quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Bradilma e Braécio

Respeito (de verdade) meus amigos que têm a coragem de declarar seu voto, seja pra Dilma, Aécio, branco ou nulo. Quem me acompanha no Twitter sabe que eu nunca apoiei este ou aquele partido e nunca levantei bandeira de nenhum deles. Não foram poucas as vezes que malhei e cobrei respostas do PSDB (caso Arthur Virgílio, mensalão de Minas, Metrô, por ex), além do DEM (caso Demóstenes Torres) e outros. É só ler alguns textos que fiz no meu blog, no qual escrevo há 8 anos.

Há mais de 15 anos eu escolho pessoas políticas para votar, independentemente de partidos. Sou filiado ao PSB desde 1999 e não me desfiliei por negligência e disse de maneira bem clara que não votaria em Eduardo Campos porque sempre achei que sua candidatura visava dividir  a oposição pra depois somar com Dilma, lá na frente, no segundo turno. Com a morte de Campos (amigo pessoal de Lula), também expliquei porque não votaria em Marina, pois, seu passado mostrava que tinha afinidades enormes com o PT e uma inconstância política também enorme, como no caso PV em 2010. Marina não agrega votos, exceto no início, mas depois tudo volta ao normal. Prova disso é que sua decisão pessoal de votar em Aécio (e as pesquisas mostraram isso) até tirou votos que já eram dele. Ela tem seu eleitorado cativo, os tais 20 milhões que não se transferem com a sua derrota ou desistência.

Eu me defini por votar em Aécio, mas isto não significa que ele seja o máximo e muito menos que sua administração salvará o Brasil. Salvar o Brasil hoje, pra mim, é tirar o PT do poder e o resto é lucro. Quem me conhece, sabe que colocar essa tarja "Aécio 45" no avatar do meu Facebook não foi uma decisão fácil, mas ela está declarando meu voto no segundo turno dessas eleições e não um apoio incondicional ao PSDB. Estou sim fazendo propaganda para ele, mas é uma propaganda consciente, muito embora eu não seja nenhuma personalidade pra angariar milhares de votos. Escolhi Aécio por considerá-lo melhor neste momento e porque adotará medidas econômicas que, embora mais conservadoras, vejo como única saída para o Brasil crescer, gerar empregos e reduzir essa farra do boi de roubos e assistencialismo indiscriminado (incluindo a pessoas e países "hermanos") que elevou a dívida interna brasileira de 400 bilhões em 2003 para 3,5 trilhões em 2014. Dívida esta que - não tem jeito - pagaremos com aumento de impostos, aumento da inflação, do desemprego além de perdermos mais ainda a credibilidade como nação. Qual exemplo de país com essa filosofia comuno-capitalista (?!) que vai bem hoje? A China que paga salários miseráveis, quase escravo, e que é um barril de pólvora pronto a explodir (já começaram a revolta... aguardem) ou Cuba, Argentina, Venezuela, Bolívia e Coréia do Norte?

Em 2015, caso Aécio ganhe, vocês me verão aqui com o mesmo espírito crítico de sempre, revoltando-me contra roubos e falcatruas independentemente da bandeira que carreguem. Não será um ano fácil, ganhe quem ganhar. Não sou profeta do caos, mas até uma criança pode prever as consequências desses 12 anos de absoluta irresponsabilidade com o dinheiro público, ou seja, nosso dinheiro. Pode-se matar a fome com fraternidade e dinheiro, mas não se acaba com a miséria fazendo aleluia, distribuindo o que é arrecadado sem critérios, apenas para se eleger.

Meu pensamento na POLÍTICA é pragmático mesmo. É prático e realista. Meus objetivos podem não estar certos mas eu os tenho bem definidos. Pra mim, uma ação na política só tem resultado quando oferece solução imediata para o problema. E o problema hoje, pra mim, chama-se PT e assalto aos cofres públicos como nunca se viu "na história deste paiz".

Quanto aos meus amigos, retorno agora a eles. Respeito a opinião de todos. Sempre debati, debato e debaterei alegremente com os meus argumentos, sem levar nada para o lado pessoal ou tentar desconstruí-los como pessoas. Com debates civilizados, todos crescemos. Estamos no mesmo barco e sustentar opiniões por questões de ego e sem fundamentá-las é coisa de gente teimosa, coisa de torcedor de futebol. Ou será que depois das eleições o Brasil se dividirá em dois, com empregos, impostos, inflação, educação, saúde e segurança diferentes? Bradilma e Braécio?

Queiram ou não, estamos e estaremos juntos, na alegria e na tristeza; na saúde e na doença.

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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

TOP(T) 100

TOPT 100

IMPLICANTE.ORG

Para que não haja dúvidas de que, se um dia houve limites, eles já foram estraçalhados pela total falta de freios deste grupo político. Todos os links redirecionam para páginas do próprio Implicante. Contudo, as fontes de cada notícia estão incluídas em cada postagem. Para evitar teorias conspiratórias ou desinformação, sempre priorizou-se a fonte originária do que se entende por “grande mídia”. Ou seja, são todos fatos de grande conhecimento do público mais informado no Brasil.

7 vezes em que se fez vista grossa para a corrupção nas estatais

  1. Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras fala sobre o esquema de corrupção na estatal
  2. Associação dos Profissionais dos Correios denuncia aparelhamento petista em sua página oficial
  3. TCU identifica irregularidades em contratos da Petrobras
  4. Doleiro é ligado a 17 contratos da Petrobras
  5. Ex-diretores da Petrobras dizem que a responsabilidade por Pasadena é de Dilma
  6. Assessora do filho de Dirceu é presa tentando aplicar golpe na Caixa
  7. Dirceu estaria por trás de negócios suspeitos da Petrobras
  8. PF liga Pasadena a suspeita de lavagem e vê ‘organização criminosa’ na Petrobras
  9. Lobista do PMDB denuncia esquema de propina na Petrobras

4 denúncias de uso de caixa 2

  1. Aloprados 2014: PF apreende avião com grana de campanha de Pimentel PT/MG
  2. Campanha de Dilma teria pedido dinheiro ao esquema do ‘petrolão’ em 2010
  3. Skaf e Padilha receberam doações de empresas investigadas pela Operação Lava Jato
  4. Até beneficiário do Bolsa Família é usado em aparente caixa 2 de Dilma

3 denúncias de aparelhamento da justiça

  1. O ministro do TSE que vem seguidamente votando a favor da campanha de Dilma
  2. Escritório do “novato” do STF recebeu dispensa de licitação de R$ 2 MILHÕES da União
  3. Lewandowski interferiu em processo para ajudar o PT e Dilma

5 exemplos de desmandos na saúde

  1. PF faz busca em empresas suspeitas de fraude na gestão de Padilha na Saúde
  2. Em vez de remédios, Labogen importava BEBIDAS e JOIAS
  3. Mais Médicos contrata 41 em situação não regularizada
  4. Ives Gandra diz que profissionais cubanos vivem regime de escravidão no Mais Médicos
  5. Relatos assustadores sobre o trabalho dos médicos cubanos fora de Cuba

10 denúncias de desvios de verbas

  1. PT baiano desviou milhões de programa habitacional
  2. Gerente de “pequenos serviços” da Petrobras desviou R$ 57 milhões da Petrobras
  3. Fraude no seguro-desemprego desvia recursos para servidores e políticos
  4. PF calcula que ex-diretor da Petrobras desviou R$ 300 milhões
  5. Justiça determina suspensão do reitor do IFPR, mais um petista investigado pela PF
  6. Justiça pede bloqueio de bens do ministro Pimentel
  7. Escândalo de desvios na prefeitura de São Paulo já atinge o PT
  8. Prefeitura de São Paulo não sabe para onde vai mais de metade do IPTU pago pelo contribuinte
  9. PF aponta desvio de R$ 6,6 milhões do Ministério da Educação
  10. Ministro Fernando Pimentel desviou R$ 5 milhões da prefeitura de BH, segundo Procuradoria

11 momentos que que o PT censurou e dificultou o acesso à informação

  1. Revista afirma que PT pagou em dólar para silenciar chantagistas
  2. A executiva que Lula mandou demitir e o silêncio das feministas governistas
  3. Foi hacker? Computadores do Planalto são usados para alterar páginas da Wikipédia
  4. Petrobras barra na Justiça investigação de contratos suspeitos
  5. Brasil segue despencando em ranking de liberdade de imprensa
  6. Removida delegada que apura ligação de Lula com o Mensalão
  7. Os BILHÕES que o PT investe em Cuba e só serão conhecidos em 2027
  8. A estranha escala de Dilma em Portugal
  9. Governo esconde gastos com viagens de Dilma
  10. Gastos de Rose são classificados como ‘reservados’
  11. Governo impõe sigilo sobre gastos de Dilma no exterior

3 exemplos de improbidade administrativa

  1. Licitação milionária do DNIT é contestada por empresas
  2. Governador do RS é condenado em ação de improbidade
  3. Futuro ministro da Saúde é investigado por improbidade

6 vezes em que a corrupção generalizada se fez presente

  1. Contadora de Alberto Yousseff denuncia envolvimento do PT em fraude
  2. Doleiro é acusado de lavar R$ 1,16 milhão do mensalão
  3. Dirceu abriu filial de consultoria em paraíso fiscal
  4. Denúncia de propina derruba dois assessores de Mantega na Fazenda
  5. Ministros demitidos por corrupção estão de volta
  6. Meire Poza diz ter repassado dinheiro para pagar multa do mensalão

3 momentos em que se investiu em ditaduras ou grupos radicais

  1. BNDES vai liberar US$ 150 milhões para modernização de aeroportos em Cuba
  2. BNDES patrocina evento do MST com R$ 350 mil
  3. Em Cuba, Dilma inaugura porto construído com dinheiro brasileiro e ainda promete mais R$ 700 milhões

8 vezes que se fez parceria com criminosos

  1. Candidato do PT é suspeito de lavar dinheiro para o PCC
  2. Porto cubano inaugurado por Dilma vem sendo usado para contrabandear armas para a Coreia do Norte
  3. Empresa investigada pela polícia doou R$ 4,5 milhões ao PT
  4. Mesmo presos, mensaleiros receberão quase R$ 7 milhões em salários
  5. Empresas suspeitas de fraude financiaram petistas no AC
  6. Empresa acusada de fraude já apareceu no escândalo do lixo do Palocci em Ribeirão Preto (SP)
  7. Gaievski defende-se da acusação de estupro: menores seriam maduras
  8. Genoino: réu no mensalão e assessor especial do Ministério da Defesa

6 momentos que fraudaram ou prejudicaram programas sociais

  1. MP diz que gestão Haddad beneficia MTST e recomenda bloqueio do Minha Casa, Minha Vida
  2. Prédios do Minha Casa Minha Vida no RJ terão que ser demolidos
  3. Beneficiários do Bolsa Família doaram dinheiro na última campanha em Goiânia
  4. Ligação com o PT garante privilégios no Minha Casa Minha Vida
  5. PF poupou Caixa ao investigar boatos sobre Bolsa Família
  6. Ex-servidores do Ministério das Cidades fraudaram o Minha Casa Minha Vida

5 exemplos de nepotismo

  1. Mulher de coordenador de campanha de Dilma recebeu R$ 6 milhões do governo
  2. Polícia Federal investigou filho de Lula por enriquecimento ilícito
  3. Padilha assina convênio com ONG fundada pelo pai
  4. TCU vê indícios de nepotismo na Petrobras
  5. Dinastia Lula da Silva se recusa a devolver passaportes irregulares

7 vezes em que o superfaturamento foi manchete

  1. Por determinação da Justiça, Petrobras terá que entregar todos os contratos de Abreu e Lima
  2. Empresas sob suspeita faturaram R$ 31 bilhões com a Petrobras na era PT
  3. Custo das obras dos estádios da Copa salta 263% em seis anos
  4. Prefeitura gasta R$ 6 mi com tênis escolar de má qualidade superfaturado
  5. Petrobras fechou contrato superfaturado de US$ 825 milhões com a Odebrecht
  6. PF liga ministro a empresa sob suspeita
  7. TCU confirma superfaturamento na Telebrás

13 vezes em que o partido fez uso da máquina pública em benefício próprio

  1. Prefeitura petista seria a fonte de ofensas e ataques a Aécio Neves
  2. PT e PR pagaram advogados de mensaleiros com dinheiro público
  3. Ministra Ideli é investigada por usar helicóptero do Samu
  4. Dilma torra R$ 22 mil por dia em suíte da Tiffany em Nova York
  5. Governo petista usa verba pública para saber se jornal privado é imparcial
  6. Ministro levou a família a Cuba no Carnaval em jato da FAB
  7. Uso de jato da FAB por autoridades cresce 39% no governo Dilma
  8. Escalas de Dilma no exterior custaram R$ 433 mil aos cofres públicos
  9. Lula levou diretor da Odebrecht em viagem oficial à África
  10. Em Roma, Dilma se hospeda em hotel cuja diária custa até 7,5 salários mínimos
  11. BB, Caixa e outros órgãos públicos gastam R$ 9 mi em ingressos da Copa para VIPs
  12. Familiares de presos ‘comuns’ reclamam de privilégios para visita a mensaleiros na Papuda
  13. Empreiteiras pagaram quase metade das viagens de Lula ao exterior

7 momentos em que o PT perseguiu seus críticos e opositores

  1. Campanha contra Aécio tem origem em computador da Eletrobras
  2. Internet do Planalto foi usada para editar perfis de jornalistas na Wikipédia
  3. Ex-analista confirma: Abin espionou imprensa durante o governo Lula
  4. Militante se diz vítima de censura, mas acaba revelando verba de ‘fakes’ do PT
  5. PT é suspeito de contratar telemarketing para ligar de madrugada em nome de candidato adversário
  6. Documento da Abin desmente ministro e comprova que Governo espionou sindicalistas
  7. Engenheiro que violou sigilo do caseiro vira secretário de Haddad
Link para a matéria completa: Implicante
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sábado, 18 de outubro de 2014

Esquerda, direita e o dualismo da desinformação

Está mais do que na hora de acabar com essa história de que esquerda é uma coisa só; de que socialismo e comunismo são uma coisa só; de que conservador é reacionário, ditador e fascista. Essa confusão ideológica se deu com a MORTE REAL (faltou só enterrar) do comunismo e do fascismo que emprestaram os termos esquerda e socialismo para tentar renascer das cinzas. O cidadão do mundo moderno se instruiu pelo que ouve, vê e lê por aí, sem a menor seletividade das fontes históricas. E a desinformação do povo - que é bem diferente de ignorância, como o próprio ignorante Lula disse outro dia - só interessa aos que desejam transformar mentiras em verdades e verdades em mentiras.

O PSDB (queiram ou não) é esquerda e associá-lo ao conceito moderno de direita é esquecer que seus fundadores foram Mário Covas (caçado em 1969 pelo AI5), FHC (exilado no Chile), Serra (líder estudantil na ditadura militar), Franco Montoro (uma das lideranças na luta pela redemocratização), e por aí vai.

Em relação à direita, após a Arena e o PFL tivemos o DEM, mas apenas como aspirante.

Sugiro que os jovens que saem por aí carregando bandeiras e gritando ao léu que leiam o artigo abaixo de Bolívar Lamounier, sociólogo e cientista político, ex-diretor-presidente do IDESP (Instituto de Estudos Econômicos, Sociais e Políticos de São Paulo), membro da Academia Paulista de Letras, autor de numerosos estudos de Ciência Política publicados no Brasil e no exterior.

DIREITA E ESQUERDA

As ideologias ainda têm a sua serventia. Mas já não há lugar para a utopia (Bolívar Lamounier)

Seja por hábito, seja por razões mais ponderáveis, parece que estamos cada vez mais retornando aos termos esquerda e direita para designar políticos e partidos. Quando pensamos na sucessão, falamos em Maluf pela direita, Fernando Henrique pelo centro, Lula pela esquerda. Os partidos de esquerda de tempo em tempo cogitam se reunir num grande partido... de esquerda. Mas afinal: as ideologias morreram ou não morreram? Direita e esquerda ainda são conceitos válidos, após a queda do Muro de Berlim?

O nunca assaz louvado Norberto Bobbio, grande filósofo italiano, escreveu recentemente que os conceitos de direita e esquerda permanecerão válidos enquanto as sociedades humanas continuarem dilaceradas por conflitos pela redistribuição da renda e da riqueza; ou seja, terão vida longa, se é que não são eternos. Já em 1964, 25 anos antes de Berlim, o antropólogo americano Clifford Geertz havia também escrito um ensaio extraordinário contra a tese do "fim das ideologias". Em síntese, ele dizia que é errado ver as ideologias somente pelo lado negativo, isto é, como visões simplistas, fanatismos ou tapas que os ignorantes utilizam para se sentir confortáveis com sua própria obtusidade. Simplificar elas simplificam, mas o importante, segundo Geertz, é que elas também funcionam como "mapas cognitivos", ou seja, como conjuntos estruturados de interpretações e símbolos sem os quais nenhuma coletividade poderia compreender o seu próprio ambiente, a sua história, os problemas que enfrenta e por que deve ou não deve se contrapor a outras coletividades. Nesse sentido, as ideologias não morrem porque sempre haverá milhões de indivíduos precisando entender as diferenças sociais e a sua própria identidade, isto é, a que parcela pertencem e o que os distingue de outras parcelas.

E aí, como ficamos? O pensar ideológico é bom ou ruim? As ideologias morreram ou não morreram? Não é uma questão simples. Se tivesse de optar, confesso que ficaria um pouco com a tese de Geertz e bem menos com a de Bobbio. Entendidas como referenciais coletivos, as ideologias provavelmente continuarão existindo, e não são necessariamente como um fenômeno negativo, visto que expressam a pluralidade dos interesses e valores da sociedade, e servem como orientação para os diferentes grupos. Já a distinção entre direita e esquerda parece ter perdido praticamente todo o sentido que carregou desde a sua origem (a Revolução Francesa), passando pela formulação das grandes utopias socialistas, durante o século XIX, até encontrar a sua hora da verdade, com o recente colapso das economias planejadas do Leste Europeu.

Claro, não posso fazer uma afirmação desse tamanho sem oferecer um argumentozinho sequer que a sustente. Meu argumento é que os conceitos de esquerda e direita eram inseparáveis de certa pretensão de conhecer o futuro. Este é que é o busílis. O que desabou junto com o Muro de Berlim não foi apenas o modelo de socialismo engendrado pela revolução soviética de 1917 ou apenas o intervencionismo econômico exacerbado que inventamos na América Latina. Foi sobretudo a filosofia da história subjacente à distinção entre esquerda e direita, isto é, a suposição de que as pessoas (ou os partidos e movimentos políticos) poderiam ser divididas em 2 categorias nitidamente separadas. De um lado, os "progressistas": aqueles que supostamente detinham o conhecimento do futuro; de outro, os "reacionários": aqueles que não tinham acesso a esse conhecimento. De um lado, os que trabalhavam ativamente para apressar o advento de um futuro melhor; de outro, os que não podiam fazer isso, por ignorância ou por interesse. Assim entendida, não há dúvida de que a distinção entre esquerda e direita se tornou vazia, ou francamente mistificadora.

Como fica, então, a sugestão de Geertz, de que certos "mapas cognitivos" sempre existirão e podem ser até muito úteis? Esta seria uma pergunta-chave, se resolvêssemos fazer uma reforma partidária de verdade. Como os termos esquerda e direita hoje dizem muito pouco, quem quiser comunicar efetivamente uma visão do mundo ou uma opção programática terá de ser mais específico: diga, por exemplo, qual deve ser o papel do Estado na economia, fale em preferências e prioridades, seja claro sobre os recursos com os quais pretende financiar os seus projetos.

Use e abuse do direito de especular sobre os destinos do mundo, para consumo próprio, mas seja claro ao exprimir suas opções políticas, se tiver o propósito de convencer os seus concidadãos. Se acredita que o Estado deve conservar um papel empresarial ativo, diga isso; se acha que não deve, diga como devemos fazer para que o mercado funcione de maneira realmente competitiva e traga mais benefícios que malefícios no tocante à pobreza e à distribuição da renda. Se quiser retomar a idéia de socialismo, diga se gostaria de implantá-lo em conjunto com a democracia representativa, ou com alguma forma ainda não inventada de democracia direta, ou sem democracia nenhuma. E assim por diante, caso a sua preferência seja a social-democracia, o social-liberalismo, o liberalismo tout court ou qualquer outro desses adoráveis rótulos. Mas deixe o longuíssimo prazo para os filósofos do século XIX e para os escritores de ficção científica.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Aos provocadores de plantão: tô nem aí!

Alguns escolheram a Dilma, outros Marina ou Aécio, isso pra falar das três principais candidaturas. Algumas pessoas escolheram Dilma porque rejeitavam Marina e Aécio, outros escolheram Aécio porque rejeitavam Dilma e Marina e outras escolheram Marina porque não queriam Dilma nem Aécio. Desde o início eu disse que votaria para tirar o PT e fosse quem fosse o(a) candidato(a) que se opusesse a ela eu votaria nele(a). Eu também já havia dito aqui mesmo que, independentemente de quem ganhasse de Dilma, 2015 e os anos seguintes seriam difíceis para todos nós. Com uma dívida interna+externa de 3,5 TRILHÕES de reais (saiu de 650 bilhões em 2013), com o sucateamento da indústria que gera riquezas e emprego, com uma roubalheira desenfreada há 10 anos desde o mensalão e com essa gastança irresponsável distribuindo dinheiro para países "hermanos" ideológicos, não haverá saída mágica e sobrará pra gente, seja com inflação alta ou aumento de impostos. Nem precisa ser economista pra saber disso. Sem uma política econômica mais conservadora o país quebrará (mais ainda). Afinal, você tem o costume de gastar em casa 10 vezes o que ganha "por conta" do que poderá vir a ganhar? Se não o faz, por que aceita que façam com o suado dinheiro dos impostos que você paga? Essa dívida do governo não é do governo, mas DE TODOS NÓS e nós que a pagaremos de um jeito ou de outro. Não é dinheiro da viúva ou de sujeito indeterminado.

O que eu vejo é um monte de gente fazendo beicinho porque que seu candidato perdeu, como se fosse seu time do coração que tivesse perdido. Respeito a opinião das pessoas e cada um vota em quem quiser. No entanto, comprovadamente - e são cientistas políticos que falam - quem vota em branco ou anula seu voto poderá estar votando em mais 4 anos de Dilma, o que pra mim é muito pra arriscar. Não acho que Aécio seja "o bão", como dizem, e nem alimento grandes expectativas, portanto, aqueles que estão torcendo para as coisas darem errado só pra depois dizerem "não falei?", podem tirar o cavalinho da chuva porque eu também perguntarei: "não falou o que, cara pálida?". Meu voto é pragmático e os fanáticos de plantão que curtam seu pessimismo sozinhos sem me encherem o saco. Se alguém arrisca um país inteiro só para ter razão, vai precisar de mais alguns bons anos pra ganhar consciência política e humanista. Eleições não elegem reis, rainhas e muito menos heróis imbatíveis. Eleições apenas DEPURAM a democracia aos poucos. O melhor estará lá na frente, talvez para os nossos netos, bisnetos ou tetranetos. Mas nossa obrigação é começar a depurar já.

Pra mim, por enquanto, é fora PT!

O resto será lucro.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Bolsa Família: Influência eleitoral decadente

Para justificar a revolta de junho do ano passado contra o seu (des)governo, Dilma disse que muitos dos cidadãos que foram às ruas pertenciam à nova classe média, ou seja, dos que ascenderam nos governos dela e de Lula e queriam mais.

Muito embora declarações desse tipo façam parte da retórica petista, a presidente teve certa razão. Quem ganha as coisas na moleza, um dia ignorará o benfeitor e desejará mais. Distribuir Bolsa Família para tirar cidadãos da miséria é uma coisa, fazer isso com objetivos eleitoreiros é outra. A falta de seletividade para eleger os beneficiários do Bolsa Família acabou transformando muitos trabalhadores em ex-trabalhadores e pessoas saudáveis para o trabalho em pedintes.

Há dois anos eu e uma amiga artista plástica fomos convidados para ajudar num projeto de cursos profissionalizantes num bairro distante da cidade (omito o nome por ser irrelevante). Eu e minha amiga pretendíamos desenvolver um projeto abrangente, no qual incluiríamos alguns cursos que dependeriam de pouco investimento futuro para o aluno, facilitando assim seu início numa nova profissão. Ao conversar com um carpinteiro voluntário local, achamos estranho ele dizer que, mesmo disponibilizando sua carpintaria para que os moradores aprendessem uma profissão, a grande maioria dos alunos começava e não retornava mais. Foi quando descobrimos que 85% do bairro recebia Bolsa Família e por isso não se interessavam em trabalhar.

A distribuição indiscriminada e não seletiva do Bolsa Família transformará nosso país num bando de vagabundos contumazes. Lembro-me de que o Bolsa Escola - seu predecessor - exigia uma contrapartida dos pais, obrigando-os a comprovar frequência e aproveitamento de seus filhos nas escolas para que continuassem elegíveis ao benefício. No Bolsa Família, além de poder se estender proporcionalmente para toda a família, não há exigência de nenhuma contrapartida, bastando apresentar documentos pessoais e ficar esperando o depósito ou contracheque.

Não sou contra o Bolsa Família em sua essência, pois, quem seria contra tirar brasileiros da miséria parcial ou absoluta? Mas será que o Brasil tem quase 20 milhões de miseráveis e que esse número continua aumentando ao invés de diminuir? A miséria está crescendo num governo que alega estar acabando com ela?

Sobre a influência eleitoral do programa, recomendo ler a matéria "Peso do Bolsa Família é Maior em 2014" do Estadão. Num trecho, o cientista político Cesar Zucco da FGV diz:

"Elas indicam que os beneficiários do Bolsa Família votaram em candidatos do governo com probabilidade maior do que não beneficiários com características semelhantes, mas que este efeito havia caído entre a última eleição disputada por Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira em que Dilma foi a candidata do PT. "

http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,peso-do-bolsa-familia-e-maior-em-2014-imp-,1575961

(JCG)
(Foto: site Prefeitura de Maceió)

domingo, 12 de outubro de 2014

Sou mais Brasil

Ser contra ou a favor de Dilma ou Aécio é coisa menor dentro desse mar de lama que inundou o país. Vejo tantas pessoas que considero inteligentes ainda presas nessa idiotice ideológica, cultuando ideologias mortas que não deram certo em NENHUM lugar do mundo e as colocando acima das injustiças cruéis promovidas pela realidade presente. Suas mágoas são maiores do que o raciocínio simples e direto. Alimentam o sentimento de vingança enquanto o país é saqueado e humilhado por uma quadrilha com a justificativa de que os ladrões de seus opositores são mais ladrões que os ladrões dela.

Vejo pessoas inteligentes gritando Aécio, Marina e Dilma; PSDB, PT e PSB, mas não vejo ninguém gritando Brasil. Todos que somos minimamente politizados sabemos que o presidente de um país não é tudo. O Brasil é governado pelo Congresso Nacional e ponto! Alguém duvida disso ou ainda tem aquela falsa ideia de que o povo, a Globo e o restante da imprensa que derrubaram Collor? Que PC Farias foi o responsáveis por sua queda? Pois ele foi tão responsável quanto o contador de Al Capone o foi por sua condenação. Quem derrubou Collor foi o Congresso, quem derrubou Al Capone foi Eliot Ness, a polícia e as leis americanas. O caixa dois de Collor e a sonegação de impostos de Capone foram apenas as provas legais.

Valem no presidente e em seu partido a capacidade de negociação e os limites de tolerância muito bem definidos.

Não sou um vira-casacas. Desde o início eu disse aqui mesmo que Aécio estava longe de ser o candidato dos meus sonhos e continuo achando a mesma coisa. No entanto, não posso fechar os olhos para o mensalão transitado em julgado e para esse escândalo da Petrobrás coroando esse governo corrupto que aparelhou as instituições brasileiras, únicos bens que poderiam nos garantir a justiça e a igualdade verdadeiras. Como confiar tanto em um partido a ponto de delegar indiretamente a ele - por meio da aceitação passiva - a decisão do que é justo ou não para um país inteiro?

Sou Aécio porque sou contra a permanência do PT e PMDB no poder. Sou Aécio porque votar em branco ou anular meu voto, além de estar abrindo mão de um direito meu, estarei ajudando a manter no poder isso que está aí. Meu voto é para o não.

Eleições não resolvem. Elas são apenas depurativas. Nossa democracia ainda é criança. Três décadas não são nada. O melhor só acontecerá com o tempo, na medida em que o humanismo e a consciência política estiverem mais presentes no inconsciente coletivo.

Hoje sou Aécio, mas sempre serei Brasil.

(JCG)

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Por que Dilma ganhou em Minas?

A diferença em Minas entre Dilma e Aécio foi de 415 mil votos. Aí estão as razões mais fortes para que isto tenha acontecido:

  • Em primeiro lugar não podemos nos esquecer de que Dilma veio da Bulgária para Belo Horizonte, muito embora ninguém nunca tenha visto seus documentos de naturalização.
  • Minas Gerais é um dos cinco estados brasileiros que mais recebe Bolsa Família e o primeiro do sudeste. Os R$ 2 bilhões que Minas recebe, se comparados com São Paulo - que recebe o mesmo valor - representam duas vezes mais, pois, o estado de São Paulo tem o dobro de habitantes (40 milhões x 20 milhões de Minas). Em termos de Brasil a Bahia - estado onde Dilma teve 62% de votos - recebe R$ 3,2 bilhões (uma vez e meia o que Minas e São Paulo recebem), mas tem 6 milhões de habitantes a menos que Minas e 26 milhões a menos que São Paulo. O Bolsa Família ainda é o carro-chefe dos votos de Dilma.
  • Outro fator que ajudou a presidente em Minas Gerais foi o aparelhamento dos Correios que entregaram mais de 4,5 milhões de folhetos de Dilma sem a devida chancela (carimbo) exigido pelas normas da empresa. Não foi uma entrega formal como fazem os Correios, mas sim, pura panfletagem de rua segundo os inúmeros vídeos que circulam na internet. Ainda por cima os folhetos do PSDB não foram todos entregues, mesmo com chancela e envelopados, segundo a direção do partido tucano.

Dá pra concorrer com o Bolsa Família e com o aparelhamento nas estatais?


POPULAÇÃO BRASIL - CENSO 2010:
http://noticias.uol.com.br/censo-2010/populacao/

BOLSA FAMÍLIA POR ESTADO:
http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/bahia-lidera-numero-de-beneficiarios-do-bolsa-familia-no-pais/?cHash=008b024356296eb58cb0373d6ceafa12

VOTOS POR ESTADO:
http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/blog/eleicao-em-numeros/post/veja-votos-validos-de-dilma-e-aecio-nos-26-estados-e-no-df.html

Para quem acha que o Brasil foi descoberto em 2002


Fonte:  Lucas Schmidt‎ | UFSC

Para quem acha que o Brasil foi descoberto em 2002. Bem-vindos a propaganda massificada de mentiras e desconstrução dos adversários. Bem-vindos ao modo petista de tentar destruir a oposição para se enraizar no poder por mais 500 anos, se puderem.


ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

  • De 1995 a 2000 (FHC) cresceu 0,056 (0,0112 ao ano), em uma variação percentual de 7,62% (1,48% ao ano)
  • De 2000 a 2007 (Lula) cresceu 0,023 (0,0033 ao ano), em uma variação percentual de 2,91% (0,41% ao ano)


ACESSO À REDE DE ÁGUA

  • De 1993 a 2002 (FHC) cresceu 6,9% (0,77% ao ano), em uma variação percentual de 9,2% (0,98% ao ano)
  • De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 3,4% (0,49% ao ano), em uma variação percentual de 4,15% (0,58% ao ano)


ACESSO À REDE DE ESGOTO

  • De 1993 a 2002 (FHC) cresceu 7,4% (0,82% ao ano), em uma variação percentual de 18,97% (1,95% ao ano)
  • De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 6,9% (0,99% ao ano), em uma variação percentual de 14,87% (2,00% ao ano)


ACESSO À ENERGIA ELÉTRICA

  • De 1993 a 2002 (FHC) cresceu 6,6% (0,73% ao ano), em uma variação percentual de 7,33% (0,79% ao ano)
  • De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 2,5% (0,36% ao ano), em uma variação percentual de 2,59% (0,37% ao ano)


PORCENTAGEM DE DOMICÍLIOS COM GELADEIRA

  • De 1993 a 2002 (FHC) cresceu 14,8% (1,64% ao ano), em uma variação percentual de 20,61% (2,10% ao ano)
  • De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 7,3% (1,04% ao ano), em uma variação percentual de 8,43% (1,16% ao ano)


PORCENTAGEM DE DOMICÍLIOS COM TELEVISÃO

  • De 1993 a 2002 (FHC) cresceu 14,1% (1,57% ao ano), em uma variação percentual de 18,60% (1,91% ao ano)
  • De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 6,1% (0,87% ao ano), em uma variação percentual de 6,79% (0,94% ao ano)


PORCENTAGEM DE DOMICÍLIOS COM TELEFONE

  • De 1993 a 2002 (FHC) cresceu 41,8% (4,64% ao ano), em uma variação percentual de 211,11% (13,44% ao ano)
  • De 2002 a 2009 (Lula) cresceu 23,3% (3,33% ao ano), em uma variação percentual de 37,82% (4,69% ao ano)


MORTALIDADE INFANTIL

  • De 1997 a 2002 (FHC) caiu 7 pontos (1,4 ponto ao ano), em uma variação percentual de -21,94% (-4,83% ao ano)
  • De 2002 a 2006 (Lula) caiu 4,2 pontos (1,05 ponto ao ano), em uma variação percentual de -16,87% (-4,51% ao ano)


TAXA DE POBREZA

  • De 1993 a 2002 (FHC) a taxa de extrema pobreza caiu 6,28% (0,70% ao ano), em uma variação percentual de -30,98% (-4,04% ao ano)
  • De 2002 a 2009 (Lula) a taxa de extrema pobreza caiu 6,71% (0,96% ao ano), em uma variação percentual de -47,96% (-8,91% ao ano)
  • De 1993 a 2002 (FHC) a taxa de pobreza caiu 8,58% (0,95% ao ano), em uma variação percentual de -19,96% (-2,44% ao ano)
  • De 2002 a 2009 (Lula) a taxa de pobreza caiu 12,98% (1,85% ao ano), em uma variação percentual de -37,73% (-6,54% ao ano)




EVASÃO ESCOLAR

  • De 1993 a 2002 (FHC) caiu 19,6% (2,18% ao ano), em uma variação percentual de -51,44% (-7,71% ao ano)
  • De 2002 a 2007 (Lula) caiu 0,80% (0,16% ao ano), em uma variação percentual de -4,32% (-0,88% ao ano)


ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

  • De 1995 a 2002 (FHC) o número de matrículas em universidades federais aumentou em 147.224 (21.032 ao ano), em uma variação percentual de 41,68% (5,10% ao ano)
  • De 2002 a 2008 (Lula) o número de matrículas em universidades federais aumentou em 100.313 (16.719 ao ano), em uma variação percentual de 20,044% (3,09% ao ano)
  • De 1995 a 2002 (FHC) o número de matrículas em universidades aumentou em 1.022.727 (146.104 ao ano), em uma variação percentual de 90,67% (9,66% ao ano)
  • De 2002 a 2008 (Lula) o número de matrículas em universidades aumentou em 534.969 (89.162 ao ano), em uma variação percentual de 24,87% (3,77% ao ano)
  • De 1995 a 2002 (FHC) o número de matrículas em instituições federais aumentou em 164.103 (23.443 ao ano), em uma variação percentual de 44,65% (5,42% ao ano)
  • De 2002 a 2008 (Lula) o número de matrículas em instituições federais aumentou em 111.467 (18.578 ao ano), em uma variação percentual de 20,97% (3,22% ao ano)
  • De 1995 a 2002 (FHC) o número total de matrículas em instituições de ensino superior aumentou em 1.720.210 (245.744 ao ano), em uma variação percentual de 97,76% (10,23% ao ano)
  • De 2002 a 2008 (Lula) o número total de matrículas em instituições de ensino superior aumentou em 1.600.143 (266.691 ao ano), em uma variação percentual de 45,98% (6,50% ao ano)


ÍNDICE DE ANALFABETISMO

  • De 1993 a 2002 (FHC) caiu 4,56% (0,51% ao ano), em uma variação percentual de -27,77% (-3,55% ao ano)
  • De 2002 a 2007 (Lula) caiu 1,85% (0,37% ao ano), em uma variação percentual de -15,60% (-3,33% ao ano)


TAXA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO

  • Crescimento mundial durante governo FHC: 24,27% ou 2,75% ao ano
  • Crescimento mundial durante governo Lula: 74,46% ou 8,27% ao ano
  • Crescimento do Brasil no governo FHC: 19,74% ou 2,28% ao ano ou 82,77% da média mundial
  • Crescimento do Brasil no governo Lula: 27,66% ou 3,55% ao ano ou 42,91% da média mundial
  • Durante o governo Lula, o Brasil cresceu muito menos que o resto do mundo
  • Durante o governo FHC, o Brasil cresceu apenas um pouco abaixo da taxa média do resto do mundo
  • Crescimento no governo Collor/Itamar: 6,75% ou 1,31% ao ano
  • Evolução no governo FHC em relação à média anterior: 73,33%
  • Evolução no governo Lula em relação à média anterior: 55,88%
  • Mesmo havendo maior crescimento absoluto no governo Lula, a TAXA anual média de crescimento da economia CRESCEU muito mais no governo FHC que no governo Lula


INFLAÇÃO AO CONSUMIDOR

  • Inflação acumulada de 1990 a 1994 (Collor/Itamar): 41.941.718,61%
  • Inflação acumulada de 1995 a 2002 (FHC): 114,43%, ou 0,00028% do acumulado anterior. Queda de 99,99972% em relação ao governo anterior.
  • Inflação acumulada de 2003 a 2010 (Lula): 47,72%, ou 41,71% do acumulado anterior. Queda de 58,29% em relação ao governo anterior.


DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL

  • Dívida pública federal ao final do governo FHC (12/2002): R$ 560.828.810.000,00
  • Dívida pública federal ao final do governo Lula (10/2010): R$ 985.808.530.000,00


Fonte: Lucas Schmidt‎ | UFSC

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OS PARADIGMAS DA VELHA POLÍTICA

Esse primeiro turno das eleições deste ano quebrou alguns paradigmas da velha política e é prudente que os políticos - principalmente do executivo - corrijam e atualizem seus velhos e orelhudos caderninhos:

PESQUISAS: Monitorar a (in)satisfação popular dos governos continua sendo importante, mas os índices não são mais estáticos como antes e as inversões podem acontecer do dia para a noite. Se as pesquisas hoje tivessem tanto poder de persuasão quanto tinham no passado recente, essa discrepância com as urnas não teria sido tão significativa quanto foi.

REDES SOCIAIS: O efeito das redes sociais - reconhecido pelo próprio PT - foi decisivo para a virada de Aécio. A contra-propaganda partidária, seja por meio de seus militantes ou de milícias contratadas não têm força para transformar mentiras em verdades ou verdades em mentiras. A realidade com a chancela da imprensa mostrada GRATUITAMENTE em vídeos, áudios e textos é rapidamente multiplicada, sendo praticamente impossível escondê-la e muito menos ignorá-la.

FORMADORES DE OPINIÃO: Enquanto alguns adeptos do desgastado populismo teimam em desprezar os formadores de opinião, a influência deles nas periferias cresce, principalmente nas regiões sul e sudeste onde os eleitores são mais politizados e o acesso à informação de qualidade, mais democratizado. Na verdade estão nascendo formadores de opinião mais bem informados junto às comunidades das periferias.

O PESO DO DINHEIRO: Vimos algumas declarações ingênuas de algumas pessoas que trabalharam nas campanhas para determinado candidato e votaram em outro. Por que os partidos mais poderosos financeiramente, PT e PMDB, perderam juntos 31 deputados (18 e 13 respectivamente) e 4 senadores (dois cada um)? Para a presidência, o mapa mostra claramente as diferenças entre Dilma e Aécio nas regiões centro-oeste, sudeste e sul.

Portanto, se os políticos dessas regiões continuarem teimando em utilizar suas velhas cartilhas, certamente terão vida curta.

Graças a Deus!

(JCG)

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O muro de pau-a-pique bolivarianista brasileiro

O jornal O Globo de hoje traz em sua primeira página a revolta na China. Não era preciso ser profeta ou contra o falido comunismo e suas nuances travestidas de socialismo para prever a queda de seus últimos redutos contraditórios. Há décadas o governo chinês vem evitando uma revolta popular, tentando equilibrar-se nesse paradoxal sistema comuno-capitalista que criou, último recurso possível para uma ideologia morta num mundo cada vez mais globalizado, entregue à sedução capitalista do consumo, do acesso à informação e das liberdades democráticas.

Essa libertação da China de suas amarras ditatoriais certamente trará problemas enormes para o Brasil, e não me refiro aos ideológicos, café pequeno para um país que ainda mantém - mesmo às duras penas - suas liberdades democráticas fundamentais. A China representa 13% do comércio exterior brasileiro e em 2013 a corrente comercial entre os dois países significou cerca de 3,5% do nosso PIB (U$ 80 bilhões). Isso não é pouco!

Privilegiar a ideologia nas relações comerciais - principalmente com países comunistas - é um risco enorme pra não chamar de irresponsabilidade. A liberdade é o caminho natural do ser humano e imaginar ser possível reverter esse processo de libertação é bem mais do que uma simples teimosia, mas de burrice pura. Isto era possível numa época em que muros altos podiam esconder a realidade dos países livres; que a imprensa oficial podia esconder os privilégios das elites do politburo e os ataques brutais contra os que se revoltavam com a servidão disfarçada de igualdade de direitos.

Escreveu Jean-Paul Sartre: "Quando, alguma vez, a liberdade irrompe numa alma humana , os deuses deixam de poder seja o que for contra esse homem." E imaginem isto acontecendo em 1 bilhão e 400 milhões de almas chinesas? É muita alma até pra Buda tentar segurar!

Estamos prestes a escolher um novo - ou nova - presidente. Lula e Dilma tentam há 12 anos implantar o bolivarianismo - ou comunismo tupiniquim - em nosso país, unidos à Cuba, Venezuela, Bolívia, Uruguai e Argentina. Com Marina não será diferente, aliás, talvez pior considerando que além do ranço bolivarianista há uma boa pitada de fundamentalismo religioso e teimosia política em sua forma de governar. É só rever o histórico de Marina para conhecer suas inconsistências Mesmo que o próximo presidente tente reverter esse processo e adotar métodos econômicos mais conservadores, levaremos no mínimo uma década para colocar o Brasil novamente nos trilhos do crescimento econômico.

Veio a Perestroika, caiu o Muro de Berlin e cairá a Muralha da China, mas Lula, Dilma e (certamente) Marina continuam tentando levantar esse Muro de Pau-a-Pique Bolivarianista, celeiro de barbeiros e mosquitos da dengue. Como disse Nelson Mandela, "Uma das lições dos nossos tempos é que a transferência do poder para uma organização democrática não significa que as pessoas tenham necessariamente oportunidade de exercer seus direitos democráticos."

A vida é feita de escolhas e a única parte ruim da democracia é a de termos de nos submeter a uma maioria inconsciente de eleitores e sejam dos que estão presos ao fisiologismo irracional, aos interesses pessoais ou ao saudosismo ideológico - e a essa minoria política privilegiada que lhes dá vinho, pão e circo.

É por isso que NÃO VOU de Dilma ou Marina. Quero um Brasil melhor, ao menos para meus tetranetos. Como sou contra voto em branco ou nulo, vou de Aécio.

Estou farto de ser rato de laboratório para ideologias mortas!

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Leia:"Manifestantes dão ultimato a líder de Hong Kong e ameaçam ocupar prédios públicos"