quarta-feira, 28 de março de 2018

STF: QUANTO MAIS RELUTA, MAIS SE DESMORALIZA

Considerando que não estamos falando de ignorantes em matéria de leis, a defesa de criminosos pelo STF não é um simples ato falho, mas uma fragorosa demonstração de rabo preso com figuras poderosas e importantes da república. E não precisa ser conhecedor do ofício do direito. Até uma criança pode perceber o pavor desse Supremo que um dia foi chamado de covarde por Lula naquele famoso diálogo com Dilma.

Se antes estava acovardado, hoje o STF ganhou coragem para ser explicitamente impertinente e irresponsável. Suas decisões polêmicas sossegam o PT, MDB e PSDB, mas despertam a revolta de um povo cada vez mais apartidário e menos crédulo na lisura das instituições que deveriam protegê-lo da bandidagem política.

Se estivéssemos mais atentos aos sinais de alerta de alguns juristas que conhecem os bastidores do STF, poderíamos estender melhor como funciona a cabeça dos ministros. Um desses sinais estão “no livro 'Código da Vida', de Saulo Ramos, ex-ministro da Justiça responsável pela nomeação de Celso de Mello para o STF no governo Sarney” (https://goo.gl/EyFdLu):
Saulo Ramos: — Espere um pouco. Deixe-me ver se compreendi bem. Você votou contra o Sarney porque a Folha de S. Paulo noticiou que você votaria a favor?
Celso de Mello: — Sim. 
Saulo Ramos: — E se o Sarney já não houvesse ganhado, quando chegou sua vez de votar, você, nesse caso, votaria a favor dele?

Celso de Mello: — Exatamente. O senhor entendeu?
Saulo Ramos: — Entendi. Entendi que você é um juiz de merda! Bati o telefone e nunca mais falei com ele.”
Na verdade o STF caminha decidido, estimulando uma convulsão social sem precedentes. Não é preciso ser um gênio para perceber que uma parte dos ministros está comprometida com Lula - seja por fidelidade ou por medo de uma eventual delação - e a outra, liderada por Gilmar Mendes, tentando aproveitar-se de forma dissimulada dos benefícios concedidos a Lula e sua trupe para favorecer seus apaniguados do PSDB e MDB.

Não sou ninguém para dar conselhos aos inatingíveis de caráter ilibado da corte máxima brasileira, mas se eu pudesse falar ao pé do ouvido de algum deles eu diria:

Melhor acovardarem-se de novo!



Veja o que Gilmar Mendes achava da Lava Jato antes de seus "amigos" serem envolvidos. Faça hoje a mesma pergunta que o jornalista fez naquela época. Certamente o discurso será bem diferente.

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