O julgamento faz parte do ser humano e não há nada de errado em julgar, desde que seja um processo interno; desde que não se rotule o objeto do julgamento; que não nos fechemos para uma reavaliação constante. Um processo sem veredicto, dinâmico e inconclusivo, utilizado apenas para escolhas momentâneas e não definitivas.
A verdade, a mentira; o bem, o mal; o certo e o errado fazem parte do dualismo móvel que modela a nossa essência. Nas religiões e nos dogmas, por exemplo, o dualismo é estático porque necessita impor verdades, pois, aceitar o dinamismo da evolução e mudar seria transformar verdades-leis em contradições diante de seus seguidores. As religiões com as suas verdades transformaram a humanidade numa confraria de seres inflexíveis e intolerantes.
O problema não está em julgar, mas em declarar publicamente o veredicto, seja ele de absolvição ou condenação. O problema está em rotular e influenciar pessoas. O problema está em não julgar a si mesmo com a mesma assertividade e eficácia com que se julga o outro.
Julgar não é condenar e absolver não é perdoar. Julgamos quando precisamos decidir; perdoamos quando compreendemos.
Acredito que esta é a chave para a paz, externa e principalmente interna. Somos nossos juizes, nos condenamos e nos punimos com auto torturas dignas dos piores algozes e perdemos talvez o verdadeiro intento do senso de julgamento, que é simplesmente nos guiar.
ResponderExcluirPerfeito o artigo.
parabens e obrigada
Marcia Avila
Valeu minha espanholita do coração. O título foi você quem deu! :o)
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