quinta-feira, 21 de setembro de 2017

NORMALIDADE DEMOCRÁTICA


Normalidade democrática tem um conceito muito complexo o que o torna difícil de ser avaliado e julgado. Se a palavra "normal" já é contraditória, imagine quando a unimos à uma outra que tem um sentido ainda mais amplo como "democracia". Daí, alguns dirão para avaliar usando o bom-senso e eu perguntarei: o que é bom-senso?

Todos esses termos são pautados pelas leis de um país. Se você acha que algumas leis vigentes são injustas isso já é uma outra história. Se você não acompanhou o legislativo na elaboração da lei e nem o executivo quando a promulgou, não adianta espernear. Ou cumpre ou terá de arranjar um bom advogado. Não é simples?

Não, não é tão simples assim e a gente sabe que não é. Muitas leis são elaboradas e promulgadas para atender interesses de terceiros, além dos acidentes de percurso que você tem no Brasil quando pega um fiscal, um policial, um advogado ou um magistrado corrupto.

Agora me respondam, sinceramente: há normalidade democrática no Brasil?
  • Quando ministros do STF têm explícita e reconhecida "simpatia" por grupos ou pessoas que estão sendo julgados ou querem proteger-se de eventuais escândalos e têm voto já declarado...
  • Quando o Procurador Geral da República faz acordos absurdos dando salvo conduto a bandidos confessos em troca de delações seletivas e rouba a cena do MP que trabalhava sério...
  • Quando ladrões de galinha vão para a cadeia, mas cetenas de políticos e empresários milionários corruptos ficam livres para usufruirem do dinheiro que roubaram de nós...
  • Quando um governador de um estado completamente sugado e arrasado pela corrupção como o Rio de Janeiro, impede que a polícia e o exército dirijam-se para o local em que duas quadrilhas de traficantes estão disputando "a boca", alegando que os bandidos devem decidir à bala eles mesmos e sem intromissão da polícia para que a população se sinta "protegida"...
  • Quando senadores, deputados, diretores de estatais, ex-presidentes, presidentes e ministros condenados ou investigados, continuam em seus cargos ou circulando livres e soltos, fazendo até campanhas com o nosso dinheiro direta ou indiretamente roubado...
Será que temos que comparar o Brasil com Venezuela, Cuba ou Coréia do Norte para dizermos que somos felizes cidadãos de um país democrático? Liberdade democrática significa poder sair e gritar nas ruas?

E você, o que acha? Vivemos uma normalidade democrática?
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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

PARTIDARISMO, IDEOLOGIA E ESSAS BESTEIRAS

Ficar discutindo ideologias ou partidarismo quando, segundo os procuradores da Lava Jato, a corrupção no Brasil chega a 200 bilhões por ano, seria o mesmo que na época da segunda guerra, generais dos países aliados ficarem discutindo sobre a validade da teoria da raça pura ou darwianismo social enquanto 6 milhões de judeus (1 milhão de crianças) morriam em campos de concentração na Alemanha nazista.

Exagero? Não, não é exagero. Acontece que poucos no Brasil se preocupam com aquilo que não veem, um verdadeiro holocausto anual silencioso que mata milhões de brasileiros sem atendimento no SUS e nas ruas por falta de segurança.

Em termos de saúde pública, nosso problema mais grave, cerca de 5 mil municípios brasileiros não possuem leitos de UTI. Um estudo da Organização Mundial da Saúde mostrou que o Brasil está na 125º posição num ranking de 191, atrás de diversos países pobres da África e da Ásia. No entanto, pasmem, quando o assunto é gastos com saúde, o Brasil, paradoxalmente, está na 51ª posição. (Spotniks)

Cerca de 1 trilhão de reais em impostos é arrecadado anualmente no Brasil. O economista Alexandre Schwartsman revela que a cada R$ 100 arrecadados a mais em tributos entre 1995 e 2010, somente R$ 8,60 foram destinados para investimentos oficiais na construção de escolas, hospitais, rodovias, portos e aeroportos.

Voltando à corrupção, se ela movimenta cerca de 200 bilhões anuais, ou seja, 20% de tudo que é arrecadado em impostos, faz sentido ficarmos discutindo sobre quem rouba mais ou menos? Sobre ideologias e governabilidade enquanto os responsáveis por esse caos continuam no poder?

Pura perda de tempo tentar me convencer. Não sossegarei enquanto TODOS esses bandidos, ladrões do dinheiro público, assassinos potenciais, dissimulados ou confessos, não forem presos e estiverem fora da política.

Não há meio termo. Quem apoia a permanência de bandidos no poder, seja qual for a razão, é cúmplice desse holocausto silencioso, da morte de milhões de brasileiros todos os anos. Os que ainda têm um pouco de caráter, mas mesmo assim insistem em defender bandidos seja em nome do que for, que não durmam à noite. Na minha opinião não passam de cúmplices.

E fim de papo!