terça-feira, 29 de maio de 2018

COMBUSTÍVEIS: POLÍTICA SUICIDA


No Brasil as pessoas ligam greves e reivindicações ao esquerdismo ou petismo, não sendo tão incomum haver manifestações em países europeus contra aumento dos combustíveis, inclusive paralisações de caminhões. O tributo sobre combustíveis na França, Reino Unido e Alemanha é alto como no Brasil (50-55%), mas a grande diferença é que eles usam o imposto (diminuem ou aumentam) para amenizar impactos no mercado.

Aqui a Petrobrás decidiu resolver o problema dela (ou dos rombos do PT/PMDB como queiram) repassando as variações diretamente para o consumidor. Pedro Parente, considerado um gênio par alguns, simplesmente trabalhou com uma planilha de débito e crédito, aproveitando-se do monopólio (não existe nesse países) para ditar preços e políticas de aumento. Do ano passado pra cá, tivemos mais de 60% de aumento dos combustíveis, absorvidos diretamente pelo consumidor. Em três ocasiões os preços do petróleo variaram para menor, mas pergunte se essas reduções chegaram para os consumidores. Já os aumentos chegaram na velocidade de um raio.

Essa insegurança faz com que todos dessa cadeia incorporem essas variações de aumento em seus preços, provocando confusão e incertezas no mercado. O problema dessa síndrome da "esquerdopatia" é que os que se dizem direita vinculam protestos com política partidária ou ideológica, acreditando que ficando calados serão vistos como seres mais evoluídos que os outros da ralé esquerdista. No fundo, são otários da mesma forma.

Em resumo, nessa política suicida de Pedro Parente, ele simplesmente ignorou seus impactos sociais e econômicos.

Quem acompanha meu blog sabe muito bem o que eu penso do petismo e da esquerda, portanto dispenso ter de repetir.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

NÃO É SÓ PELOS 46 CENTAVOS DO DIESEL

Quando mencionei num post essa frase que nos remete ao início do movimento de 2013 foi uma comparação para que a gente pense de maneira menos superficial nessa greve dos caminhoneiros. Em 2013, o estopim foram os 20 centavos do passe livre, mas essa reivindicação tornou-se algo muito menor, mesmo porque a maioria da população mais esclarecida não aprovava essa ideia de passe livre por um simples motivo: não há nada que saia de graça sem que alguém pague por isso. Dinheiro não nasce em árvores. Em economia não há espaço para a poesia.

Chamaram Pedro Parente de gênio quando, de alguma forma, estancou a sangria da Petrobrás e melhorou sua imagem internacional com o equilíbrio financeiro da empresa. Gênio? O que o novo presidente da Petrobrás fez foi abrir uma planilha do Excel com as colunas de débito e crédito e providenciar seu equilíbrio, aproveitando-se do monopólio de mercado, para repassar as oscilações do mercado internacional ao cidadão (só os aumentos porque as reduções nunca vimos chegar) e da possibilidade de ditar o preço final dos combustíveis. Agora, fale a verdade... você não gostaria que a sua empresa pudesse fazer o mesmo? Em resumo, Pedro Parente simplesmente ignorou os impactos econômicos e sociais dessas decisões.

Da mesma forma, o preço do diesel nessa greve dos caminhoneiros está longe de ser o principal problema brasileiro, fazendo-nos refletir sobre termos sempre que engolir e pagar os prejuízos da incompetência, dos roubos e desvios de dinheiro público. Nos faz perceber que os sistemas de transporte do país e de escoamento da produção estão entregues aos lobbyes das montadoras, empresas de transporte e empreiteiras. Por que um país de topografia invejável como o Brasil não investe em ferrovias? Não é muito difícil de entender .

Enfim, essa greve não pode se limitar a reduzir os preços dos combustíveis e outros derivados do petróleo. Há um caminhão de reflexões sobre a miséria que recebemos de volta em saúde, saneamento básico, transportes, segurança e educação.

Não é pelos 46 centavos. É pelos 2 trilhões de impostos que pagamos e das centenas de bilhões que são mal empregados ou desaparecem no meio do caminho.