terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O GOLPE DO GOLPE

Em 99, no começo do segundo mandato de FHC, Tarso Genro exigia a saída do presidente para que fosse convocada uma Constituinte, alegando que os bancos estavam lucrando muito porque tinham informações privilegiadas que vazaram do governo. O estranho é que a lucratividade dos bancos nesses últimos 12 anos bate recordes em cima de recordes. Naquela época isso poderia ser mesmo considerado como "golpismo", pois, Genro pedia a saída de FHC sem que nada tivesse sido pedido no Congresso, na justiça ou sido comprovado e julgado. Era a saída pela saída... porque Tarso Genro "achava" e o PT queria. Começou assim o movimento "Fora FHC". Isso sim, é golpismo... conclamar saída do povo às ruas pedindo a cabeça de um governante eleito democraticamente sem utilizar ou esgotar os recursos institucionais ou legais.

No caso do impeachment de Collor ou de Dilma (se vier a existir), a história é bem diferente. A definição de impeachment é "termo que denomina o processo de cassação de mandato do chefe do poder executivo pelo congresso nacional, pelas assembleias estaduais ou pelas câmaras municipais.", no caso do Brasil regulamentado pelas leis 1079/50 | Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950 (http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/128811/lei-do-impeachment-lei-1079-50) e é um PROCESSO LEGAL.

Chamar impeachment - com todos os ritos legais cumpridos - de golpe é estupidez, assim como seria estupidez um réu que descumpriu leis ser condenado ou não dependendo de seu status social ou posição na hierarquia do poder. O fato então de o povo sair às ruas, cansado de tantas falcatruas, roubos e desvios do erário, crimes e mais crimes constitucionais, mentiras deslavadas e tudo quanto a gente possa imaginar de ilícitos promovidos descaradamente por representantes eleitos por ele é que definiria como GOLPE um pedido de impeachment?

GOLPE mesmo é querer chamar isso de GOLPE!

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