Um drama ao qual qualquer um de nós está sujeito morando num país desigual, além de primeiro maior consumidor de crack e segundo de cocaína do mundo. Quantos casos iguais ao da primeira dama Michelle Bolsonaro não devem existir, de filhos e netos que se afastaram se suas famílias por serem diferentes, desejarem ter uma vida digna e apagar as histórias tristes de seu passado? Em determinados casos é quase impossível tentar ajudar sem afundar na mesma lama. Casos como este são de difícil empatia para os que não passaram por problemas semelhantes.
Ninguém pode recriminar a revista pela reportagem, pois, o papel da imprensa é esse mesmo. O problema da Veja, assim como de todos os veículos da imprensa ativista e sórdida, está nos sutis requintes de sarcasmo e crueldade com que aborda temas delicados como esse, sutilezas que só os leitores mais atentos e imparciais percebem. Por mais que tenha tentado amenizar e colocar Michelle como vítima, ao analisarmos o passado recente da Veja, é impossível acreditar que, repentinamente, de uma hora para outra, os proprietários, editores e jornalistas da revista tiveram um surto de HUMANISMO SINCERO.
Estranho e patético é esse raciocínio HUMANISTA nunca ter alcançado os milhões de idosos, mulheres e crianças que morreram e morrem nas filas de exames, no chão e nos corredores dos hospitais do SUS, vítimas dos bandidos e assassinos que eles defendem diária e sistematicamente por questões menos ideológicas e mais financeiras, saudosos desse dinheiro manchado de sangue disputado a tapas por essa imprensa interesseira e inescrupulosa.
O Brasil mudou e vocês aí, pagando pra ver. Façam o que quiserem. Desta vez o dinheiro não é meu.