segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Casas populares: falta de vontade política

Só quando vemos gente morrer em desastres como do Rio, Minas, Santa Catarina e São Paulo, podemos fazer idéia de quanto custa não aplicar corretamente o dinheiro dos impostos: VIDAS HUMANAS. No governo Collor houve uma tentativa de se construir casas populares que sairiam por volta de 25 mil (valores de hoje) utilizando a tecnologia de argamassa armada. Embora eu não seja do ramo, sei que na Europa essa tecnologia é utilizada em larga escala, mas no Brasil existe preconceito, mais por causa da impossibilidade de se super-faturar do que outra coisa. Faz-se um projeto de casa e monta-se fábricas para produzi-las em módulos e podem até gerar empregos para os futuros proprietários.

O problema é que no Brasil NADA pode sair barato com tanta gente querendo "levar o seu" e esse valor de R$ 25 acaba duplicando, na melhor das hipóteses. Se houvesse interesse REAL dos governos para retirar pessoas das áreas de risco, projetos como esses poderiam vingar. No entanto, sem utilizar um sistema cooperado, esses projetos acabariam caindo nas mãos daquelas grandes construtoras que os governos sempre privilegiam ou dos famosos consórcios "combinados" entre elas.

Mesmo não considerando o programa Minha Casa Minha Vida (que poderia dar preferência aos moradores das áreas de risco), parte da verba de 500 milhões anuais para Prevenção de Desastres do orçamento da união, poderia ser empregada na criação dessa fábricas de casas (argamassa armada ou similar). Com isso, além de gerar milhares de novos empregos, aceleraria o processo de retirada dessas pessoas que ainda moram nessas áreas ou perderam tudo.

O Brasil tem dinheiro para fazer vingar um projeto desses. O ganho político seria enorme. Falta de vontade política ou de capacidade moral para resistir às tentações e/ou às pressões das construtoras?


Leia também: Moradia urbana no Brasil - Arq. Fábio Savastano

Um comentário:

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