superar um inteiro.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Enquete - Segurança - Vote e acompanhe resultados





QUAIS OS MAIORES CULPADOS PELA FALTA DE SEGURANÇA NO BRASIL?
(escolha uma ou mais das opções abaixo )


Governo Federal
Governo Estadual
Prefeitura
Falta de interesse do legislativo (vereadores, deputados e senadores)
Lei que permite compra de armas
Falta de leis ou leis muito brandas (penas)
Contrabando de armas
Baixos salários da polícia (civil e militar)
Delegacias lentas (insuficientes, B.O.s, investigação)
Falta de policiamento
Falta de cadeias (prisão preventiva - delegacias)
Falta de presídios (cumprimento de penas)
Justiça lenta (processos)
Justiça branda (penas)
Banalização da violência na imprensa
Falta de cobrança do povo







sábado, 16 de abril de 2011

A frieza, a insensatez e a maldade política

Todos que me acompanham há dois anos, tanto no Twitter quanto no blog Pura Reflexão, sabem que eu sempre me manifestei a favor da liberdade de imprensa. Tenho conceitos bem objetivos em relação à programação dos veículos de comunicação e entendo que ela envolve cultura, jornalismo, utilidade pública e propaganda como principais conteúdos. A proporção entre esse conteúdos varia conforme o veículo e os interesses. Não existem santinhos nessa história, assim como não existem santinhos em qualquer atividade que envolva dinheiro e poder. Todos querem garantir a sua parte e tanto a palavra "ética" quanto ao termo "bom senso" não possuem definições padronizadas, aceitas pela maioria da sociedade.

Em resumo, considerando a subjetividade de todas as variáveis que definem a ética, cabe a nós separar o joio do trigo, definindo os positivos e negativos de cada fato, isoladamente e sem preconceitos. É muito comum a sociedade rotular veículos de comunicação da mesma forma como faz com políticos, empresários e até com pessoas do seu próprio convívio. Lógico... é mais fácil e rápido rotular para aceitar ou rejeitar sem ter que pensar e refletir, ou pior, para justificar manter-se dentro das suas verdades e do seu fanatismo inconsequente. A maneira mais fácil de perceber essa essa tendenciosidade é observarmos nossos comportamentos diante das notícias positivas sobre pessoas que nos agradam e das notícias negativas das que NÃO nos agradam. Acreditamos nas duas, sem questioná-las. Mas quando falam mal daqueles que queremos bem e bem dos que não gostamos ou vão contra os nossos interesses pessoais, pronto... ferrou tudo! Maldita imprensa caluniosa e parcial (só ela, né?)!

Eu mesmo estou cansado de escrever aqui e me manifestar no Twitter sobre a exploração gratuita da miséria humana pela imprensa. Chamo de exploração gratuita aquela que aponta os holofotes para a dor e não para o que ajudará a sociedade e o governo a resolverem o problema. Essa história de que a comoção pressiona as autoridades é o maior papo furado... desculpa esfarrapada do veículo quem coloca o dinheiro da audiência fácil acima da dignidade humana e da missão social da imprensa. Pressionar o governo para agir contra homicídios e tráfico de drogas é uma coisa, mas colocar mães desesperadas chorando em 90% do noticiário depois do ataque de um psicótico sem falar em segurança nas escolas e sem orientar o público a reconhecer desequilibrados patológicos, é exploração baixa e maldosa mesmo! Não tem desculpa. É "sadojornalismo" sórdido, irresponsável e ponto final!

Depois dessa longa, mas necessária introdução, vamos ao ponto central e nevrálgico do tema: A FRIEZA, A INSENSATEZ E A MALDADE POLÍTICA.

Embora a imprensa apresente essas características editoriais que variam de veículo para veículo, existe uma coisa que se chama FATO. Corrupção, assalto ao erário, descaso com a saúde, com a segurança, educação entre outros são FATOS... questionáveis ou não, não deixam de ser FATOS. E me prendo unicamente a FATOS para falar sobre as comemorações que assistimos antes-de-ontem após a vitória ESMAGADORA do governo na aprovação dos 20 bilhões do Tesouro para o BNDES financiar o Trem-Bala para São Paulo. Risos, tapinhas nas costas e confraternização entre os partidos de apoio ao governo e, pasmem, entre eles o PCdoB, mesmo diante de uma tentativa frustrada do senador Inácio Arruda de amenizar a incoerência ideológica de seu partido. É o paradoxo da social-burguesia-comuno-capitalista, bem similar à que acabou com o comunismo do Politburo oligárquico da União Soviética e derrubou o muro de Berlim, importada pelas chorosas viúvas brasileiras de Prestes.

Um dia depois (ontem), o Jornal Nacional mostrou o descaso e o caos do sistema público de saúde do estado de Alagoas (veja a matéria), coincidentemente no nordeste do senhor Inácio Arruda e de outros que aprovaram a verba bilionária para o trem bala de São Paulo. Guardando-se as devidas proporções em relação às forças governamentais de cada um dos estados brasileiros, se o "JN no Ar" tivesse jogado uma pedrinha no mapa do Brasil e escolhido fazer sua reportagem onde ela caísse, fosse em São Paulo, Rio, São Luís do Maranhão ou em qualquer outra cidade brasileira, a matéria seria chocante do mesmo jeito, variando apenas as nuances dramáticas e as quantidades das desgraças, mas não no pouco caso do governo com a saúde pública.

Não vou nem entrar nos detalhes das falhas e da viabilidade técnica do projeto do Trem-Bala brasileiro e dos outros que existem no mundo, pois, as fontes na internet sobre isso são inúmeras como o site brasilalemanhanews comentando sobre a avaliação negativa do próprio senado, antes de sua aprovação. Também não vou falar sobre o BNDES que virou banco comum, dando preferência para empréstimos bilionários a países e projetos especiais, restando para o empresário brasileiro apenas um mísero cartão de crédito e uma burocracia sem fim.

O problema não está no Trem-Bala em si, mas na reflexão sobre as seguintes perguntas:
  1. Quantos casos semelhantes ao Trem-Bala estão sendo aprovados pelo Congresso dentro dessa mesma (i)lógica política em detrimento da saúde, da previdência, da segurança e da educação? 
  2.  
  3. A MAIORIA ESMAGADORA do governo está esmagando o que mais, além das oposições (de fato e as do próprio governo) e nossas esperanças de um país mais justo e humano?
Como na frase do filósofo indiano Rabindranath Tagore: "Agradeço não ser uma das rodas do poder, mas sim uma das criaturas que são esmagadas por elas."

Parabéns à MAIORIA ESMAGADORA e aos líderes dos partidos de apoio ao governo. Essa fidelidade lhes dará agora  frutos viçosos e maduros às custas dessa podridão que hoje os aduba. Mas o tempo passa e com ele o poder. Noites mal dormidas ainda virão. Praga? Não... causa e efeito.
 
 

domingo, 10 de abril de 2011

Aumento da imunidade - Gripe

Com as mudanças bruscas de temperatura e umidade das estações, as gripes costumam atacar. Abaixo, alguns conselhos do Dr. Marcio Bontempo para aumentar as imunidade e reduzir drasticamente a possibilidade de ser atacado pelos vírus das gripes, inclusive a Influenza A - H1N1.

A história da gripe: Dr. Dráuzio Varella entrevista Dr. Esper Kallas, médico infectologista, que fala da convivência do homem com o vírus da gripe comum, o pânico causado pelo vírus H1N1, a primeira epidemia acompanhada em tempo real por todo o mundo. Assista em: Site do Dr. Dráuzio Varella


Press release: O médico Marcio Bontempo (CRM-DF 15458), especialista em Saúde Pública e naturopata, alerta como as pessoas adquirem a gripe suína (Influenza A – H1N1) e mostra como preveni-la através da alimentação, de produtos naturais e biológicos e dá outras dicas, além dos procedimentos de praxe.

Além das recomendações das autoridades sanitárias, como lavar as mãos com frequência, etc., existem providências que devem ser lembradas, ou conhecidas que, infelizmente, não fazem parte dos cuidados necessários, sendo que, muitos deles, são mais importantes do que as orientações oficiais.

Primeiramente, tanto profissionais de saúde quanto pessoas comuns, devem saber que é necessário atuar no sentido de se possuir um sistema imunológico bem forte. Percebo que absolutamente nada está se fazendo nessa direção, de uma forma que se espalha o terror de uma nova doença, mas não se tomam as providências necessárias para reforçar o mecanismo de defesa do organismo da população, permitindo assim que todos estejam expostos à virose em questão.

Por que as pessoas adquirem mesmo a gripe comum e o que fazer para fortalecer as defesas?
Para começar, é necessário saber O QUE ENFRAQUECE o nosso sistema imunológico, e isso não é divulgado (ou sabido?) pelas autoridades sanitárias.

Sabe-se, cientificamente, que todos os vírus se beneficiam e se desenvolvem mais facilmente em ambientes orgânicos mais ácidos e, obviamente, quando o sistema imunológico está enfraquecido. E o que faz com que nosso ambiente sanguíneo fique mais ácido e o que diminui a força das nossas defesas?

São os alimentos industrializados que tendem a criar e a manter um ambiente sanguíneo mais ácido.

Os principais são:
Açúcar branco – produz ácido carbônico em quantidade proporcional à quantidade ingerida, seja ele puro ou presente em doces, refrigerantes, bolos, tortas, guloseimas, etc. O uso regular de grandes quantidades de açúcar branco produz perda de cálcio e magnésio (e muitos microminerais), o que afeta sobremaneira de modo crônico e constante o nosso sistema imunológico. Deve ser substituido pelo açúcar mascavo orgânico, mel, etc. 
Carnes vermelhas e embutidos – Produz diversos ácidos e reações ácidas, como ácido oxálico, ácido úrico, além de toxinas redutoras da imunidade como cadaverina, putrescina, indol, escatol, fenol, etc. Como fonte de proteínas, dar preferência a peixes e proteínas vegetais, frutas oleaginosas, leguminosas, subprodutos da soja, etc. 
Leite e derivados – Principalmente o leite de vaca, rico em caseína (indigesto), produz incremento do ácido lático e gera mucosidades em excesso, enfraquecimento das defesas orgânicas, expondo os seus consumidores, não só à gripe, mas a muitos outros problemas.
Substituir por leite de soja pronto ou caseiro (evitar o leite de soja instantâneo, em pó). Como fonte de cálcio, preferir as verduras e os feijões. 
Farinhas brancas – O pão branco e as farinhas de trigo brancas, não integrais, são fermentativas e produzem mucosidades, além de serem pobres em proteínas, vitaminas e minerais essenciais. Seu uso constante enfraquece o organismo. 
Frituras, comidas em saquinhos (chips), guloseimas, fast food – Hoje consumidos em grande quantidade por crianças e adolescentes, responsáveis por grandes desequilíbrios orgânicos e muitas doenças, como diabetes, obesidade, pressão alta, etc. O seu consumo regular, associado ao açúcar branco, determina um constante estado de acidificação do sangue e depósito de compostos prejudiciais. 
Álcool – Em pequenas quantidades (vinho, etc.) pode até ajudar, mas em excesso produz reações ácidas.
Recomenda-se, portanto, evitar estes alimentos substituindo-os, sendo que esta abstenção já significa um grande passo para a prevenção de qualquer gripe e de muitas doenças.

Alimentos recomendados para aumentar as defesas orgânicas
Há alimentos particularmente úteis para reforçar a nossa imunidade, tais como o arroz integral, os subprodutos da soja (tofu, leite de soja líquido, misso), a aveia (rica em beta-glucana, um grande estimulador do mecanismo de defesa), o inhame, as verduras em geral, frutas frescas, a semente de linhaça, o gengibre, o alho, a cebola e outros.
Outros fatores que reduzem a imunidade
Estresse – um dos piores inimigos, pois reduz a ação das células de defesa, principalmente os linfócitos que combatem os vírus, elevando os níveis de adrenalina e cortisol, um imunodepressor. O estresse é provocado pela vida agitada, os problemas diários, as preocupações excessivas, o excesso de trabalho ou estudos, etc. 
Vida sedentária – Com ela os radicais ácidos se acumulam nos músculos e nos demais tecidos, reduzindo o pH do corpo e favorecendo as doenças virais e bacterianas. 
Ar condicionado – Deve ser evitado a todo custo, pois desidrata o ar, ressecando as mucosas e produzindo desequilíbrio térmico no organismo. Faz muito mal. 
Hábitos perniciosos – Tabagismo, alcoolismo, drogas, excesso de remédios farmacológicos, etc., são, decididamente, fatores que reduzem a capacidade de defesa do organismo.
Certamente que muitas mudanças propostas são sacrificantes, mas tudo é uma questão de ajuste e adaptação, sendo que, os resultados são altamente benéficos, não só em relação à gripe suina, mas à saúde em geral.

Dicas da medicina natural, ortmolecular e homeopatia para a prevenção (e tratamento) da gripe suína.

Além das medidas anteriores, cientificamente sugere-se o seguinte:

Alho
O alho é rico em alicina, uma substância ativa que possui ação antiviral reconhecida, além de mais d euma dezena de outros componentes imunoentimulantes. Basta ingerir diariamente 3 a 5 dentes de alho cru picado, com os alimentos ou engolidos com água ou suco. Há o inconveniente do hálito, mas é passageiro, e mais vale a boa saúde do que o comentário alheio. Existem também suplementos à base de alho que não exalam odor, mas são caros. O óleo de alho em cápsula ou o alho em comprimidos não produzem o mesmo efeito do alho cru. O alho também é útil para evitar ou tratar uma grande quantidade de doenças. O problema do alho para crianças é a dificuldade para ingerir, mas com habilidade tudo é possível.

Própolis
A própolis é reconhecida cientificamente como um antibiótico naturalm incluindo uma forte ação antiviral, tanto em situações de infecção quanto como para prevenção. Foram reconhecidos mais de 100 principios medicinais ativos da própolis. Deve-se usar o extrato alcoólico de própolis a 30%, na quantidade de 30 gotas, 3 a 4 vezes ao dia, em meio copo de água. Para crianças pequenas, metade da dose (lactentes e bebês, seguir orientação do pediatra). Pode-se colocar um pouco de mel para adoçar e reduzir o sabor e efeito da própolis na boca.

Chá de gengibre
O gengibre é um alimento funcional reconhecido hoje cientificamente por seus poderosos princípios ativos. Foram isolados cerca de 25 substâncias, entre elas as famosas gengiberáceas, de grande ação estimulante do sistema de defesa do organismo e ação antiviral. Basta beber chá de gengibre fresco, forte, uma xícara 3 vezes ao dia, morno ou quente e sem adoçar.

Equilíbrio nervoso neurovegetativo
O organismo e as células de defesa são regidos pela ação do sistema nervoso autônomo, representado pelos sistemas simpático e parassimpático; o primeiro é responsável pela produção granulócitos (de pouca ação viral e mais bactericida) e o segundo de linfócitos (de ação antiviral direta). Devido à agitação da vida moderna e ao estresse, as pessoas apresentam um excesso de atividade do sistema simpático (que produz adrenalina, cortisol, etc., todos imunodepressores), com maior quantidade de granulócitos do que linfócitos, o que abre o caminho para viroses. É devido a isso que muitas pessoas adquirem uma gripe depois de um impacto emocional, notícia ruim, desavenças, tristezas, etc. É necessário proceder à redução da atividade simpática (redução do estresse,etc.) e promover maior estímulo parassimpático. Isso se consegue com mais repouso, menos agitação e preocupações, atividade física moderada, respiração profunda, alimentação natural integral, massagens terapêuticas, saunas, banhos quentes (tipo ofurô, banheiras, etc). Importante é evitar a friagem e manter o corpo aquecido, principalmente as extremidades.

Saquinho com cânfora – uma grande dica
Durante a gripe espanhola no começo do século passado, milhões de pessoas morreram, mas aqueles que lidavam com os doentes raramente contraiam o vírus. É que havia uma orientação para que o pessoal de serviço, médicos, enfermeiros, etc. usasse um saquinho de gaze com pedras de cânfora pendurados no pescoço. As emanações voláteis da cânfora esterilizam o ar em sua volte e protegem as mucosas. Então, aconselha-se a fazer o mesmo. Basta adquirir a cânfora na farmácia comum (algumas pedrinhas bastam), confeccionar uma bolsinha de gaze e pendurar no pescoço, podendo inclusive manter por dentro do vestiário, sem necessidade de deixar à mostra (se bem que o ideal é manter do lado de fora). Deve ser usado constantemente durante o contato com as pessoas. É uma boa dica para quem lida com pessoas ou trabalha em ambiente de aglomeração, etc.

Fórmula homeopática
A homeopatia, diferentemente da medicina farmacológica, atua estimulando a capacidade orgânica. Há uma fórmula homeopática para a preveção, tando da Influenza A (H1N1), quanto de qualquer outro tipo de gripe. É a seguinte:
Para a prevenção, tanto para adultos quanto para crianças:
Aviarium 200 CH……………………..30 ml
Influenzinum 200 CH……………….30 ml
Álcool a 20%
Tomar 10 gotas, de preferência diretamente na boca, uma vez por semana, cada semana um, alternados. Para crianças muito pequenas, dar apenas 5 gotas em um pouco de água numa colher.

Para tratamento em caso de gripe (qualquer que seja):
Aconitum napellus 3 CH
Antimonium tartaricum 3CH
Allium cepa 3 CH
Bryonia alba 3 CH
Belladonna 5 CH
Gelsemium 5 CH
Fazer 30 ml, em partes iguais (pedir : ãã)
Álcool a 20%.
Tomar 10 gotas (direto na boca ou em água para crianças) a cada meia hora em caso de sintomas de qualquer gripe, até melhorar bem.

Estes remédios podem ser adquiridos nas boas farmácias homeopáticas, e não fazem mal algum ou produzem efeitos colaterais. Se necessário, procurar um médico homeopata para a confecção de uma receita.

Atividade física, sol e ar livre.

Sempre importante em qualquer aspecto para uma saúde melhor.

Suplementos

A medicina ortomolecular e a fototerapia preconizam o uso de dois suplementos:
Vitamina C – Recomenda-se o uso de 500 mg de vitamina C (ácido l-ascórbico) orgânica de uma a duas vezes ao dia, para reforçar as defesas. Crianças pequenas, metade da dose ou sob orientação pediátrica. 
Cogumelo do Sol – Eleva a imunidade por ser rico em substâncias imunomoduladoras, como a beta-glucana. Adultos devem tomar 2 cápsulas de 500 mg 2 a 3 vezes ao dia, tanto como preventivo quanto para tratamento. Crianças pequenas, tomar metade da dose. No caso de dificuldade de encontrar o cogumelo do sol, procurar comer cogumelos, tipo champignon, shitake, shimeji, funghi, etc. 
Minerais e microminerais – Com a acidificação constante do sangue devido á alimentação industrializada moderna, aliada ao estresse, perdem-se muitos minerais e microminerais que não são repostos pela dieta, haja vista o o fato de que os alimentos modernos estão empobrecidos em termos de minerais (solo naturalmente pobre, uso de adubos, agrotóxicos, manipulação industrial, congelamento, microondas, etc.). Certamente que essa condição afeta a imunidade. É necessário atualmente repor estes nutrientes de modo a manter as defesas orgânicas, mas não é qualquer suplemento que serve. Recomenda-se utilizar os concentrados biominerais marinhos, principalmente aqueles extraidos da poderosa alga Lithothâmnium, que possui acima de 50 minerais e microminerais orgânicos, de alta assimilação pelas células. 
Frutas em geral – As frutas, principalmente as cítricas, ajudam a alcalinizar o sangue e são ricas em minerais e vitaminas, favorecendo a saúde e protegendo o organismo. Pessoas que consomem poucas frutas estão muito mais sujeitas, não só às viroses, quanto a qualquer outra enfermidade.
Estas orientações servem tanto para a prevenção quanto para serem utilizadas em casos de pessoas que contraíram qualquer tipo de gripe. Além do mais, estes procedimentos nos deixam seguros e tranqüilos em relação ao grande terror de se contrair, tanto a Influenza A quanto quaisquer outras doenças virais.


Antes de se medicar ou seguir qualquer dieta procure orientação de seu médico.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Doença (in)curável

A pergunta que o Brasil inteiro faz, não é o que leva um jovem a matar crianças, mas sim, o que leva a imprensa a explorar um fato como este desta forma como explorou e está explorando. O rapaz era psicótico ou esquizofrênico e vivia dentro de uma outra realidade. É muito difícil absorvermos a impossibilidade de culpar alguém diretamente por esse triste fato, pois, a doença mental não é entendida como algo que impede a pessoa de agir segundo os nossos sentimentos de justiça e fraternidade. Não que o psicótico não raciocine, ao contrário, o planejamento para a barbaridade é meticuloso e racional dentro da lógica do doente. É uma triste realidade patológica, por mais revoltante que possa ser. E entendo que, por outro lado, não há como exigir de pais, mães e parentes dessas pequenas vítimas que raciocinem dessa forma neste momento de comoção. Só posso me unir à dor dessas pessoas.

Já a imprensa, diferente de um doente incurável, explora a dor dos pais, parentes e amigos das vítimas até as últimas consequências, mesmo diante de um caso ao qual podemos até atribuir outras culpas além da doença do rapaz, mas em nenhum  momento ela se preocupou em fazer o seu papel de respeitar o público e valorizar os seres humanos, como manda o juramento do profissional de comunicação:

"A Comunicação é uma missão social. Por isto, juro respeitar o público, combatendo todas as formas de preconceito e discriminação, valorizando os seres humanos em sua singularidade e na luta por sua dignidade"

O que se vê é uma imprensa sedenta por audiência e, (i)lógico, preferindo mostrar cenas chocantes e "exclusivas" que chamam mais a atenção do público do que promover a discussão do que pode ser feito para minimizar a ocorrência de fatos semelhantes. Esta sim, uma opção que dignificaria a nobre missão do profissional de comunicação.

E quais seriam essas discussões produtivas? Alertar claramente a população sobre o comportamento comum desses doentes, discutir sobre a própria doença e sobre a segurança nas escolas, abrindo até uma oportunidade para se conversar sobre a violência como um todo, num país onde uma pessoa a cada 12 minutos morre por homicídio. São 48 mil vitimas anuais da violência que NÃO SÃO mortas por psicóticos esquizofrênicos, mas pela banalização da violência tolerada pelas autoridades governamentais, transformando o direito à vida em  mera sorte de permanecer vivo.

O que leva então os veículos de comunicação a mostrar closes de choros e sangue, gritos de pavor e correr atrás de cenas exclusivas da parte interna mais ensanguentada do colégio? O que leva esses veículos a dedicar 90% do seu jornalismo para edições chocantes como as que vimos ontem, ao invés de ajudar na busca de soluções que seria o seu principal papel dentro da sociedade que os sustenta?

Fica para depois, lógico! Depois que o ponteirinho do IBOPE baixar e a audiência voltar ao normal. A discussão nessa hora será utilizada como recurso para recordar as cenas que um dia nos chocaram e ajudará a subir um pouco mais a audiência estagnada. Triste e contínua realidade!

Entre as doenças do rapaz e da imprensa, a dessa última ainda pode ser curada com a vacina inoculada da própria consciência.


Ler também: SadoJornalismo ao vivo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Grande Ditador

Esse brilhante discurso de Chaplin em "O Grande Ditador", filme no qual faz uma sátira de Hitler, foi considerado comunista por muitos americanos em 1940. O pior é que muitos, 70 anos depois, ainda são adeptos às guerras, invasões e ao direito do jugo, imaginando-se pertencentes a uma raça superior. E o que os diferenciam daquele louco? Talvez a a falta de coragem para assumir publicamente esse pensamento, transformando-os em monstros bem piores porque unem a covardia à monstruosidade sub-humana.



O GRANDE DITADOR
(1940 - dirigido por Charles Chaplin)


"Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio nos aproximou. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem, um apelo à fraternidade universal, a união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora. Milhões de desesperados: homens, mulheres, criancinhas, vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que podem me ouvir eu digo: não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais, que vos desprezam, que vos escravizam, que arregimentam vossas vidas, que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos. Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão. Não sois máquina. Homens é que sois. E com o amor da humanidade em vossas almas. Não odieis. Só odeiam os que não se fazem amar, os que não se fazem amar e os inumanos.

Soldados! Não batalheis pela escravidão. Lutai pela liberdade. No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou grupo de homens, mas de todos os homens. Está em vós. Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas; o poder de criar felicidade. Vós o povo tendes o poder de tornar esta vida livre e bela, de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo, um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam. Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão. Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e a prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos. Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam. Estamos saindo da treva para a luz. Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah. A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah. Ergue os olhos."

terça-feira, 5 de abril de 2011

Burrice nuclear II

Continuando com o tema Burrice Nuclear, após 20 dias do meu primeiro post sobre a teimosia do Ministro Lobão em não rever os projetos das novas usinas, nada mudou além da contagem dos mortos de Fukushima que já chegam a 12 mil. Tudo bem... foi o tsunami, mas se não houvesse um plano de evacuação, sinais sonoros etc, por quanto esse número seria multiplicado? E o perigo da radiação ainda não terminou.

O interessante - e ao mesmo tempo lamentável - é o fato de não termos visto o governo brasileiro esboçar qualquer reação para rever seus investimentos nessa área. Pior ainda do que essa passividade governamental é a partidarização do tema feita pelo senador Delcídio Amaral que subiu à tribuna do senado para defender os projetos do governo com razões puramente tecnicistas, alimentando o ideário do pensamento nuclear brasileiro.

Oras... defender o que o governo faz por questões de fidelidade partidária tem limites e esses limites não se referem nem somente à razão, mas à lógica do risco em relação às responsabilidades constitucionais que o governo tem para com o povo que tutela. Os riscos existentes podem ser previstos, mas os de um futuro incerto que envolvem respostas da natureza às ações predatórias do homem (consciente ou não), não podem. Fora as ações técnicas que tentam considerar os riscos da natureza, existem as medidas previstas para um eventual pós-acidente nuclear e para essas, faço apenas quatro perguntas: Onde estão os homens treinados para situações catastróficas? Onde estão os sinais sonoros nas cidades e regiões próximas às usinas de Angra dos Reis? Quantas vezes houve simulação de abandono de área com a participação da população? Esse planejamento não existe ou, se existe, está apenas no papel para ser explicado durante a primeira catástrofe?

Já em relação aos riscos que podem ser previstos, eles também não podem se restringir apenas às soluções técnicas, como duplicação de camadas e paredes protetoras das fontes ou núcleos geradores da radiação, aumento das áreas de isolamento ou ao emprego de novas tecnologias. Essas ações técnicas apresentam segurança relativa, pois, as últimas notícias da própria ciência provam que não se pode mais confiar em previsões que considerem a linha do tempo com pontos equidistantes e proporcionalmente progressivos. A intensidade das respostas da natureza às agressões do homem (consciente ou não) tem demonstrado crescimento exponencial em consequência do aumento do número de variáveis e/ou da incorreta ponderação das já conhecidas. Duas recentes matérias da ciência comprovam essa imprevisibilidade: derretimento das geleiras (matéria aqui) e aumento do buraco na camada de ozônio (matéria aqui). Fora os sinais dados por tufões, terremotos, tsunamis, chuvas atípicas em volume e aumentos de temperatura do Planeta, mesmo que geograficamente pontuais e sazonais.

Eu proponho um NÃO BEM SONORO da população para quaisquer projetos que envolvam ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL e mais... a DESATIVAÇÃO TOTAL das plantas geradoras de energia atômica existentes. É uma insistência DESNECESSÁRIA e BURRA, num país privilegiado de fontes naturais como água, sol e vento, além de dominar as principais tecnologias de combustíveis com fontes renováveis.

Para dominar a tecnologia nuclear não é necessário submeter a população do Brasil e do Planeta a esse risco apenas por uma questão de vaidade, seja ela partidária, pessoal ou por simples teimosa.


NÃO À BURRICE NUCLEAR BRASILEIRA!!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Fanatismo

A essência do fanatismo consiste em considerar determinado problema como tão importante que ultrapasse qualquer outro.

(...) Em cada comunidade há um certo número de fanáticos por temperamento. Alguns desses fanáticos são essencialmente inofensivos e outros não fazem mal enquanto os seus partidários forem pouco numerosos ou estiverem afastados do poder. Os «amish» na Pensilvânia pensam que é mau usar botões; isto é completamente inofensivo, salvo na medida em que revela um estado de espírito absurdo. Alguns protestantes extremistas gostariam de ressuscitar a perseguição aos católicos; essas pessoas só serão inofensivas enquanto forem em pequeno número. Para que o fanatismo se torne uma ameaça séria é preciso que possua bastantes partidários para pôr a paz em perigo, internamente por meio de uma guerra civil ou externamente por uma cruzada; ou quando, sem guerra civil, estabeleça uma Lei dos Santos que implique a perseguição e a estagnação mental. No passado, o melhor exemplo da história é o reinado da Igreja desde o século IV ao século XVI.

(...) Para curar o fanatismo - salvo nas aberrações raras dos indivíduos excêntricos - são necessárias três condições: segurança, prosperidade e educação liberal.

Bertrand Russell - Trechos de "A Última Oportunidade do Homem"

sábado, 2 de abril de 2011

Mude os fatos e mude a realidade.

Frase de Einstein:

"Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos."

Teoria: (resumo) Num desenho impresso numa folha, 5 rodas coloridas não podem girar sozinhas.


Não... não é um gif animado


Tudo bem... é ilusão de ótica porque sabemos, mas quem não sabe e não tem o referencial da folha de papel, está diante de apenas uma realidade: as rodas estão girando.

Os "Yvermelhos foram colocados depois e mudaram a realidade observada. Fixe seus olhos no espaço em branco entre os dois"Y" vermelhos superiores e as rodas "não girarão" mais.

Nem sempre, fatos observados são fatos reais.