quarta-feira, 30 de maio de 2012

STF e Ministério Público - sombras desencontradas

O problema da discussão do caso Lula x Gilmar Mendes x Jobim não pode ser mais considerado como um problema pessoal entre os três. Temos dois ex presidentes, (um do Supremo e outro do Brasil) e um ministro da ativa (Gilmar Mendes) num escândalo real e que não é da mídia como muitos adoram dizer para distrair a atenção dos cidadãos desavisados. Vamos supor que exista mesmo uma corrente de certos veículos da imprensa, mas isto seria querer culpar o gravador pela escuta gravada ou o termômetro pela febre.

O Supremo e o Ministério Público devem assumir esse caso por meio de suas prerrogativas institucionais, pois, o que está em jogo não são credibilidades pessoais, mas a credibilidade da instituição máxima deste país, superior até à própria Presidência da República e ao Congresso Nacional. O STF virou o centro das atenções, principalmente com o caso do Mensalão e do Ficha Limpa, os mais polêmicos dos últimos tempos. E quando a corte máxima perde a credibilidade, ou ela tenta se aprumar ou implodirá, causando muito sofrimento para todo país. Um país que passa por uma fase econômica favorável que nunca passou, seja interna ou internacionalmente, mas que está sendo desperdiçada por roubos e desvios de dinheiro público, como NUNCA ANTES NESTE PAÍS.

A CPI chapa branca é outra vergonha nacional, coisa que o Congresso majoritário é mestre em fazer. TODOS que tiveram contato com essa cachoeira de água podre devem ser inquiridos, indiscriminadamente, por mais que sejam AMADOS por Vacarezza e Marco Maia. Até Gilmar Mendes se a Constituição permitir. O que não podemos admitir é o estabelecimento de um poder paralelo, à revelia da Carta Magna do país.

E essa responsabilidade, queiram ou não, está nas mãos do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público, instituições que correm sério risco de se unirem à parte sombria da história deste país.



Abaixo, texto de Cláudio Slaviero, empresário, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná.


“A única coisa da qual me arrependo nos dois anos em que presidi a Associação Comercial do Paraná, de 2004 a 2006, foi ter convidado o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para uma palestra a empresários na sede da entidade. Primeiro porque este senhor fez uma série de promessas ao setor empresarial e quase nada cumpriu. E, segundo, e o que me parece muito importante, porque ele, durante e depois de seu governo, multiplicou exemplos de corrosão institucional e moral no Brasil e preocupou-se única e exclusivamente na construção e modelagem de seu próprio mito.


Este último episódio, envolvendo seu ex-ministro Nelson Jobim, e Gilmar Mendes, ministro do STF e ex-presidente da Corte, extrapolou. A tentativa de lobby contra o julgamento do mensalão e seus autores é crime e deveria ser investigada em toda a sua intensidade. Se a imprensa não houvesse trazido à tona, este verdadeiro crime teria sido abafado para sempre. Como gosta de gabar-se Lula, “pela primeira vez na história desse país” um ex-presidente da República procurou um membro do STF para comentar-lhe que considera “inconveniente” o julgamento de uma ação que pode atingi-lo politicamente. Este julgamento estaria fora de hora, segundo o ex-presidente, pela proximidade da campanha das eleições municipais deste ano.
Até quando este senhor pretende nos fazer de bestas? Sempre com a desculpa esfarrapada e pronta de não saber de nada, de não se considerar culpado ou envolvido em crimes de qualquer natureza, ele mente descaradamente a todo o país, sustentado por seu próprio mito, alimentado por ele, pelo petismo e seus filhotes radicais. O que houve foi um ultraje, que mostra o descaramento de quem não respeita as instituições.


A história pode julgar o ex-presidente Lula como um dos mais coniventes com a corrupção neste país e um dos maiores desrespeitadores das instituições republicanas. Demagogo, populista que, desde seus primeiros discursos ao concorrer em 1989 à Presidência da República, dizia, nos palanques, que iria “varrer toda a corrupção e os ladrões de Brasília”, acabou por se abraçar com ela ao chegar ao Palácio do Planalto.


Aproveitou e surfou na onda de crescimento econômico internacional (hoje em declínio) durante seus oito anos de governo, ganhou espaço com a estabilidade da moeda, promovida pelo Plano Real (do qual era feroz crítico) – implantado pelo seu antecessor –, criou uma legião de dependentes com as bolsas de socorro, casou-se (de papel passado) e submeteu-se ao capital financeiro, infiltrou a “companheirada” por toda a máquina pública, provocando seu inchaço e aparelhamento, destruiu a ética e seus preceitos, desestabilizou as instituições (riu da educação e do hábito de ler), tentou controlar a imprensa, deixou que desapropriassem empresas brasileiras na Bolívia e na Argentina (fato atual, motivado pelo precedente), uniu-se a ditadores terceiro-mundistas, favoreceu seus familiares (exigiu passaporte diplomático para seus familiares; e um de seus filhos passou de zelador de zoológico a acionista/proprietário de uma grande empresa ), foi conivente com os chamados movimentos sociais (como o MST, que em várias oportunidades desrespeitou absurdamente o direito à propriedade) e com as manobras petistas em todos os níveis. Os exemplos são infindáveis.


Se não bastasse essa quantidade de maus exemplos, o ex-presidente volta à cena tentando pressionar o STF para adiar o julgamento do mensalão. Se ele ainda fosse presidente, não seria o caso de pedirmos o seu impeachment? Mas, agora, como simples cidadão, até quando ele continuará a nos fazer de bestas?” 

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2 comentários:

  1. Todos os brasileiros deveriam ler sua matéria, pois precisamos mesmo de muita reflexão para que possamos tomar um partido seja ele qual for.
    Muito bom este ponto de vista.
    Abraço

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  2. Estou feliz e emocionada e já virei fã do seu blog.

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