quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Nossos humores

A vida não é uma linha reta. Nosso humor oscila quando o dinheiro encurta, o cliente insatisfeito grita, a saúde balança ou o amor acaba. Nossas reflexões sobre esses problemas na hora em que eles acontecem normalmente são confusas, inconclusivas e quase sempre pioram o nosso estado emocional já abalado. Dar um tempo é necessário para dissipar as emoções e aumentar a lucidez, mas empurrar com a barriga é, com certeza, bem pior.

Não existe remédio certo contra desequilíbrios emocionais, mesmo porque a intensidade varia de pessoa para pessoa conforme o problema, pois, a sensibilidade é seletiva e segue a ordem de valores de cada um. No fundo, tudo está ligado ao ego, relacionado às nossas frustrações e, essa última, vinculada às nossas expectativas e aos nossos desejos. É uma teia de sentimentos e causas que nesses momentos de angústia viram um verdadeiro salseiro... um labirinto sem ponto de partida e muito menos de chegada.

Dar um tempo não significa varrer tudo pra debaixo do tapete por tempo indeterminado, mas sim para organizar nossos pensamentos e nem seria necessário explicar porque nunca devemos avaliar - e muito menos decidir - sob efeito das emoções. Não é preciso explicar, mas é imprescindível lembrar, pois, sem esse cuidado o tempo que dermos será desperdiçado.

Dez passos iniciais para relaxar antes de tentar refletir:
  1. Não rumine a frustração e muito menos o ódio;
  2. Parta sempre do princípio que existe uma lógica, seja envolvendo retornos da vida ou das pessoas;
  3. Não julgue nada nem ninguém e não se faça de vítima. Considerar-se vítima também é julgar;
  4. Pense: nenhum problema, exceto emergência médica, merece reação imediata;
  5. Desligue o celular;
  6. Não fique sozinho(a) nesse primeiro momento. Procure um lugar com pessoas e que tenha movimento. Dê preferência para ir a pé. Um café e não um bar para afogar suas mágoas! 
  7. Olhe à sua volta enquanto toma um cafezinho. Tudo está normal e não há ninguém caído morto no chão. Apesar do seu problema, a vida continua acontecendo do jeitinho que estava antes;
  8. Deixe por enquanto o seu melhor amigo de lado. Amigo é como advogado... ou se conta TUDO de forma transparente e equilibrada ou ele aumentará a sua raiva para lhe dar razão, seja para fortalecer a amizade ou, em alguns casos, para exigir recompensa;
  9. Não... não volte para a sua casa ou para o seu local de trabalho ainda. Pague seu café e saia de mansinho. Caminhe até uma praça ou jardim;
  10. Procure um banco para sentar ou uma árvore para encostar e pense agora no problema, sem vitimismos.
Independentemente do nível inicial de frustração, certamente você agora está melhor para refletir e, principalmente, RESOLVER o problema. Porém, caso ainda esteja se sentindo um coitado, morrendo de ódio ou querendo se jogar de cima de uma ponte, repita os dez passos novamente e quantas vezes forem necessárias.

Embora se referisse às complicadas equações matemáticas, mas que não diferem muito das equações humanas, Albert Einstein dizia: "Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criamos."

Boas soluções!


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