terça-feira, 5 de junho de 2018

A PETROBRÁS DEVE TER VIDA PRÓPRIA?

Não vou entrar nessa discussão de números, mas de julho do ano passado pra cá o aumento médio foi de 30%, bem acima da inflação e o gás 20% só em 2017. Quero aproveitar um post que li para levantar outro problema que normalmente impede uma discussão mais isenta dos problemas brasileiros. O fato do PT ter vibrado com a saída de Parente não pode ser levado em conta ao avaliar o caso da política de combustíveis que foi adotada. Se todas as vezes que o PT e a esquerda vibrarem com uma notícia negativa de um governo que não seja o deles, toda decisão tomada por esse governo terá sido errada. Meirelles foi do governo Lula, mas se ele saísse nas mesmas condições que Parente saiu, isto seria comemorado com a mesma alegria pela esquerda. Não que não se possa discutir o lado ideológico de um problema econômico, mas acho que ele não pode ser superestimado. A discussão sobre o caso dos combustíveis é apenas um exemplo, porém há muitos outros. No caso específico de Pedro Parente, nem vou explorar sobre seu envolvimento no caso dos 2 bilhões para o JP Morgan que não foi explicado e limitar-me apenas à política adotada de de reajustar os combustíveis pela variação do dólar e do barril de petróleo.

Na minha opinião, uma empresa que detém o monopólio de produtos tão importantes na composição de preços e para determinados setores da economia, não pode resolver seus problemas ignorando o impacto econômico e social que suas decisões poderão provocar. Não se pode administrar uma empresa como a Petrobrás numa planilha de Excel, que foi o que Parente fez. Não vou dizer que ele deveria ter saído, mas faltou diálogo entre o governo e a Petrobrás.

No reino Unido e na França os impostos não são muito diferentes, mas há uma diferença básica e determinante em sua política de uso. Enquanto no Brasil eles servem para pagar royalties aos estados e aumentar a arrecadação do governo, nesses países os impostos flutuam justamente para evitar impactos no mercado, coisa que ouvi o governo falar apenas ontem. Oras... se Parente não tinha essa obrigação, muito embora eu pense que um presidente de uma empresa como a Petrobrás tenha que ter visão macroeconômica, falhou o governo em não prever que o problema aconteceria uma hora ou outra.

Por isso eu apoiei a reivindicação dos caminhoneiros autônomos. Não apoiei o caos ou a infiltração de sindicatos e partidos, lógico, mas considerei a greve legítima.

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