domingo, 25 de fevereiro de 2018

ARMAR-SE PARA A PAZ

Armar o povo para reduzir a violência (?!) significa uma das três coisas ou as três: incompetência governamental, sistema de educação falido ou incentivo à indústria de armamentos. É a estupidez tentando vencer a ineficiência do Estado na proteção de seus cidadãos. Países como Alemanha, Austrália, Canadá, Áustria, Japão e outros que estão na lista dos 20 países menos violentos do mundo oferecem segurança sem esse tipo de incentivo idiota. Analise com calma as particularidades dos EUA, Israel e Rússia e verão que cada um tem um motivo diferente para adotar essa medida estúpida de armar a população.

Pior ainda é ouvir da direita radical que a esquerda se interessa em desarmar a população para dominá-la. Muito embora essa seja uma das estratégias do comunismo - ou de qualquer governo totalitário - dentre a imensa lista de restrições que impõe para dominar o povo, usar esse argumento para países democráticos é ficar na superfície das argumentações fáceis.

Nos EUA, por exemplo, a falência não é do sistema de ensino superior, óbvio, que envolve alta tecnologia em todas as áreas da ciência. O problema deles está na formação, na base da educação da criança e do jovem, envolvendo sistema de valores. Isto nada tem a ver com religião ou patriotismo! Tem a ver também com a indústria de armas que movimenta bilhões no país.

Aproveitando o tema belicista, sei que muitos irão me bombardear, mas é o que eu penso e venho pensando há muito tempo. Aliás, já me acostumei a lidar com alguns fanáticos espumantes das redes sociais. :)

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

A INTERVENÇÃO E OS HUMANISTAS DE ARAQUE

Eu ia começar meu texto dizendo que me divirto lendo comentários dos "especialistas" sobre a intervenção no Rio, mas o assunto é tão triste que dizer isto seria zombar da desgraça alheia. Não queria estar na pele dos que moram no Rio ou em outros estados assolados pela violência descontrolada promovida pela bandidagem.

Não sou conhecedor e muito menos especialista da área de segurança pública, mas procuro ler opiniões e notícias pra tentar entender um pouco. Ler opiniões e notícias para entender significa não torcer o nariz logo de cara para títulos de matérias ou autores e, principalmente, tentar livrar-se de convicções. Afinal isso envolve a violência e o sofrimento de pessoas inocentes.

O que mais me impressiona nessas leituras é, sem dúvida, o posicionamento dos ditos militantes partidários humanistas, defensores das minorias. Nunca sei se eles estão se referindo aos menos favorecidos, aos excluídos ou aos interesses de sua própria minoria de militantes.

Se um dia um desses militantes estiver diante de uma situação em que a polícia for chamada para salvar seu filho refém de uma arma apontada dentro de sua casa, qual será a primeira coisa que ele fará quando os policiais chegarem? Pedirá primeiro as fichas de seus prontuários pra avaliar? Exigirá que só atuem após ele aprovar a estratégia que eles utilizarão? O que ele dirá primeiro? "Não maltrate o bandido" ou "Salvem meu filho"?

É óbvio que não sou a favor da violência desmedida e reconheço que a situação do Rio não é assim tão fácil de decidir o que fazer. Mas afirmar de bate-pronto que a medida não pode ser tomada por motivos que já sabemos serem partidários-ideológicos ou eleitoreiros - e é fácil antecipar a opinião de alguns já manjados - é menosprezar o sofrimento alheio. Bem pior do que não fazer nada.

Na minha opinião, a situação atual do Rio exige o "salvem meu filho".

Tudo bem... exige também o "orai e vigiai."

domingo, 18 de fevereiro de 2018

VIVER DE QUATRO - III

Vivemos hoje num país violento, concorda? Sou amante da paz, mas se não concordar comigo eu te arrebento! Este é o Brasil dos paradoxos, onde as pessoas não fazem mais questão de levar algum tempo pra se contradizerem. É pá pum! Incoerências diretas já!

Estou longe de ser uma Madre Tereza de  Calcutá ou um Mahatma Gandhi que dizia "olho por olho e o mundo acabará cego", mas essa violência já me cansou. Não... não é só a violência das ruas, do tráfico e da bandidagem. Bolsonaristas, petistas, governistas, indecisos... ninguém usa mais aqueles argumentos pensados, raciocinados e construídos para terem um mínimo de nexo. Tudo é resolvido na base da intimidação. Ou você aceita os argumentos frágeis da tropa de choque ou leva porrada, é bloqueado e vira desafeto.

Não há mais causas em comum e se existem elas são secundárias. O importante é o herói que vai comandar a solução dos problemas, não importando o método que será usado. O "eu não falei?" é mais importante que o resultado, que o bem comum. Vemos os arautos da verdade única importando-se mais com o ataque automático às boas e possíveis soluções apresentadas por seus opositores do que com as aflições dos que dependem delas.

Os políticos? Ah, eles adoram esse tipo de comportamento de seus defensores e riem deles nos bastidores enquanto contam seu (nosso) dinheiro. Muito, mas muito dinheiro mesmo! Quanto mais militantes ignorantes e atávicos melhor. Pobre que se exploda, como dizia aquele personagem do Chico Anísio, o Justo Veríssimo.

Fico imaginando como as coisas rolarão neste ano de eleições. Os que continuarem vivos elegerão o próximo presidente e viverão felizes por mais 4 anos, junto aos outros 51% que votaram nele.

Na verdade o brasileiro ainda vive de quatro.

E de quatro em quatro anos.