quinta-feira, 17 de maio de 2012

2600 anos de filosofia ocidental - e daí?

Após os mais de 2600 anos da filosofia ocidental a partir de Tales de Mileto, não é difícil perceber que a filosofia fez mais bem para o ego dos filósofos do que para a humanidade. Para os que usam aquele velho argumento de que a filosofia NÃO existe para resolver problemas comportamentais e que o mundo estaria pior sem ela, eu pergunto: o quanto ele estaria pior?

Considerando que a proposta da filosofia é ajudar na análise de conceitos e no esclarecimento de idéias, quando vemos a humanidade caminhando quase que irreversivelmente para a sua autodestruição - ou do Planeta que é a mesma coisa - de que adiantou todo esse esforço filosófico para fazer com que o ser humano se entendesse melhor? Somos todos seres humanos e os filósofos não podem ser excluídos da espécie.

Não que a filosofia como estudo seja culpada pela rota quase que irreversível da humanidade em direção ao caos, pois, análises são apenas referências e não impõem modelos desejáveis de comportamento coletivo (convenções morais). Dessa forma, a filosofia em si não pode ser responsabilizada pela ordem dos valores objetivos de hoje, mas a falta de ações dos filósofos pode. Essas ações não devem ser confundidas com pregações, mas de estímulo para que o ser humano discuta e reflita sobre o seu papel na evolução das consciências planetária e universal da humanidade.

O egocentrismo e a  vaidade dos filósofos atuais não permitem que os mesmos se unam em torno de objetivos comuns. É fácil notar que limitam-se em trabalhar com referências passadas, não só em relação a outros estudos, mas também a posicionamentos de outros filósofos, preferencialmente os mortos, provavelmente porque esses últimos não podem rebatê-los do além-túmulo. Não promovem debates públicos e não se preocupam em descer à média do ser humano "normal" que compõe a massa conduzida pelo inconsciente coletivo. Não se pede para que o filósofo leve soluções, mas que ajude o ser humano a se conhecer mais e a discutir valores que são adotados por ele sem o devido questionamento.

Você que é filósofo profissional, ou seja, que se autodenomina como tal e ganha a vida com a filosofia, tire a bunda da cadeira e faça algo mais produtivo do que ficar estudando, refletindo sistematicamente ou escrevendo artigos e livros.

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