terça-feira, 19 de junho de 2018

CPI DA DELAÇÃO PREMIADA, OU OPERAÇÃO MÃOS SUJAS

Deputados criaram uma CPI que pretende atacar a Operação Lava Jato. Pretende questionar o que suas excelências estão chamando de "esquemas de venda de proteção em delações premiadas por parte de advogados e delatores no âmbito da Operação Lava Jato e em investigações anteriores", mas que na verdade tem a intenção de desqualificar as delações premiadas, pois, elas têm originado investigações contra parlamentares.

O requerimento de abertura já conta com  191 assinaturas de apoio e depende do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para que comece a funcionar. O número mínimo de assinaturas para requerer comissões de investigação é de 171, ou um terço da Casa.

Não poderia ser 170 nem 172. Tinha que ser mesmo 171.

Anotem os nomes dos parlamentares que assinaram. Serão úteis nas eleições deste ano para sabermos em quem não deveremos votar.


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segunda-feira, 18 de junho de 2018

O PRESIDENTE E O MINEIRINHO

Os eleitores dão um peso astronômico para o Presidente da República e um microscópico para o Congresso, instituição que verdadeiramente manda no país dentro deste nosso atual sistema político. Candidatos parlapatões são os que mais passam vergonha quando são eleitos. Deputados e senadores ficam apenas aguardando o candidato terminar a fase de palanque porque sabem que o machão ou a machona descerá do pedestal e cairá de joelhos, um dia após aposse.

Isso me faz lembrar aquela piada do livro "Anedotas do Pasquim" sobre o Mineirinho, o famoso e invencível "comedô" de gente.

Um vendedor se vê obrigado a permanecer numa pequena cidade do interior de Minas porque o cliente só poderia atendê-lo na manhã seguinte. Contrariado, o vendedor vai para a única pensão da cidade hospedar-se por uma noite.

Chegando na pensão, o vendedor pede um quarto pra tomar um banho e poder dormir, mas o recepcionista diz que a pensão está lotada.
– Mas pôxa, como vou fazer? Não tem nenhum lugarzinho só por uma noite?
E o recepcionista:
– Olha, na verdade tem uma cama num quarto duplo, mas acho que o senhor não vai querer porque na outra está dormindo o Mineirinho, e o senhor sabe como é né?
– O que? - disse o vendedor. Tá pensando que sou frouxo? Sou muito macho, meu amigo! Comigo não tem conversa mole não. Ele que venha dar uma de besta com papinho estranho que enquadro o malandro na hora!
– Então está bem, disse o recepcionista. Mas não diga que não avisei. Aqui está a chave do 18. É no primeiro andar.
Enquanto o vendedor subia as escadas ia pensando... "logo de cara já vou mostrar quem eu sou pro engraçadinho não vir com conversa fiada pro meu lado e saber com quem está lidando."

A porta estava entreaberta e o vendedor já entrou metendo o pé para abrir. Viu que o Mineirinho estava sentado de cócoras na cama limpando as unhas com um palito de dentes. Nem olhou e continuou limpando.

O vendedor entrou no banheiro, mijou na pia, deu um arroto, saiu, e o Mineirinho continuava impassível, limpando suas unhas como se nada estivesse acontecendo.

O vendedor jogou a mala no chão, perto da cama, foi pra janela que estava fechada, bateu tão forte com as mãos para abri-la que fez um estrondo na parede do lado de fora. Deu uma cusparada e disse: "Eita cidadezinha de merda!"

Virou-se e olhou pro Mineirinho. O cara que tava lá, do mesmo jeito, sem falar nada, resolve olhar por cima dos olhos pro vendedor, sem mexer a cabeça, sem parar de limpar as unhas.

O vendedor, nervoso, não aguentou e gritou:
– Tá olhando o que, seu babaca?
O Mineirinho quebrou seu silêncio e disse com uma voz tranquila:
–  Nada não, moço. Só tô esperando ocê pará cuessa frescura toda pra nóis óóóó - junto com aquele gesto com os dois braços muito conhecido.

Essa será a atitude do Congresso com o presidente, um dia após a sua posse.

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sábado, 16 de junho de 2018

O TÚMULO DA VÍTIMA DESCONHECIDA


Túmulo do soldado desconhecido é o nome que recebem os monumentos erigidos para honrar os soldados que morreram sem que os seus corpos tenham sido identificados.

Já escrevi algumas vezes sobre o assunto, mas dada a sua importância, continuarei insistindo. Quem sabe um dia essas pessoas que defendem corruptos ou mesmo aquelas que não defendem, mas que consideram a corrupção um crime de roubo simples conseguirão entender que ela mata centenas de milhares de brasileiros e brasileiras todos os anos.

Ficamos consternados com a morte de parentes e amigos, seja ela por doença, acidente ou crime, mas normalmente essa consternação se restringe ao momento da perda. É raro o exercício de um raciocínio que extrapole aquele instante de comoção.

Alheio às sutis ligações deste evento que acabou de presenciar com os milhares de outros que estão acontecendo no país, você chega em casa, liga a TV e o computador.

A corrupção ocupa todas as manchetes dos jornais e das redes sociais. São bilhões e bilhões desviados dos impostos que você paga com o suor do seu trabalho. Vê políticos que não fazem nada, governantes e ministros sendo investigados ou respondendo a processos; juízes da Suprema Corte protegendo e soltando bandidos, e todos todos eles com vários pontos em comum: altos salários, motoristas, assessores, aposentadorias integrais, convênios médicos sem limite de gastos, combustível, auxílio moradia, passagens aéreas, correio, verbas de representação e mais... sem o compromisso de estarem presentes no trabalho de segunda à sexta como fazem os idiotas que os sustentam.

Se você for um otário útil, militante de políticos, partidos ou ideologias, dirá que: se a favor do governo, que os roubos são para permitir a permanência do partido no poder; se for oposição, dirá que será usado para tirá-los do poder. Ambos certamente têm os mesmos objetivos nobres e altruístas que visam justiça para todos e redução da desigualdade social.

Se for daqueles omissos passionais, xingará, praguejará, dirá que que não adianta fazer nada porque o país é assim desde o descobrimento e assim continuará. Dirá que todos políticos não prestam, que você está cheio de ver notícias ruins, vai desligar tudo e dormir porque amanhã terá que acordar cedo pra trabalhar.

Enquanto isso no Brasil real, cerca de 1 milhão de pessoas estarão morrendo neste ano. Novecentos mil por doenças, 45 mil por acidentes de trânsito e 60 mil por crimes violentos.
  • DOENÇAS: Centenas de milhares morrem por falta de atendimento no sistema público de saúde, sejam mas filas aguardando consultas e cirurgias ou pela falta de remédios.
  • ACIDENTES DE TRÂNSITO: Dezenas de milhares morrem por falta de infraestrutura nas estradas.
  • CRIMES VIOLENTOS: Dezenas de milhares morrem por falta de segurança pública, incluindo contrabando de armas e drogas.
Como são mortes que não vemos, não as relacionamos diretamente com a corrupção. Por causa dela, centenas de milhares de seres humanos inocentes entre jovens, mulheres, idosos e crianças perdem suas vidas anualmente. Assassinadas, pois, o dinheiro dos nossos impostos é utilizado para enriquecer pessoas, empresários e partidos políticos inescrupulosos.

É triste constatar que infelizmente não há causas comuns entre nós eleitores. Para a maioria o importante é o presidente-herói que comandará a solução de todos problemas do país a partir de 2019, não importando os métodos que ele e sua equipe de apaniguados utilizarão. Aliás, os políticos adoram esse tipo de comportamento de seus militontos. Quanto mais fanáticos impensantes os defendendo e brigando por eles, tanto melhor. Riem deles nos bastidores dos palácios e do Congresso enquanto enchem cuecas e malas com o meu, o seu, o nosso dinheiro.

E os que os elegeram, alheios a tudo e a todos, indiferentes às vítimas desconhecidas assassinadas pelo sistema corrupto ainda reinante, como torcedores de uma Copa do Mundo vencida por seu herói, viverão alegres e felizes por mais 4 anos, até a próxima copa.

Na verdade o brasileiro vive mesmo é de quatro...

... e de quatro em quatro anos.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

O INIMIGO NÚMERO UM DOS BANDIDOS, DOS AMIGOS DOS BANDIDOS, DOS CIUMENTOS, DOS INVEJOSOS E DOS VAIDOSOS

Não bastasse a legião de bandidos políticos, de beneficiários da corrupção e de militantes alucinados, no Brasil quem defende as leis é obrigado a lutar também contra ciumentos, invejosos e vaidosos. Esse último grupo é bem heterogêneo, composto de alguns magistrados, jornalistas, artistas e outras figuras públicas que têm o hábito de cultuar o próprio ego.

Em qualquer país civilizado do mundo, um juiz probo é reverenciado por pessoas honestas, mas aqui na Banânia sua luz incomoda e irrita alguns que o criticam sob o pretexto de não deixá-lo convencido. Este é um caso típico de projeção psicológica, ou seja, quando nossa mente projeta certas características negativas que temos num sujeito externo, negando a sua posse e tentando afastá-las de nós.

Está claro de que estou falando do juiz Sérgio Moro. Se ele recebe um prêmio, esse grupo egóico o critica. Se é convidado para falar sobre o combate à corrupção num evento no Brasil ou no exterior, ele é criticado. Em resumo, se ele não fosse receber o prêmio e mandasse um representante dar a palestra em seu lugar, ele seria criticado da mesma forma. Moro sempre será criticado por essas pessoas, seja por fazer ou por deixar de fazer.

Quando eu o defendo ouço sempre os mesmos argumentos. Dizem que estou cultuando heróis e que Moro não faz mais do que a sua obrigação.

Eu não tenho heróis funcionários públicos, sejam eles políticos ou juízes. No entanto, nada me impede de elogiá-los pontualmente e faço uma simples comparação. Funcionários públicos são nossos empregados e eu sempre elogiei meus funcionários quando mereciam ser elogiados, não só como reconhecimento pelo excelente trabalho como também para que outros se espelhassem neles. Fazendo isso eu os transformava em em heróis ou simplesmente estava sendo justo com eles? Um bom histórico não concede imunidade a nenhum profissional, mas nos faz ponderar pequenos e eventuais erros que ele eventualmente cometa.

Até outubro do ano passado, Moro havia julgado 35 processos em (três anos e meio) e tinha 44 ações em aberto. Suas sentenças foram confirmadas e algumas vezes agravadas pela segunda instância (TRF4). Uma performance nada desprezível.

Na minha opinião, Moro, Ministério Público e Polícia Federal deveriam ter apoio quase que irrestrito da população trabalhadora e decente deste país. Caso contrário estaremos perdendo uma oportunidade única de colocar os corruptos em seus devidos lugares (nos tribunais e na cadeia, por exemplo) e o Brasil nos trilhos. Não se preocupem, pois, pessoas honestas sabem muito bem usar o seu bom senso para estabelecer limites de apoio e competência.

Não acreditem nesses sofistas do Estado de Direito que costumam cooptar mentes incautas, estilo Reinaldo Azevedo e outros. Não acreditem muito esses juristas de fim de semana que se apoiam na tese objetiva do trânsito em julgado e na subjetiva do amplo direito de defesa para proteger seus cúmplices e apaniguados.

Sugiro que assistam ao vídeo que estou postando abaixo. Nele vocês verão que esse "Estado de Direito" de que eles tanto falam, no Brasil foi feito apenas para garantir a boa vida de bandidos e criminosos.


sábado, 9 de junho de 2018

SENSO CRÍTICO

Com a quantidade de informações que temos hoje, infelizmente ainda vejo algumas pessoas completamente entregues a opiniões alheias, sem o menor interesse de questioná-las ou submetê-las ao crivo da própria consciência.

Estive pensando sobre o que levaria essas pessoas a agirem desta forma e relacionei alguns dos prováveis motivos:


PREGUIÇA MENTAL: É muito mais fácil aceitar a lógica de pessoas consideradas inteligentes e adotar seus argumentos. Transformam-se em papagaios impensantes e rebatem os contra-argumentos de seus contestadores com as mesmas ladainhas. Um dos recursos mais utilizados é o de mandar um link com as respostas inteligentes de seus pais ou mães adotivos-de-ideias, lidas numa entrevista.

INTERESSES ESCUSOS: Esse tipo dispensa muitos comentários. Aconteça o que acontecer, seus olhos e pensamentos sempre estarão voltados de forma dissimulada para seus objetivos pessoais. Danem-se os argumentos. O pavio de sua tolerância varia em tamanho segundo a perspicácia do seu opositor. Tipo, "ele descobriu!. Bum!"

HERÓIS SOFISTAS: Os baba-ovos desses "rolandos leros" aceitam os nós que lhes dão no cérebro e, como não entendem nada do que estão ouvindo, rendem-se ao português correto, à fluência verbal e às pitadas de lógica que muitas vezes não se relacionam diretamente com o assunto. Mas que têm lógica têm! (Leandro Karnal e Reinaldo Azevedo, por exemplo)

BURRICE: Quer que explique?

HUMANISTAS PELA METADE: Enxergam as bondades das promessas de seus ídolos e ignoram as atrocidades que eles permitem. Tudo para um futuro melhor e nada para a cruel realidade do presente.

TEIMOSIA E FIDELIDADE: "Ele defende ainda por teimosia uma causa cuja fraqueza vê, mas chama a isso «fidelidade»." (Friedrich Nietzsche)

Existem variações quase infinitas em cada um desses perfis, mas a base está aí. Vocês podem sugerir outras nos comentários.

terça-feira, 5 de junho de 2018

A PETROBRÁS DEVE TER VIDA PRÓPRIA?

Não vou entrar nessa discussão de números, mas de julho do ano passado pra cá o aumento médio foi de 30%, bem acima da inflação e o gás 20% só em 2017. Quero aproveitar um post que li para levantar outro problema que normalmente impede uma discussão mais isenta dos problemas brasileiros. O fato do PT ter vibrado com a saída de Parente não pode ser levado em conta ao avaliar o caso da política de combustíveis que foi adotada. Se todas as vezes que o PT e a esquerda vibrarem com uma notícia negativa de um governo que não seja o deles, toda decisão tomada por esse governo terá sido errada. Meirelles foi do governo Lula, mas se ele saísse nas mesmas condições que Parente saiu, isto seria comemorado com a mesma alegria pela esquerda. Não que não se possa discutir o lado ideológico de um problema econômico, mas acho que ele não pode ser superestimado. A discussão sobre o caso dos combustíveis é apenas um exemplo, porém há muitos outros. No caso específico de Pedro Parente, nem vou explorar sobre seu envolvimento no caso dos 2 bilhões para o JP Morgan que não foi explicado e limitar-me apenas à política adotada de de reajustar os combustíveis pela variação do dólar e do barril de petróleo.

Na minha opinião, uma empresa que detém o monopólio de produtos tão importantes na composição de preços e para determinados setores da economia, não pode resolver seus problemas ignorando o impacto econômico e social que suas decisões poderão provocar. Não se pode administrar uma empresa como a Petrobrás numa planilha de Excel, que foi o que Parente fez. Não vou dizer que ele deveria ter saído, mas faltou diálogo entre o governo e a Petrobrás.

No reino Unido e na França os impostos não são muito diferentes, mas há uma diferença básica e determinante em sua política de uso. Enquanto no Brasil eles servem para pagar royalties aos estados e aumentar a arrecadação do governo, nesses países os impostos flutuam justamente para evitar impactos no mercado, coisa que ouvi o governo falar apenas ontem. Oras... se Parente não tinha essa obrigação, muito embora eu pense que um presidente de uma empresa como a Petrobrás tenha que ter visão macroeconômica, falhou o governo em não prever que o problema aconteceria uma hora ou outra.

Por isso eu apoiei a reivindicação dos caminhoneiros autônomos. Não apoiei o caos ou a infiltração de sindicatos e partidos, lógico, mas considerei a greve legítima.