segunda-feira, 9 de julho de 2012

O tempo passou na janela e só o político não viu

Carolinas já usam óculos
Diz o ditado que "quando a única ferramenta que se conhece é o martelo, todo problema que aparece é prego". E essa é a forma como o marketing político tem trabalhado seus "produtos-candidatos" nas últimas três décadas, desde 1985. Santinhos, visitas, reuniões com famílias em bairros, muros pintados, discursos em palanques com promessas e dinheiro... MUITO DINHEIRO!

Todo mundo é expert em marketing, já notaram? A maioria que diz conhecer, nem sabe o que significa essa palavra e a põe no mesmo saco da propaganda e da publicidade. Não entendem que marketing é o "nome do jogo" e envolve estratégias, avaliações de pesquisas e planejamento, coisas bem mais complexas e diferentes das de fazer panfletinhos, faixas, banners, botons e pitar muros. Esses experts tupiniquins compram um computador, uma impressora, fazem um cursinho de CorelDraw e saem dizendo: sou um especialista em Marketing.

Já no quesito DINHEIRO, o histórico das campanhas é tão bem estudado que já se sabe quanto um candidato deve gastar para ganhar eleições, seja para o legislativo ou executivo. Monta-se uma tabela no Excel, mais ou menos assim:
  CARGO              R$
  Vereador 300.000,00
  Prefeito 1.500.000,00
  Deputado Estadual 3.000.000,00
  Deputado Federal 6.000.000,00
  Senador 20.000.000,00
  Governador 70.000.000,00
  Presidente 200.000.000,00
E começa a correria atrás do vil metal, alguns fazendo seu caixa com ética e outros sem nenhum limite, nem do valor em reais e muito menos dos valores morais. É o vale-tudo para atingir os objetivos maiores: o "PUDÊ" e a grana. Se sobrar dinheiro de campanha ele VAI para o bolso do candidato e de alguns mais próximos, mas se faltar, a diferença ficará só no tempo do verbo "IR", ou seja, já FOI para o bolso. Em resumo, para ALGUNS, ganhando as eleições ou não, o bolso sempre será o grande vitorioso. Lutar mesmo para uma cidade, estado ou país mais justo e humano é objetivo terciário. Ah, me esqueci do terceiro tipo, aquele que se candidata para fazer média com os diretórios partidários superiores e garantir emprego após a derrota. Vale uma boquinha em algo ligado à sua profissão ou um cargo de confiança perto do "chefe".

Isso acontece com todos? Não! Candidatos idealistas honestos gastam dinheiro do próprio bolso, saindo da campanha mais pobres do que entraram e quase sempre sem o almejado mandato, mas essa espécie está em extinção. Outros se candidatam para negociar apoio e vendê-lo quando tiverem pelo menos 10% de intenções de votos nas pesquisas. São os mercadores da própria alma.

Após tantos escândalos em todos os níveis da administração pública e do legislativo, políticos ainda não perceberam que os tempos estão mudando. Os eleitores estão mais informados e muitos já não caem mais nessas armadilhas manjadas. Estão entendendo que políticos corruptos e incompetentes não se arrependem do que fizeram e jamais se regeneram.

Os que desejarem vida longa na política terão de se preparar para esta nova geração de eleitores que está chegando. Não bastará apenas fazer campanha com inteligência, mas também cumprir seus quatro anos de mandato com competência, pois, os mecanismos de controle estão cada vez mais presentes. O projeto da CBN chamado "Adote um Vereador" ganhará peso nas cidades do interior a partir desta próxima legislatura e atropelará os veículos de comunicação das cidades, normalmente comprometidos com as famosas boquinhas dos editais do legislativo e do executivo.

Candidatos: mudem enquanto é tempo seus discursos e suas atitudes após serem eleitos porque a partir de 2012/2013, o bicho vai pegar. Usem a internet PESSOALMENTE e com sabedoria. Não deleguem essa função para seus assessores e conversem em linha direta com seus eleitores. O Brasil bateu a casa de 80 milhões de usuários na Internet e não deixarão de usar porque você não a usa.

As Carolinas já estão usando óculos... e computadores!

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