terça-feira, 23 de abril de 2013

Sabemos de que nada sabemos ou apenas gostamos da frase?

Às vezes somos surpreendidos por pessoas - e às vezes por nós mesmos - que se dizem entendidas nos assuntos que envolvem a espiritualidade e a vida, como se pudessem ser representadas por um conjunto de pequenas e únicas verdades. Assim como a vida, a espiritualidade é intangível, portanto, inexplicável enquanto abordada sob pontos de vista ternários. Nem os grandes mestres iluminados como Budha e Jesus arriscavam discursos deterministas e esgotáveis, cientes que eram dos desdobramentos resultantes da inalienável prática do livre arbítrio ou direito de escolha de cada um. Sugeriam e aconselhavam-nos a buscar nossas próprias verdades, mas mantinham-se coesos com a ética universal. Victor Hugo e Gandhi, respectivamente escreveram: "A verdade é como o Sol. Permite-nos ver tudo, mas não deixa que a olhemos" e "Nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos." Quanto mais vivemos e quanto velhos ficamos, o aprendizado - seja da vida terrena ou espiritual - nos leva irremediavelmente à famosa frase de Sócrates: "SÓ SEI QUE NADA SEI"

Alguns sensitivos que não conseguem ir além do astral, ou seja, permanecem dentro de um campo que, embora mais sutil, ainda mantém forte influência do ego (num sentido não pejorativo), muitas vezes se empolgam com o que sentem ou veem ao ponto de tentarem construir verdades únicas baseadas em suas experiências pessoais. Pior ainda é quando o fazem por meio do conhecimento cognitivo, lendo livros e fazendo cursos.

Infelizmente o fenomenismo nos empolga e nos faz sentir fortes, isto porque somos tentados a acreditar - até pelo poder que a magia ou o inexplicável exerce sobre nós desde a infância - que tudo aquilo que vem do "além" é dotado de uma força que tem até o poder de transformar mentiras em verdades. Na transparência da Quarta Dimensão (Mental), sem fenomenismos e sem a influência do ego, pode-se perceber mais claramente que tudo está certo, nada é finito e tudo é possível. Pode-se perceber que há tendências, mas sem determinismos.

Um dos maiores motivos do sucesso de filmes como Harry Potter e O Senhor dos Anéis reside nessa busca pelo mágico e pelo fenomênico de todos nós. Com a possibilidade de usar forças que não seriam comuns aos mortais, esses filmes nada mais são do que espelhos nos quais vemos nos personagens os reflexos da nossa alegria da vitória do bem sobre o mal, de podermos resolver uma infinidade de problemas do cotidiano ou dar sentido às nossas vidas.

Portanto, ajude, mas não resolva; solidarize-se, mas não julgue; tenha compaixão apenas aceitando o direito que cada um tem de buscar, mesmo sofrendo, aquilo que ele chama de felicidade.

"Outras pessoas, assim como eu, buscam a felicidade, não o sofrimento e, mesmo sendo inimigos, têm o direito de superar esse sofrimento. A partir da compreensão de que eles têm esse direito, desenvolve-se um sentimento de inquietação que é a verdadeira compaixão." (DalaiLama)


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