terça-feira, 5 de abril de 2011

Burrice nuclear II

Continuando com o tema Burrice Nuclear, após 20 dias do meu primeiro post sobre a teimosia do Ministro Lobão em não rever os projetos das novas usinas, nada mudou além da contagem dos mortos de Fukushima que já chegam a 12 mil. Tudo bem... foi o tsunami, mas se não houvesse um plano de evacuação, sinais sonoros etc, por quanto esse número seria multiplicado? E o perigo da radiação ainda não terminou.

O interessante - e ao mesmo tempo lamentável - é o fato de não termos visto o governo brasileiro esboçar qualquer reação para rever seus investimentos nessa área. Pior ainda do que essa passividade governamental é a partidarização do tema feita pelo senador Delcídio Amaral que subiu à tribuna do senado para defender os projetos do governo com razões puramente tecnicistas, alimentando o ideário do pensamento nuclear brasileiro.

Oras... defender o que o governo faz por questões de fidelidade partidária tem limites e esses limites não se referem nem somente à razão, mas à lógica do risco em relação às responsabilidades constitucionais que o governo tem para com o povo que tutela. Os riscos existentes podem ser previstos, mas os de um futuro incerto que envolvem respostas da natureza às ações predatórias do homem (consciente ou não), não podem. Fora as ações técnicas que tentam considerar os riscos da natureza, existem as medidas previstas para um eventual pós-acidente nuclear e para essas, faço apenas quatro perguntas: Onde estão os homens treinados para situações catastróficas? Onde estão os sinais sonoros nas cidades e regiões próximas às usinas de Angra dos Reis? Quantas vezes houve simulação de abandono de área com a participação da população? Esse planejamento não existe ou, se existe, está apenas no papel para ser explicado durante a primeira catástrofe?

Já em relação aos riscos que podem ser previstos, eles também não podem se restringir apenas às soluções técnicas, como duplicação de camadas e paredes protetoras das fontes ou núcleos geradores da radiação, aumento das áreas de isolamento ou ao emprego de novas tecnologias. Essas ações técnicas apresentam segurança relativa, pois, as últimas notícias da própria ciência provam que não se pode mais confiar em previsões que considerem a linha do tempo com pontos equidistantes e proporcionalmente progressivos. A intensidade das respostas da natureza às agressões do homem (consciente ou não) tem demonstrado crescimento exponencial em consequência do aumento do número de variáveis e/ou da incorreta ponderação das já conhecidas. Duas recentes matérias da ciência comprovam essa imprevisibilidade: derretimento das geleiras (matéria aqui) e aumento do buraco na camada de ozônio (matéria aqui). Fora os sinais dados por tufões, terremotos, tsunamis, chuvas atípicas em volume e aumentos de temperatura do Planeta, mesmo que geograficamente pontuais e sazonais.

Eu proponho um NÃO BEM SONORO da população para quaisquer projetos que envolvam ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL e mais... a DESATIVAÇÃO TOTAL das plantas geradoras de energia atômica existentes. É uma insistência DESNECESSÁRIA e BURRA, num país privilegiado de fontes naturais como água, sol e vento, além de dominar as principais tecnologias de combustíveis com fontes renováveis.

Para dominar a tecnologia nuclear não é necessário submeter a população do Brasil e do Planeta a esse risco apenas por uma questão de vaidade, seja ela partidária, pessoal ou por simples teimosa.


NÃO À BURRICE NUCLEAR BRASILEIRA!!

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