quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os comuno-capitalistas brasileiros

"A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios" (Montesquieu)

Não se trata de ser contra ou a favor do comunismo que há muito sobrevive na UTI das ideologias respirando às custas de seu passado histórico. Além das incoerências ideológicas que os fundamentalistas são obrigados a engolir para conseguirem se manter vivos dentro deste mundo global e irreversivelmente capitalista (incluindo a China), os resistentes testemunham agora a formação do Politburo tupiniquim brasileiro liderado pelo senador Inácio Arruda.

Isso mesmo! Os ex-combatentes dos privilégios das "classes dominantes" e defensores do proletariado transformaram-se em elite com a desculpa de ter de "fazer caixa" para implantar o marxismo. Inauguraram um novo grito de guerra:

"Desigualdade para se chegar à igualdade!"

Na verdade, o PCdoBolso, como disse Arnaldo Jabor, não difere de nenhum outro partido e nada de braçada no cofre do Zé Carioca, o Tio Patinhas malandro brasileiro.

A cara-de-pau virou quesito.





Herdeiros de Luiz Carlos Prestes criticam programa do PCdoB

(Com informações de O Globo)

A propaganda partidária do PCdoB na televisão, veiculada na última quinta-feira (20), resultou em severas críticas por parte de herdeiros de figuras históricas do comunismo brasileiro. No programa, de dez minutos de duração, o partido contestou as denúncias de corrupção envolvendo o ministro Orlando Silva e defendeu a trajetória da legenda, citando alguns comunistas ilustres, como Luiz Carlos Prestes, Olga Benário e Maurício Grabois.

Anita Leocádia Prestes, filha de Luís Carlos Prestes e Olga Benário, chegou a divulgar uma carta criticando o PCdoB pelo uso das imagens de seus pais na propaganda. “Não posso aceitar que se pretenda comprometer a trajetória revolucionária dos meus pais com a política atual do PCdoB, que, certamente, seria energicamente por eles repudiada”.

Outra a entrar na discussão foi Victória Grabois, filha de Maurício Grabois, ex-integrante da cúpula do partido nos tempos da Guerrilha do Araguaia, no início da década de 70. “Não posso admitir que usem a imagem do meu pai, que deu a vida a esse partido por suas convicções políticas e ideológicas. Se meu pai estivesse vivo, ficaria envergonhado com o que virou o PCdoB”, disse Victória.

Diante das críticas, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), líder do partido no Senado, disse apenas que os herdeiros têm direito a opinar. E argumentou que os representantes atuais do PCdoB honram os antigos líderes comunistas. “Infelizmente, eles não estão mais aqui conosco. Se estivessem, certamente estariam do nosso lado”, falou Arruda.

Como eles já se foram e não podem falar e vai ficar o dito pelo que nunca poderá ser dito, fico com a opinião dos familiares dos mortos. Além de parentes próximos, eles não fazem parte desse paradoxo. Dessa verdadeira salada ideológica verde com molho vermelho.

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