segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Tomamos por bens coisas que não o são




REFLEXÕES SOBRE ALGUMAS REFLEXÕES DE SÊNECA

Vivemos tomando decisões sem pensar, obedecendo os impulsos dos nossos desejos instintivos e depois nos arrependemos. Nos momentos de crise interior, "tomamos por bens coisas que não o são", como disse o filósofo Sêneca, amando sonhos repentinos e mudando nossas vidas por desejarmos aquilo que idealizamos, mas ainda não conhecemos. Para isso, utilizamos mil artimanhas para reforçar o ego e não afetar a nossa auto-estima.

Também disse Sêneca, "Nossos anseios contradizem-se; contradizem-se as nossas decisões". Isto acontece porque não desejamos as coisas com profundidade, mas apenas para atender momentos de carência, seja por dinheiro, status ou paixão. Nós até as idealizamos com cuidado nos momentos de paz interior, mas basta uma oscilação em nossos humores e supervalorização dos nossos temores para subirmos à superfície e nadarmos desesperadamente em busca do primeiro rochedo que aparecer e nos agarrarmos nele.

E quando a maré subir e encobrir esse rochedo, nos lembraremos dos sonhos idealizados, mas não realizados. Nos lembraremos daquela praia que imaginamos, correndo na areia e molhando os pés. Com rios descendo das montanhas e desembocando no mar desses nossos sonhos.

"As coisas nos enganam; aprendamos a observá-las" (Sêneca)







Lúcio Aneu Sêneca (em latim: Lucius Annaeus Seneca; Corduba, 4 a.C. — Roma, 65 d.C.) foi um dos mais célebres escritores e intelectuais do Império Romano. Conhecido também como Sêneca, o Moço, o Filósofo, ou ainda, o Jovem, sua obra literária e filosófica, tida como modelo do pensador estoico durante o Renascimento, inspirou o desenvolvimento da tragédia na dramaturgia europeia renascentista. 


.o.



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