domingo, 21 de abril de 2019

É POSSÍVEL DEBATER COM CIVILIDADE

Quem gosta de debater política de forma séria e civilizada não se incomoda com o contraditório quando ele vem recheado de bons argumentos. O bom debate exercita o cérebro e dinamiza opiniões. Quantas vezes já mudei de ideia sobre determinado assunto e quantas vezes ainda mudarei diante de um fato que desconhecia, de uma nova realidade. Como diz José Simão, quem fica parado é poste.

Debater é uma prática saudável, mas o duro é ter que aguentar os convictos, aqueles que surtam quando o assunto os tiram da caixinha e exige um raciocínio mais abrangente, com mais variáveis. Muitos desistem e já partem para a desconstrução pessoal, recurso preferidos dos preguiçosos e impensantes.

Pra facilitar meu trabalho, costumo dividir essa turma em quatro principais classes: os binários, os ternários, os dissimulados e os fanáticos. Explico.

BINÁRIOS são aqueles do zero e do um, do nós contra eles. Que no infinito degradê que vai do branco ao preto enxergam apenas os dois extremos. Na política ou é petralha ou bolsominion; esquerda ou direita; socialista ou capitalista; progressista ou reacionário; nazista ou humanista; democrata ou ditador, e por aí vai.

TERNÁRIOS são aqueles que já admitem uma terceira hipótese, uma a mais que o binário. A terceira é que você é um "isentão" ou politicamente correto se não se encaixar em nenhuma das duas primeiras. Raciocinar com mais de três hipóteses pode causar danos irreversíveis em seus cérebros.

DISSIMULADOS são os que se escondem atrás de uma pretensão não revelada. Estão a serviço de alguém ou querendo vantagens para si próprios. Criticam quem está no poder porque desejam candidatar-se nas próximas eleições, mamaram nas tetas de um governo opositor anterior, mamam na oposição atual ou querem mamar no próximo governo.

FANÁTICOS dispensam muitos comentários e podem ser definidos na frase de Oliver Holmes: “A mente de um fanático é como a pupila do olho: quanto mais luz incide sobre ela, mais ela se irá contrair.” São indivíduos cheios de convicções e todo argumento contrário os irrita profundamente. Se não conseguirem destruir seus argumentos, vão tentar destruir você.

As linhas divisórias entre essas classes são quase imperceptíveis, mas com um pouco de paciência, experiência e consciência política você poderá identificar facilmente essas espécies de debatedores logo após suas primeiras palavras. E ao identificá-los, melhor a fazer é ficar em silêncio e sair de mansinho.

Insistir será a mais pura perda de tempo.

domingo, 14 de abril de 2019

SENADOR KAJURU - QUANTO CUSTA O STF PARA O BRASIL

O senador Kajuru se revolta com as contas do Supremo Tribunal. Gastos com funcionários efetivos e terceirizados, aulas de yoga e respiração, até caminhões entre os veículos da corte, auxílio natalidade, auxílio funeral, despesas médicas e odontológicas entre outras mordomias além dos altos salários dos ministros.


segunda-feira, 1 de abril de 2019

QUANTO CUSTAM NOSSOS DEPUTADOS ESTADUAIS?

Sei que muitas pessoas não são chegadas em números, mas o eleitor tem que se esforçar um pouco e tentar entender para onde vai o dinheiro dos suados impostos que pagamos. Tentar entender e questionar ao menos os gastos, contingenciamentos e cortes do orçamento.

Vamos como exemplo pegar uma parte do orçamento do Estado de São Paulo para 2019 (total de R$ 231 bilhões) destinada à Assembléia Legislativa, onde trabalham (ou deveriam trabalhar) os deputados estaduais que elegemos. O Estado gastará perto de R$ 1,3 bilhão com o legislativo estadual, ou seja, aproximadamente 6% do orçamento. Se incluirmos o Tribunal de Contas, esse percentual chegará perto de 10% do orçamento, mas vamos nos ater apenas à ALESP.

Desses R$ 1,3 bilhão, R$ 1 bilhão é gasto com Pessoal e Encargos Sociais, ou seja, 60% desse orçamento considerando o Tribunal de Contas (total de R$ 2,2 bilhões).

Deputados eleitos do Partido Novo estão cortando de 50 a 70% das verbas de gabinete destinadas a despesas com assessores. Para que tenham ideia do que isso representa, se todos os 94 deputados aderissem ao mínimo de corte prometido pelo Novo, estaríamos falando de uma economia de R$ 500 milhões por ano, ou o equivalente a quase 6 Projetos Guris que a Secretaria de Cultura pensou em cortar, ou 9 hospitais de 200 leitos com UTI, ou 10 mil casas populares, e por aí vai.

Cada deputado estadual tem direito a 32 assessores (isso mesmo, TRINTA E DOIS) com salário médio de R$ 9 mil mensais, sendo que alguns recebem valores acima de R$ 20 mil. É só multiplicar 94x32x12meses e poderão entender o que isto significa para os cofres públicos.

Vamos então ao resumo do que os Deputados fazem por nosso estado e quanto custam. Transcrevo matéria da Gazeta de São Paulo:

"A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) custará aos cofres públicos R$ 1,18 bilhão em 2018. Esse número representa 4,5% a mais que do ano passado com R$ 1,13 bilhão. Só para constar, cada lei aprovada pelo Poder Legislativo nos últimos dois anos custou R$ 4 milhões. Dos projetos elaborados e apreciados pelos deputados, aproximadamente 80% são para denominação de ruas. Além disso, outros temas de pouca importância foram sancionados, como por exemplo a Lei Estadual nº 16.550, do “Dia da Memória Pet”. Contabilizando, cada um dos 94 deputados dispõe de uma elevada estrutura composta por salários de R$ 25.322,25, mais auxílio gabinete mensal de R$ 31.337,50 para gastos diversos, equipe de 16 a 32 cargos com dedicação exclusiva ao deputado além de gratificação especial de desempenho para si e sua equipe, que varia de R$ 520 a R$ 5.200 mensais.Se isso não bastasse, os deputados contam ainda com a cessão de servidores comissionados de outros órgãos, reembolso integral de despesas com saúde, um ou mais escritórios na Alesp, um veículo de uso exclusivo e impressão pela gráfica da Alesp e direito ao uso de sua estrutura para realização de eventos. No total, a Alesp conta com 3,8 mil funcionários na ativa, sendo 3,3 mil comissionados nomeados por indicação e mais 500 funcionários efetivos, estes últimos concursados. Juntos com os servidores inativos, o estado paga R$ 1 bilhão em despesas de pessoal e auxílios por ano. Só para se ter uma ideia, toda a estrutura do governo federal dos Estados Unidos conta com 4 mil cargos comissionados. A Assembleia Estadual de Nova Iorque custa por ano o equivalente a R$ 715 milhões, cerca de 60% do custo da Alesp. Durante quatro anos, a Alesp gasta o equivalente a construção de 225 creches, a manutenção anual de 10 hospitais ou a todo o orçamento da Secretaria Municipal de Assistência Social de São Paulo anualmente. Segundo Leonardo Sales, mestre em economia do setor público pela Universidade de Brasília (UnB), a Alesp é apenas o 8º legislativo estadual mais eficiente do Brasil. De acordo com os números, cada deputado cria, em média, 2,8 leis por ano, custando cerca de 24,25 por habitante paulista."

Aos que se interessarem em começar a estudar sobre o Orçamento do Estado, no endereço http://www.orcamento.planejamento.sp.gov.br/orcamentaria-anual poderão baixar os arquivos. Sempre lebrando que as contas não estão detalhadas e, para isto, você como cidadão poderá solicitar o detalhamento pela Lei da Transparência.

Se você tivesse uma empresa, deixaria seus funcionários gastando à vontade sem questioná-los, repreendê-los, demiti-los ou substituí-los se necessário?

Pois é... o dinheiro do orçamento é "dinheiro de ninguém", parece que cai do céu. Parlamentares, meus amigos,  são nossos funcionários e não "excelências" e "autoridades" inatingíveis. Devem ser cobrados, questionados, repreendidos e demitidos nas urnas se necessário.