segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A ILUSÃO DA PROPOSTA E DO DOMÍNIO IDEOLÓGICO

A ideologia é uma grande farsa alimentada pela ilusão e travestida de solução. Já experimentamos ditadura militar; já experimentamos o nada com Sarney e Collor, centro-direita com Itamar, centro-esquerda FHC e a esquerda com o PT. Eu não me refiro às ideologias propostas nos estatutos partidários, mas às ideologias praticadas, ideologias de fato baseadas no estilo desses governos que passaram.

Por que apenas Itamar/FHC saíram-se melhor? Foi a ideologia que abraçaram? Nada! Saíram-se melhor porque havia oposição ferrenha liderada pelo PT, oposição esta que chegava aos limites da irresponsabilidade, da incoerência programática. Mas espremia, apertava, fazia com que as decisões desses dois governos fossem constantemente reavaliadas.

Vejam que não estou discutindo sobre o mérito ou coerência das questões combatidas ou apoiadas pela oposição. Refiro-me aos resultados positivos do ATO de se opor. (Leiam e reflitam sobre a frase de Benjamim Disraeli)

O PT e aliados, governaram com oposição ferrenha? A oposição nesses 14 anos de governo PT simplesmente INEXISTIU. Muitos se esquecem de que o PSDB originou-se da esquerda dissidente do PMDB. O que é "Social Democracia"? Basta ver a sua definição clássica. Basta pensar um pouco. Pesquisem, procurem, leiam.

Enquanto os brasileiros ficarem presos nas ilusões das ideologias e nessa do nós contra eles, será uma sucessão de entra-e-sai, nada mais do que isso.

Enquanto tolerarmos os crimes dos "NOSSOS CRIMINOSOS" e formos implacáveis só com "OS DELES", ficaremos perdendo tempo com ideologias, patinando sem sairmos do lugar.

Tolerância Zero, a única saída para o Brasil.

Única.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

NA CALADA DA NOITE COMO QUALQUER LADRÃO DE GALINHAS, MAS COM FORO ESPECIAL

Aprovaram na calada da noite por voto simbólico das lideranças o fundão partidário de 1,7 bi do nosso dinheiro. Alegam que a verba está prevista no Orçamento da União em consonância com a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e não afetará as verbas da saúde, segurança, educação e investimentos de infraestrutura, mas é tudo papo furado, história pra boi dormir.

O presidente da república (assim como governadores e prefeitos) tem prerrogativa constitucional de contingenciar verbas (ou segurar) para poder cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e em caso de aperto no orçamento, contingenciará verbas que beneficiariam a população, mas jamais esse fundão partidário. Portanto, esses 1,7 bilhões de alguma forma serão retirados dos benefícios que deveriam ser direcionados para o povo. O contingenciamento do orçamento de 2017 já está em R$ 42,1 bilhões e certamente esses 1,7 bilhões não fazem e nem farão parte dele.

Só para se ter ideia de valores, esse fundão aprovado sorrateiramente ontem por voto simbólico das lideranças partidárias, equivale a 3 mil escolas com postos de saúde ou 50 hospitais com UTI ou 34 mil casas populares.

O pior é ouvir de um deputado na tribuna que ele precisa do fundo partidário porque quer ser deputado e não tem dinheiro. É ou não o máximo do escárnio? Você que está entre os 14 milhões de desempregados no Brasil, pede para alguém financiar a confecção de seu currículo, suas indas e vindas para fazer entrevistas, almoços e cursos de para adequar-se ao mercado? E além de tudo, político não é profissão!

Continue assim, esperando que eles mudem por iniciativa própria.

Sabe quando?

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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

OS OTÁRIOS ÚTEIS, OS INÚTEIS E OS ASSUMIDOS

Quando você defende um parlamentar mesmo que apenas SUSPEITO de corrupção evitando que ele seja ao menos investigado, seja por qual motivo for, você está contribuindo para a morte de milhões de brasileiros inocentes nas portas dos hospitais e nas ruas por falta de segurança. Está aumentando o número de desempregados por falta de investimentos e incentivando a deseducação de crianças e jovens.

Não importa a causa, o partido ou a ideologia que você defenda, mesmo que a sua intenção seja a melhor possível. Incluo os que defendem por interesse pessoal, corporativo patronal ou trabalhista e talvez esses últimos sejam os piores por optarem conscientemente pela ocorrência dessas injustiças.

Na opinião de algumas pessoas, mesmo com gravações, delações os indiciados não precisam ser afastados e podem continuar exercendo suas funções constitucionais, criando, aprovando e rejeitando leis; podem ficar soltos para destruir provas e ameaçar testemunhas.

A pergunta que se faz: quais as chances que esses que morrem nas filas do SUS e nas ruas têm? Eles têm o benefício do "trânsito em julgado" ou são condenados sem direito à defesa?

PRA VOCÊ QUE CAI NESSA ESPARRELA DE FALTA DE PROVAS

A constituição de 88 previu uma série de mecanismos para evitar a prisão política, considerando o período da ditadura militar. Será que dá pra perceber que estão utilizando esses mecanismos para livrar políticos de crimes comuns alegando que só o Congresso pode autorizar que sejam investigados ou afastados de seus cargos? Pior do que judicializar a política é politizar a justiça, criando uma classe inatingível de criminosos, ladrões do dinheiro público.

Considerando que esses políticos são pagos por nós e responsáveis pelo retorno para a sociedade dos altos impostos que pagamos com o suor do nosso trabalho, uma simples suspeição por DELAÇÃO FORMAL já mereceria investigação imediata considerando que delação sem provas elimina os benefícios e agrava a pena do delator, coisa bem diferente de uma delação ou denúncia anônima.

POLÍTICOS MAIS BEM PAGOS DO MUNDO!

Deputados e senadores brasileiros são os segundos mais caros do mundo entre 110 países conforme estudo realizado pela ONU em parceria com a UIP (União Interparlamentar).

Classe de privilegiados que normalmente trabalha de terça à quinta, deputados custam 86 milhões e senadores mais 13 milhões por mês para o contribuinte brasileiro.


  • - Salário de R$ 34 mil;
  • - Auxílio-moradia de R$ 4 mil;
  • - 92 mil para contratar até 25 funcionários;
  • - R$ 30 a 45 mil por mês para gastar com alimentação;
  • - Aluguel de veículo e escritório, divulgação do mandato, entre outras despesas;
  • - Dois salários no primeiro e no último mês da legislatura como ajuda de custo;
  • - Ressarcimento de gastos com médicos.


Esses são os principais benefícios de um deputado federal (e também dos senadores), que somam R$ 168,6 mil por mês. Juntos, os 513 custam, em média, R$ 86 milhões ao contribuinte todo mês ou R$ 1 bilhão por ano. A Mesa Diretora decidiu diminuir os gastos com assinatura de veículos de imprensa, mas, por outro lado, aumentou em R$ 2,3 milhões o valor anual da verba destinada à cota parlamentar. No ano passado, R$ 1,96 milhão foi consumido com a compra de jornais e revistas. Como foi uma deliberação interna, a medida não precisa passar pela análise dos 513 deputados.

(Fontes: www.politize.com.br/quanto-ganha-senador/ e http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/lista-todos-os-salarios-e-beneficios-de-um-deputado/)

Num país democrático em que as instituições - mesmo imperfeitas - ainda funcionam, não há justificativa para que um cidadão honesto proteja suspeitos, indiciados e muito menos políticos comprovadamente corruptos.

Ou partimos para TOLERÂNCIA ZERO ou desestimularemos membros do Ministério Público e juízes como Moro que ainda nos dão esperança de um país melhor ou jamais acabaremos com a corrupção no país.

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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

NORMALIDADE DEMOCRÁTICA


Normalidade democrática tem um conceito muito complexo o que o torna difícil de ser avaliado e julgado. Se a palavra "normal" já é contraditória, imagine quando a unimos à uma outra que tem um sentido ainda mais amplo como "democracia". Daí, alguns dirão para avaliar usando o bom-senso e eu perguntarei: o que é bom-senso?

Todos esses termos são pautados pelas leis de um país. Se você acha que algumas leis vigentes são injustas isso já é uma outra história. Se você não acompanhou o legislativo na elaboração da lei e nem o executivo quando a promulgou, não adianta espernear. Ou cumpre ou terá de arranjar um bom advogado. Não é simples?

Não, não é tão simples assim e a gente sabe que não é. Muitas leis são elaboradas e promulgadas para atender interesses de terceiros, além dos acidentes de percurso que você tem no Brasil quando pega um fiscal, um policial, um advogado ou um magistrado corrupto.

Agora me respondam, sinceramente: há normalidade democrática no Brasil?
  • Quando ministros do STF têm explícita e reconhecida "simpatia" por grupos ou pessoas que estão sendo julgados ou querem proteger-se de eventuais escândalos e têm voto já declarado...
  • Quando o Procurador Geral da República faz acordos absurdos dando salvo conduto a bandidos confessos em troca de delações seletivas e rouba a cena do MP que trabalhava sério...
  • Quando ladrões de galinha vão para a cadeia, mas cetenas de políticos e empresários milionários corruptos ficam livres para usufruirem do dinheiro que roubaram de nós...
  • Quando um governador de um estado completamente sugado e arrasado pela corrupção como o Rio de Janeiro, impede que a polícia e o exército dirijam-se para o local em que duas quadrilhas de traficantes estão disputando "a boca", alegando que os bandidos devem decidir à bala eles mesmos e sem intromissão da polícia para que a população se sinta "protegida"...
  • Quando senadores, deputados, diretores de estatais, ex-presidentes, presidentes e ministros condenados ou investigados, continuam em seus cargos ou circulando livres e soltos, fazendo até campanhas com o nosso dinheiro direta ou indiretamente roubado...
Será que temos que comparar o Brasil com Venezuela, Cuba ou Coréia do Norte para dizermos que somos felizes cidadãos de um país democrático? Liberdade democrática significa poder sair e gritar nas ruas?

E você, o que acha? Vivemos uma normalidade democrática?
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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

PARTIDARISMO, IDEOLOGIA E ESSAS BESTEIRAS

Ficar discutindo ideologias ou partidarismo quando, segundo os procuradores da Lava Jato, a corrupção no Brasil chega a 200 bilhões por ano, seria o mesmo que na época da segunda guerra, generais dos países aliados ficarem discutindo sobre a validade da teoria da raça pura ou darwianismo social enquanto 6 milhões de judeus (1 milhão de crianças) morriam em campos de concentração na Alemanha nazista.

Exagero? Não, não é exagero. Acontece que poucos no Brasil se preocupam com aquilo que não veem, um verdadeiro holocausto anual silencioso que mata milhões de brasileiros sem atendimento no SUS e nas ruas por falta de segurança.

Em termos de saúde pública, nosso problema mais grave, cerca de 5 mil municípios brasileiros não possuem leitos de UTI. Um estudo da Organização Mundial da Saúde mostrou que o Brasil está na 125º posição num ranking de 191, atrás de diversos países pobres da África e da Ásia. No entanto, pasmem, quando o assunto é gastos com saúde, o Brasil, paradoxalmente, está na 51ª posição. (Spotniks)

Cerca de 1 trilhão de reais em impostos é arrecadado anualmente no Brasil. O economista Alexandre Schwartsman revela que a cada R$ 100 arrecadados a mais em tributos entre 1995 e 2010, somente R$ 8,60 foram destinados para investimentos oficiais na construção de escolas, hospitais, rodovias, portos e aeroportos.

Voltando à corrupção, se ela movimenta cerca de 200 bilhões anuais, ou seja, 20% de tudo que é arrecadado em impostos, faz sentido ficarmos discutindo sobre quem rouba mais ou menos? Sobre ideologias e governabilidade enquanto os responsáveis por esse caos continuam no poder?

Pura perda de tempo tentar me convencer. Não sossegarei enquanto TODOS esses bandidos, ladrões do dinheiro público, assassinos potenciais, dissimulados ou confessos, não forem presos e estiverem fora da política.

Não há meio termo. Quem apoia a permanência de bandidos no poder, seja qual for a razão, é cúmplice desse holocausto silencioso, da morte de milhões de brasileiros todos os anos. Os que ainda têm um pouco de caráter, mas mesmo assim insistem em defender bandidos seja em nome do que for, que não durmam à noite. Na minha opinião não passam de cúmplices.

E fim de papo!

segunda-feira, 17 de julho de 2017

A GLOBO, A RECORD, A GERAL E AS NUMERADAS COBERTAS

Existem duas maneiras de ver o caso da Globo. A primeira é incluí-la em TODOS os casos de corrupção, investigá-la normalmente e prender os culpados, como se faz com bandidos contraventores. A segunda é usar o caso para justificar roubos e livrar a cara de outros bandidos, como os que estão no poder.

Infelizmente a política estilo futebolística, aquela de torcidas que culpam o juiz pela derrota, culpando-o por haver expulsado o jogador do seu time ou ter invalidado um gol em impedimento, é uma das principais causas desse caos em que nos meteram. No Brasil existe a culpa relativa, o bandido bom ou o menos ruim.

A denúncia da Record embora seja séria e bombástica, é daquele estilo roto falando do esfarrapado, pois, é outra que foi e é beneficiada por brechas de lei muito bem aproveitadas pelo bispo Edir Macedo e sua religião que são beneficiados por isenção fiscal e são investigados por lavagem de dinheiro. É só ver os casos fartamente noticiados pela imprensa ( http://veja.abril.com.br/politica/como-a-universal-lava-o-dinheiro-doado-pelos-seus-fieis/ ).

No fundo, essa briga tem outros motivos, bem distintos do desejo de se fazer um país decente e, infelizmente, vai se transformar numa nova guerra de torcidas. Torcidas que estranhamente odeiam o assalariado William Bonner (como se ele fosse responsável pela linha editorial da Globo), que odiavam também o petista Paulo Henrique Amorim, mas que agora poderão relativizá-lo e adorá-lo. Amorim demitido da Globo e que mamou nas tetas do governo (nosso dinheiro!) com seu blog durante longos 15 anos, defendendo Lula e sua quadrilha.

Enfim, o Brasil é o país dos bandidos relativos, dos crimes relativos, das leis relativas, da justiça relativa, da desonestidade e da honestidade relativas.

Da burrice e da estupidez absolutas também.


sábado, 10 de junho de 2017

O TSE acabou. O STF e a justiça brasileira estão a caminho.

Embora hoje seja um dia muito triste para o pais, como não sou uma pessoa fanática e partidariamente nem apaixonada nem odiosa, vou esclarecer calmamente o que eu penso em relação à política, aos partidos e à corrupção.

Existem dois tipos de correntes contrárias aos petistas:

A primeira dos que odeiam Lula, Dilma e todos petistas. Querem vê-los todos mortos e são contra tudo aquilo que eles são a favor e até do "rouba, mas faz", arrumando todos os argumentos possíveis para justificar suas frágeis convicções. Exatamente como fez hoje o digníssimo, modesto e equilibradíssimo Gilmar Mendes em seu voto que até as pedras já sabiam, como ele mesmo costuma dizer. Enfim, nada os diferencia daqueles que eles combatem, exceto o lado que ficam nas arquibancadas do Coliseu apontando seus polegares para baixo.
A segunda dos que não gostam de Lula, Dilma, do PT e de qualquer outro político ou partido que tenha roubado, ajudado a roubar ou até ignorado esses roubos e desvios de dinheiro público, estimado em 4 trilhões de reais (aproximadamente e por enquanto), equivalentes à nossa dívida interna + externa, responsáveis por milhões de pessoas desempregadas, mortas nas filas do SUS, nas ruas por falta de segurança e pelos jovens que não tiveram direito à educação e são aliciados pelo crime.

Eu pertenço à segunda corrente. Não me verão defendendo bandidos, ladrões do dinheiro público seja por qual motivo for. Para mim, todo ladrão deve ir pra cadeia e cumprir sua pena, deve ser afastado da sociedade e eliminado da vida política. Não divido ladrões em classes como liberalistas, progressistas ou ditadores. O que definirá a gravidade do crime será a dosimetria da pena. Que são criminosos não se discute. Não há dúvida nenhuma.

A mim não importa se o dólar ou as ações irão subir ou cair em função dessas prisões ou do impeachment de um presidente da república eleito com dinheiro roubado, tenha ele culpa direta ou sido enganado por sua equipe de campanha. A mim não importa manter meu negócio ou minha empresa às custas do sangue de idosos e crianças. Às custas da miséria de um povo que paga impostos escorchantes para sustentar PARTE de uma classe política desonesta e de funcionários públicos sem caráter.

Gostaria de poder desenhar, mas tenho certeza de que meus amigos e seguidores são inteligentes o suficiente para entender, mesmo porque sou horrível pra fazer ilustrações.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

CRACOLÂNDIA: O SEM-LIMITES DA MILITÂNCIA

Eu já disse aqui uma vez e repito... meus apoios na política sempre serão relativos e situacionais. Fora as saídas nas ruas de 1984 pra cá, foram mais de 20 anos conhecendo a política por dentro (argh!) e muitas vezes sendo chamado de ingênuo por militantes dos partidos em que já fui filiado e apoiei (PSB e PSDB). Mas a ingenuidade que eles alegavam era coisa pequena em relação à pouca vergonha de hoje, tipo nomeações, ajudas pontuais e cooptação de eleitores com transportes em dias de eleição. Em todo caso eu sempre achei essas coisas meio estranhas, mesmo sendo pequenas. Em 2002 eu desisti de participar de reuniões de apoio a candidatos ou partidos. Pra não mentir, em 2011 eu ainda participei, mas profissionalmente e felizmente não aceitaram minha proposta.

Desde o início eu aprovei as atuações de Dória, mas sempre disse que esse apoio era pontual nas ações que dariam nova imagem e vida à cidade de São Paulo. Não moro em Sampa, mas durante muito tempo eu frequentei a cidade além de também ter trabalhado lá, e confesso que a SP de hoje nada tem a ver com a daquela época. Lógico! Mais de 30 anos se passaram e todas as cidades mudaram. Como no Brasil não há o hábito de se planejar nada, a maioria das cidades mudou pra pior e raríssimas são as exceções.

No entanto, apoiar algumas ações de Dória não quer dizer que eu o apoie para ser presidente. No Brasil, a escassez de valores políticos é tão grande que qualquer administrador público que tome um pouquinho de atitudes corajosas, os eleitores já querem transformá-lo em herói. Propaganda e marketing (minha área) pode ajudar a construir falsos ídolos, mas não têm o condão de mantê-los sem que a realidade dos fatos corrobore. Dória está longe de me representar antes de provar nos seus 4 anos de mandato que fará jus ao menos a uma indicação. Se sair antes, pra mim, já não terá qualquer chance. Isso porque um administrador que opta pelo poder em detrimento do compromisso e da coragem já não serve mais pra nada.

No caso da cracolândia, sou a favor do pulso firme (sem violência) e da internação compulsória orientada por profissionais da saúde. Mas vejam bem o que estou dizendo: PROFISSIONAIS DA SAÚDE e não PROFISSIONAIS DA SAÚDE MILITANTES. Pra mim, a opinião dessas pessoas que se dizem humanistas, mas são contra de forma GENERALIZADA não merecem nenhum crédito. Mais ainda aquelas que são a favor de não mexer em nada ou que acham que uma pessoa entregue às drogas e aos traficantes têm direito e condição de escolha. Desculpem, mas que porcaria de opinião é essa? E se algum parente seu estivesse lá? Repito: sou a favor de uma ação planejada e muito melhor do que foi essa primeira que apresentou alguns erros boçais. Mas já foi um começo que mexeu com a indiferença de muito humanista marca-barbante que tem por aí.

Finalizando, minha opinião é que esses militantes são uns irresponsáveis e valem muito menos que esses pobres drogados. Valem menos porque estão dominados pela droga da ideologia e da política partidária irresponsável. Os pobres coitados da cracolândia só prejudicam a eles mesmos, mas esses militantes dominados pela droga do fanatismo prejudicaram e continuam prejudicando milhões.

Não há tratamento pra esse tipo de drogado. Nem internação compulsória que resolva.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

DUAS CATEGORIAS DE JUÍZES


Sempre que o STF profere alguma decisão bizarra, o povo logo se apressa para sentenciar: “a Justiça no Brasil é uma piada”.

Nem se passa pela cabeça da galera que os outros juízes – sim, os OUTROS – se contorcem de vergonha com certas decisões da Suprema Corte, e não se sentem nem um pouco representados por ela.

O que muitos juízes sentem é que existem duas Justiças no Brasil. E essas Justiças não se misturam uma com a outra. Uma é a dos juízes por indicação política. A outra é a dos juízes concursados.

A Justiça do STF e a Justiça de primeiro grau revelam a existência de duas categorias de juízes que não se misturam. São como água e azeite. São dois mundos completamente isolados um do outro. Um não tem contato nenhum com o outro e um não se assemelha em nada com o outro. Um, muitas vezes, parece atuar contra o outro. Faz declarações contra o outro. E o outro, por muitas vezes, morre de vergonha do um.

Geralmente, o outro prefere que os “juízes” do STF sejam mesmo chamados de Ministros – para não confundir com os demais, os verdadeiros juízes.

A atual composição do STF revela que, dentre os 11 Ministros (sim, M-I-N-I-S-T-R-O-S!), apenas dois são magistrados de carreira: Rosa Weber e Luiz Fux. Ou seja: nove deles não têm a mais vaga ideia do que é gerir uma unidade judiciária a quilômetros de distância de sua família, em cidades pequenas de interior, com falta de mão-de-obra e de infra-estrutura, com uma demanda acachapante e praticamente inadministrável.

Julgam grandes causas – as mais importantes do Brasil – sem terem nunca sequer julgado um inventariozinho da dona Maria que morreu. Nem uma pensão alimentícia simplória. Nem uma medida para um menor infrator, nem um remédio para um doente, nem uma internação para um idoso, nem uma autorização para menor em eventos e viagens, nem uma partilhazinha de bens, nem uma aposentadoriazinha rural. Nada. NADA.

Certamente não fazem a menor ideia de como é visitar a casa humilde da senhorinha acamada que não se mexe, para propiciar-lhe a interdição. Nem imaginam como é desgastante a visita periódica ao presídio – e o percorrer por entre as celas. Nem sonham com as correições nos cartórios extrajudiciais. Nem supõem o que seja passar um dia inteiro ouvindo testemunhas e interrogando réus. Nunca presidiram uma sessão do Tribunal do Júri. Não conhecem as agruras, as dificuldades do interior. Não conhecem nada do que é ser juiz de primeiro grau. Nada.

Do alto de seus carros com motorista pagos com dinheiro público, não devem fazer a menor ideia de que ser juiz de verdade é não ter motorista nenhum. Ser juiz é andar com seu próprio carro – por sua conta e risco – nas estradas de terra do interior do Brasil. Talvez os Ministros nem saibam o que é uma estrada de terra – ou nem se lembrem mais o que é isso.

Às vezes, nem a gasolina ganhamos, tirando muitas vezes do nosso próprio bolso para sustentar o Estado, sem saber se um dia seremos reembolsados - muitas vezes não somos. Será que os juízes, digo, Ministros do STF sabem o que é passar por isso?

Por que será que os réus lutam tanto para serem julgados pelo STF (o famoso “foro privilegiado") – fugindo dos juízes de primeiro grau como o diabo foge da cruz?
Por que será que eles preferem ser julgados pelos “juízes” indicados politicamente, e não pelos juízes concursados?

É por essas e outras que, sem constrangimento algum, rogo-lhes: não me coloquem no mesmo balaio do STF. Faço parte da outra Justiça: a de VERDADE.

( juíza Ludimilla Lins Grilo)

quarta-feira, 3 de maio de 2017

GILMAR MENDES É UM NADA

Para um egoico, um indivíduo que se acha o máximo, muito pior do que xingar sua mãe e falar que ele não tem caráter é dizer que ele é UM NADA. Principalmente quando vaidoso se acha acima da própria lei e - e aí vai outra ofensa mortal - é muito bem pago por nós, seus patrões. Sim... nosso empregado, mas não como um outro qualquer, pois, um funcionário de uma empresa privada não receberia tanto pelo que tem obrigação de fazer e muito menos pelo que não fez e não faz. Num emprego normal, Gilmar Mendes já estaria no olho da rua, procurando emprego como estão outros 14 milhões de brasileiros ou quem sabe dormindo debaixo de uma ponte qualquer.

Gilmar Mendes é UM NADA. Um funcionário público Denorex, aquele que parece, mas não é. Sua atitude ontem de tentar desmoralizar o Ministério Público não foi juvenil como ele alegou ser o comportamento dos procuradores, mas sim infantilmente ridícula. Centenas de gilmares não fazem um Deltan Dalagnol ou meio Sérgio Moro. É preciso muito mais do que uma simples toga e um título de ministro escolhido para o Supremo. É preciso caráter ilibado, mas não com ilibação reconhecida pelo Presidente da República e depois sabatinado por um Congresso vergonhoso que também aprovou Dias Toffoli e outros "ilibados" de notório saber jurídico que estão por lá.

"Há dez anos, o jurista e professor da USP Dalmo Dallari publicou artigo que gerou polêmica em que sustentava: 'Gilmar Mendes no STF é a degradação do judiciário brasileiro'. Agora, ele reafirma e diz mais: 'Há algo de errado quando um ministro do supremo vive na mídia' " (Pragmatismo Político)

Gilmar Mendes é UM NADA. É apenas mais um que integra nossa coleção compulsória de figurinhas repetidas deste país de instituições falidas que se chama Brasil. É mais um que "se acha", mas não faz a menor ideia do que estamos pensando e do que achamos que ele é.

Gilmar Mendes é UM NADA e NADA mais.

domingo, 2 de abril de 2017

SÓ A VIOLÊNCIA EXPLÍCITA REVOLTA

O ser humano é mesmo um problema pra ser resolvido apenas pelas altas esferas do mundo espirirual ou por extraterrestres de outras galáxias. Milênios de gerações de exemplos e sofrimento não foram suficientes pra que a humanidade colocasse o raciocínio lógico à frente de seus instintos e renunciasse à sua teimosia atávica.

O ser terrestre é capaz de resolver equações complicadíssimas, mas falta-lhe cognição para ligar fatos recorrentes da história e um mínimo de humildade para rever e abandonar suas convicções. E com isso o mau sempre vence, mesmo que temporariamente, o suficiente para produzir grandes estragos que levam gerações inteiras para serem reparados. É a ignorância em ação.

Herodes, Luiz XVI, Hitler, Mussolini, Mao Tsé-Tung, Lenin, Stalin, Pinochet, Idi Amin, Kadafi, Fidel, enfim, uma lista interminável de governantes que cometeram crimes covardes contra a humanidade servem hoje apenas de instrumentos para ofender o adversário político. Ofendem sem a mínima base de conhecimento histórico, sem perceberem que a comparação não resistiria nem aos singelos argumentos de um simples e curioso leitor de livros de história.

Só a violência explícita revolta. Os fanáticos são incapazes de ligar as coisas por analogia. Incapazes de perceber as sutilezas da maldade e da injustiça. A foto ou o vídeo da morte de um idoso na fila do SUS ou de uma criança por bandidos revolta a esquerda e a direita, mas ambas são incapazes de ligar a cena que veem com a corrupção de seus heróis, apenas a de seus adversários. Como se esses vagabundos ou suas causas estúpidas de intenções veladas justificassem a morte diária de milhares seres humanos entregues aos caprichos e interesses desses sub-humanos hipócritas.

O Brasil foi COMPROVADAMENTE saqueado em TRILHÕES de reais nos últimos 14 anos, mas ao invés do povo se unir em torno do combate a essa corrupção assassina, fica discutindo se ela é endêmica, se isso acontece porque o político ladrão é um produto do meio e sobre qual o próximo herói político que virá nos salvar.

Salvar-nos de quem? De nós mesmos?

segunda-feira, 27 de março de 2017

NÃO PODEMOS SACAR AS QUOTAS DO PIS, MAS PODEMOS SER SAQUEADOS PELO GOVERNO

Não tenho carteira assinada há mais de 25 anos e tenho um saldo de R$ 6 mil de quotas do PIS. Fui me informar sobre o saque dessas quotas, mas poderei tirar apenas quando me aposentar (agora sabe lá Deus quando) ou quando tiver 70 anos.

Recebo anualmente uma porcaria de rendimentos dessas quotas, mas o principal não posso sacar.

Em 1999 foi aprovado pela Câmara e Senado o Projeto de Lei  no 5.732 que permitia a retirada das quotas para quem tivesse 60 anos ou mais  (no 216/07 no Senado Federal), mas Dilma vetou integralmente (mensagem Nº 582, de 19 de dezembro de 2012) alegando (pasmem):

A alteração proposta traria impacto negativo ao patrimônio do Fundo de Participação PIS-PASEP e, consequentemente, aos recursos disponíveis ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), exigindo aportes extras do Tesouro Nacional para a manutenção de programas de desenvolvimento nacional. Ademais, ao alterar a idade para saque das contas individuais, o projeto geraria incongruência em relação às regras de movimentação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Mas aportes do Tesouro para atender Cuba, Bolívia, Venezuela e países ditadores africanos, para atender Eike Batista, Friboi, Odebrecht e outras construtoras puderam ser feitos não, dona Dilma? Principalmente porque nesses empréstimos do BNDES havia propina para o PT, PMDB e partidos da base aliada, além de dinheiro para enriquecimento ilícito de seus caciques.

Este país só terá jeito se houver uma convulsão social ou guerra civil!

domingo, 26 de março de 2017

O perigoso tudo ou nada das instituições brasileiras



A insistência dos três poderes em tentar resolver a crise da corrupção - cada um ao seu modo - está criando um sério risco para a estabilidade democrática do país.

O PASSADO

No executivo e legislativo é resultado de muitas décadas do povo esquecendo as mazelas dos políticos corruptos, permitindo que eles retornassem à política como se nada tivesse acontecido.

No judiciário, mais especificamente no Supremo Tribunal Federal, acompanhávamos suas decisões só pelas manchetes dos jornais (tipo "Nossa! O Supremo decidiu!!), mas não fazíamos a mínima ideia de como os julgamentos e decições aconteciam.

Já a grande imprensa - o quarto poder - publicava muitas notícias duvidosas que eram assumidas como verdades, segundo seus próprios interesses. A credibilidade era proporcional à audiência dos veículos e do poder econômico das empresas de comunicação. 

O PRESENTE

Se considerarmos a cronologia formal dos anos, tais vícios foram mantidos até meados de 2002, mas na linha do tempo em termos de tecnologia, as mudanças foram - e continuam sendo - exponenciais, sendo absolutamente desnecessário nos aprofundarmos neste raciocínio. Apenas vale lembrar que hoje as informações estão pulverizadas e, mesmo havendo e notícias inverídicas, um jornalista autônomo ou um cidadão de credibilidade pode desmentir toda notícia enganosa ou mal fundamentada desses grandes veículos. 

É muito fácilo notar a grande diferença entre o Mensalão e o Petrolão desbaratado pela Operação Lava Jato. Enquanto o primeiro puniu apenas alguns empresários e alguns bois de piranha políticos, o segundo pôs a nú uma roubalheira quase que generalizada e sem precedentes na história do país e talvez da humanidade, tanto do meio empresarial quanto do político. Mesmo depois do Mensalão, os esquemas de corrupção continuaram a todo vapor, sem a menor preocupação por parte desses vagabundos. Quantos brasileiros não morreram nas portas dos hospitais, assassinados nas ruas ou tornaram-se bandidos por falta de escolas?

A INDIFERENÇA 

Mesmo diante desse quadro assustador, os Três Poderes ainda insistem em resolver o problema segundo seus próprios modos e interesses, distanciando-se das leis e das provas REAIS, altamente comprometedoras. No executivo e legislativo há um claro conluio corporativo (com raríssimas exceções) para melar a Lava Jato e dar impunidade aos políticos e partidos envolvidos nesse vergonhoso escândalo de roubos do nosso suado dinheiro dos impostos, sem contar os casos descarados de enriquecimento ilícito, como o de Lula, Sérgio Cabral, Eduardo Cunha entre outros. O Congresso mantém seus privilégios imorais - inclusive de suas aposentadorias - e, mesmo diante da imensa crise econômica, mantém seus autos salários e mordomias que alcançam mais de R$ 150 mil por mês, mas querem aumentar impostos, cortar direitos trabalhistas e a previdência do trabalhador.

No caso do STF, muito embora não haja notícias do envolvimento direto nas falcatruas, o partidarismo e o medo são tão notórios que podemos descrever, um a um, as tendências político-partidárias e das ligações de amizade com determinadas figuras políticas de pelo menos metade dos ministros. Outra parte está contra a Lava Jato por puro ciúme de Sérgio Moro, arrogância e empáfia. Consideram-se deuses inatacáveis e inatingíveis, mesmo sendo lentos e omissos em seus julgamentos e, como no Mensalão, tendo absolvido vários réus de crimes como o de formação de quadrilha que, se condenados, os deixariam na cadeia por muito tempo.

O PERIGOSO TUDO OU NADA

Essa indiferença dos Três Poderes está assumindo contornos perigosos, independentemente do resultado de hoje das ruas. Assim como o progresso da tecnologia é exponencial e não obedece proporcionalidade na linha do tempo, o progresso da impaciência do brasileiro também não obedece. Estamos chegando a níveis insuportáveis de desprezo e as instituições estão subestimando a capacidade de revolta do povo. Há sérios riscos de uma convulsão social sem precedentes.

Não somos idiotas ao ponto de aceitar pacificamente aumento de impostos e, principalmente, acordos das instituições que visem a impunidade com a desculpa de poder manter a governabilidade e melhorar a economia. O brasileiro está disposto a sofrer as consequências de um fundo de poço e recomeçar a partir do ZERO se for necessário.

Quem viver verá!

terça-feira, 21 de março de 2017

CARNE FRACA: O QUE O BRASILEIRO CONSIDERA POUCO

Quando a operação Lava Jato começou, todos os políticos reclamaram da espetacularização da PF. Chiaram muito e houve até tentativa do ministro Cardozo de interferir na forma de divulgação dos casos de corrupção. Não adiantou. Hoje vemos que não foi exagero e que o buraco era mais embaixo. São mais de 300 políticos envolvidos e não meia dúzia. Essa investigação da carne já dura 2 anos e seria muita ingenuidade da PF não ter provas consistentes. É óbvio que o problema não pode ser generalizado, mas acho estranho defenderem de bate-pronto baseando-se no que "acreditam" ser verdade ou mentira.

Não importa se são 100 bois, 50 ou 10. Se assim fosse, quem roubou ou desviou 10 milhões e não 500 mereceria ser absolvido. É um caso de saúde pública. Um boi de 500 kg, com perto de 78% de aproveitamento, representa 400kg de carne. Se forem 5 bois, isto representará 2 mil quilos de carne. Um quilo por família, serão 2 mil famílias.

Em qualquer outro país as pessoas ficariam horrorizadas, mas aqui não... as pessoas falam em percentuais em relação ao total, exceto se alguém de sua família adoecer por causa disso. Daí a coisa muda.

Em todo caso, o juiz federal Marcos Josegrei deu prazo até hoje para que a Polícia Federal apresente todos os laudos utilizados nas investigações da Operação Carne Fraca.

Vamos aguardar.

sábado, 11 de março de 2017

O Senado, a Câmara, o STF e o TSE cada vez mais desmoralizados

Vivemos tempos difíceis, mas pra uma coisa está valendo: a queda das máscaras das instituições brasileiras.

Não vou perder tempo em descrever as barbaridades dessas instituições, tais como as tentativas do Congresso e do TSE (Gilmar Mendes) de anistiarem o caixa 2 e livrarem a cara dos políticos corruptos, muito menos falar sobre o STF e sua completa indiferença em relação ao grave momento que o país atravessa. Nem adiantaria. Os salários e benefícios milionários desses políticos e ministros impedem que sejam empáticos com os cidadãos que os sustentam com trabalho duro e com os impostos que pagam. Eles não estão nem aí e dão tapas em nossas caras todos os dias com suas omissões e tentativas de melar a Lava Jato. Estamos ainda vivos graças às ações de uma pequena parte das instituições que ainda honra sua toga e suas missões constitucionais: Justiça Federal, Ministério Público e Polícia Federal.

Esses não brasileiros que desonram os cargos que ocupam e superestimam o grau de influência que têm, a cada tentativa se enterram mais, provocando o desrespeito e o ódio da população ordeira e cada vez mais apartidária, completamente desiludida com partidos políticos que têm usado suas ideologias como pano de fundo para atrair fanáticos e desavisados, otários úteis estes cada vez em menor número no país das bananas.

Se esquecem que o acesso à informação é um processo irreversível e, muito embora tentem a todo instante desmoralizar a grande mídia, a pulverização da informação fez com que outros veículos de comunicação surgissem, criando milhares de furos no dique dos segredos seletivos de justiça, impossíveis de serem tapados por tão poucas mãos.

É um momento crítico. Os poderosos já estão sem alternativas e se insistirem na tese de que o brasileiro sempre esquece, perderão suas vidas nababescas e serão julgados pelo tribunal do povo em praça pública. E nesse tipo de julgamento não há foro privilegiado, nem interpretações tendenciosas da Constituição. Não há bla-blá-blás no jurisdiquês erutito. Alias, não há nem Constituição.

Só valerá a lei dos brioches, aquela de 1799.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Oposição é povo nas ruas

Apóio os movimentos sociais que irão às ruas no dia 26 e a pauta que definiram juntos, ao contrário de alguns jornalistas e figuras políticas que afirmam que a Lava Jato não está correndo riscos. Um deles é Reinaldo Azevedo, aquele que chama de estúpidos e impensantes os que não concordam com ele, mas não darei muita corda para um jornalista destemperado que demite seus colegas de profissão - ou ele(a) ou eu! -, cujo programa na Jovem Pan continua em queda livre.

Sim, a Lava Jato corre sérios riscos e só os desinformados ou comprometidos com o poder não veem ou não querem ver, alegando teoria conspiratória e falando em nome da governabilidade e estabilidade econômica, curiosamente os mesmos argumentos utilizados há menos de um ano pela esquerda que criticavam. Só não usam a palavra golpe, mas sofismam com as mesmas argumentações.

Existem dezenas de motivos para que desconfiemos das palavras de Temer. O PMDB apoiou o PT durante 13 anos; escolha de ministros suspeitos; Congresso tentando aprovação de anistia; Lobão escolhido para presidir a CCJ e por aí vai. E isso tudo sem falar da apatia (pra não dizer outra coisa) da PGR e do STF que nos daria outras dezenas de motivos, além das eleições recentes para a presidência da Câmara e do Senado. Qual teria sido a plataforma defendida por Maia e Eunício que lhes garantiram tantos votos nas duas casas, inclusive - pasmem - do próprio PT? Não... não é teoria da conspiração, mas sim o realismo da constatação.

MBL, Vem pra Rua e outros estão certos. Há um indisfarçável conluio corporativista no Congresso. Ficamos 14 anos sem oposição nos representando e agora estamos sozinhos mais do que nunca. Ou acreditam que o PT e o PSOL possam nos representar? O PSOL ainda faz uma certa oposição, mas é um partido nanico de esquerda e já estamos cansados de ver partidos como esses abandonarem seus estatutos e programas depois de ganharem notoriedade. Já o PT, até as pedras sabem porque se opõe ao governo Temer, mesmo sendo farinha do mesmo saco.

Sobre a pauta definida pelos grupos, não concordo com algumas reivindicações que nada têm a ver com o apoio á Lava Jato, mas esta é uma outra discussão que se alongaria demais e respeito a opinião de quem pensa o contrário. Fica portanto o apoio à Lava Jato como ponto principal dessa mobilização do dia 26.

Encerro com duas frases de dois filósofos políticos que justificam esta minha posição.

  • "O que é a honestidade senão o medo da prisão?" (Carlo Dossi)
  • " Nenhum governo pode ser sólido por muito tempo se não tiver uma oposição temível." (Benjamin Disraeli)

E a única oposição confiável hoje é povo nas ruas.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Somos governados por uma junta civil "constitucional"

A situação brasileira é grave, mas muitos ainda não se aperceberam disso. Não é difícil notar que alta cúpula dos três poderes já se reuniu e definiu o rito de retomada (do poder, lógico!), à despeito do que desejamos e até do que a lei explicita. Na verdade sempre fomos marionetes da chamada "democracia", variando apenas o número de cordéis da cruzeta que nos manipula. Enquanto houver poder pelo poder não existirá harmonia entre liberdade e justiça, por mais democrática que seja uma constituição. Sim, há um forte antagonismo nisso tudo. Um emaranhado de coerências e incoerências que se confundem, muitas vezes propositadamente. "O poder está podre!", todos gritam, entre eles os próprios podres desesperados tentando confundir incautos e ingênuos. E com isso esses podres conseguem fazer subir a média de 1 pra 5 numa escala de 10, todos do mesmo saco.

O corporativismo sempre nos incomoda, mas o pior deles é o dos três poderes, o ápice de todos os corporativismos. Isto acontece quando todos estão irremediavelmente comprometidos uns com os outros e resolvem unir-se usando a salvação das instituições e da democracia como pano de fundo, escondendo a podridão que rola nas coxias desse teatro de horrores.

O que nos salva desse teatro é a realidade escancarada pela liberdade de expressão e a determinação de alguns poucos que ainda resistem, não importando se o fazem por conveniência, sensibilidade ou por retidão moral, pois, afinal, o que nos interessa são as suas revelações.

A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, foi a escolhida (ou forçada) por TODOS - podres e não podres - para resolver esse embróglio, já que a política já estava - e está - irreversivelmente judicializada. A indicação do ministro Fachin para a segunda turma era caçapa cantada, assim como o "sorteio" que o oficializou como "o boi das piranhas" também o foi. Um ser razoavelmente pensante jamais poderia acreditar nessa farsa montada em conluio.

Os presidentes eleito e a ser eleito no senado e na câmara, respectivamente, são a maior demonstração de que o país se livrou de uma quadrilha e foi entregue a outra. E não poderia ser diferente! Os que um dia apoiaram ladrões não poderiam ser muito diferentes deles. Mas ninguém pode negar que evoluímos. De quarenta ladrões passamos para setenta e poucos. Bem, isso meio por baixo.

Sobre a Lava Jato e a eventual tentativa de abafá-la, coisa que pode estar rolando na escuridão das coxias, como disse o jogador Garrincha para o técnico Feola na copa de 58: "Tá legal, seu Feola, mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?"

E os russos, nesse caso, somos nós. Mas livres de Stalin.