De Itamar Franco - que assumiu após o impeachment de Collor - para cá, o PMDB passou de protagonista a coadjuvante, optando pelo confortável e rentável subpoder. Podemos louvar o ex-presidente Itamar Franco e seu ministro FHC pelo fim do ciclo de inflação galopante que chegou a atingir a incrível marca de 2000% em 1989, mas de Itamar para cá, o maior partido do Brasil optou morar nos cômodos - e cabe o duplo sentido - porões do Palácio do Planalto, sem telhado de vidro. Apoiou Fernando Henrique Cardoso em 1994 com seu vice Marco Maciel e permanece até hoje escondido na vice-presidência, detentor dos ministérios e cargos de terceiro escalão mais importantes. É o grande viabilizador deste governo que está ai com 80 deputados (23% da base), 42 senadores (46% da base), além de ser o partido com mais prefeitos eleitos do país (1024 municípios). Com tudo isso, para que ele iria se expor indicando candidato à presidência da república?
No governo PT, o PMDB está conseguindo se superar e não seria necessário ser um profeta ou um gênio da análise política para saber que o PMDB iria se queimar nesse seu ritual macabro de acender uma vela pra Deus e outra pro diabo. Será que o PMDB nunca imaginou que entre essas duas velas ele estaria abrindo ruas e avenidas pra que o povo desfilasse?
E agora, as desencontradas opiniões do PMDB sobre o plebiscito estão contribuindo pra sua melancólica apoteose, desfilando na contra-mão da avenida das ideologias, sob a chuva dos papéis picados de seu estatuto partidário que em seu Artigo 2º diz:
"O PMDB exerce suas atividades políticas visando à realização dos objetivos programáticos que se destinam à construção de uma Nação soberana e à consolidação de um regime democrático, pluralista e socialmente justo, onde a riqueza criada seja instrumento de bem-estar de todos."Ainda há tempo! Tempo para mudar e continuar representando dignamente aquele partido que se opôs à ditadura e que abrigou políticos ilustres. Que mobilizou milhões de brasileiros em ruas e praças gritando "Diretas Já", resgatando-lhes a autoestima de povo livre, boa índole e pacífico, consciente dos seus direitos de cidadãos. Direitos estes que não podem ser concedidos e muito menos negados, pois, não se dá e nem se nega o que não é e nunca foi seu.
Se você é político ou filiado do PMDB e quiser rever a história de seu partido, clique aqui. E depois diga, sinceramente, se o partido é hoje o que diz nunca ter deixado de ser.
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