quinta-feira, 12 de abril de 2018

OS BOBOS DA CORTE


Vou falar como leigo em direito, mas que tem procurado compreender o que é decidido pela corte, e assim como eu, milhões de brasileiros adotaram esse hábito. O ministro Marco Aurélio generaliza e diz que o povo quer vingança e fazer justiça com as próprias mãos. O ministro fala "povo", demonstrando que no pensamento dele existe uma distância estrelar entre eles e nós, meros ignorantes, fazendo lembrar a corte francesa na época da revolução quando se dirigia à plebe pagadora de impostos que tinha apenas a missão de trabalhar e sustentar a nobreza.

Não, ministro... vocês saíram do seio da pátria que hoje renegam. Somos hoje muito mais bem informados e politizados do que Vossas Excelências pensam e sabemos muito bem quando estamos sendo enrolados nesse jurisdiquês esnobe. O sentimento de justiça transcende às leis. O homem apenas tenta por meio de regras orientar a sociedade e impor limites, mas jamais conseguirá convencer os cidadãos quando algumas decisões afrontarem e ferirem esse sentimento de justiça.

Diga-me: em qual país democrático um cidadão comum pode antecipar quais serão as decisões individuais dos ministros dependendo do réu e da casta partidária a que ele pertence? Oras... se somos leigos, como poderíamos antecipar seus votos pensando com tecnicismo para entender a linha de pensamento jurídico de cada um de vocês? Portanto, já basta de nos considerarem meros leigos idiotizados pela mídia, pelo partidarismo e pelas ideologias.

Os EUA, país mais democrático do mundo, têm uma constituição de 230 anos com apenas 27 emendas e lá as leis funcionam. Isto me faz crer que a diferença está no caráter de quem julga. Não há outra explicação plausível.

"Quanto maior o número de leis, tanto maior o número de ladrões."
(Lao-Tsé)

Já estamos cansados desse teatro de quinta categoria