segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Só mesmo criando a "Esquerda Conservadora"

Em primeiro lugar, principalmente para os jovens de hoje, convém recapitular as definições ideológicas de direita e esquerda. Longe de uma explicação definitiva, os resumos abaixo servem apenas para dar uma idéia (mais acadêmica e histórica e menos sociológica) das definições desses dois termos muito utilizados na política. Muito utilizados como retórica, mas nos dias de hoje, menos como ideologia.

História: O termo surgiu durante a Revolução Francesa (Monarquia Constitucional), em referência à disposição dos assentos no parlamento; o grupo que ocupava os assentos da esquerda apoiavam as mudanças radicais da Revolução, incluindo a criação de uma república ou o parlamentarismo da Inglaterra e a secularização do Estado.
Esquerda: O termo esquerdista passou a definir vários movimentos revolucionários na Europa, especialmente socialistas, anarquistas e comunistas. O termo também é utilizado para descrever a social democracia e o liberalismo social (diferente do liberalismo econômico, considerado atualmente de direita).

Direita: O termo refere-se geralmente ao conservadorismo e ao liberalismo econômico de livre mercado. Muitos libertários e liberais, porém, recusam esse tipo de enquadramento. A partir do século XX, o termo extrema-direita passou também a ser utilizado para o fascismo, bem como para grupos ultranacionalistas.

Mais por uma questão de simpatia humanística e menos ideológica, optei pela esquerda, mais conscientemente há 20 anos. De de lá para cá, confesso que passei por alguns questionamentos e fases de dúvidas, mas ultimamente tenho dificuldade de me equilibrar no arame da realidade. Até a fraternidade que era um ponto comum entre as duas divisões (ao menos em tese), hoje se mostra desrespeitada na liberdade e na igualdade, as outras duas extensões que compõem o tripé de sustentação da democracia. Na verdade há 8 anos não sou mais nada. Nem esquerda, nem centro e nem direita. Sou humanista convicto. Danem-se esses rótulos com essas ideologias mortas.

Até os termos "elite" e "classe dominante" que eram termos muito utilizados pela esquerda fundamentalista como exemplos de desequilíbrio social, hoje, paradoxalmente, ganharam definições diferentes. Na política, um deputado que recebe R$ 140 mil por mês entre salário e inúmeros outros benefícios, pertence ou não à uma elite ou classe dominante? Qual o poder que tem um empresário honesto diante dos pedágios e propinas praticamente institucionalizados no Brasil? Certo... existem empresários corruptos e corruptores, mas não são eles que fazem leis e as aprovam, muito menos as licitações (conteúdo dessas últimas, talvez).


Enquanto os que se dizem socialistas, comunistas ou de esquerda não apresentarem um projeto que vise a adequação de seus vencimentos e ganhos indiretos à realidade de um país que se diz um feroz combatente da desigualdade social; enquanto houver notícias de que alguns do legislativo, executivo e judiciário continuam recebendo propinas, pedágios e favorecimentos políticos; e enquanto os que se denominam de esquerda continuarem aceitando a existência dessas falcatruas em prol de uma ideologia deturpada e lutando pela impunidade de seus "cumpanheiros" a esquerda continuará entubada na UTI, mantida viva apenas por "aparelhamentos".


Que tal criarem uma nova corrente ideológica para combater essa esquerda esfacelada de hoje: A ESQUERDA CONSERVADORA. Aquela onde ao menos encontrava-se um bocadinho de coerência teórica.



Estou fora... meu negócio hoje é humanismo, mas a partir do momento em que algum partido registrar esse nome e começar a atuar, arrumo outro nome.

Leia também: Você é direita ou esquerda?

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ganância não tem limites, mas poder tem.

PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO: "Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade , a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL."

A vitória de um indivíduo ou partido numa eleição para presidente não o transforma em dono de um país. Um presidente apenas gerencia e administra os anseios de um povo. Um presidente respeita a democracia e a constituição, garantindo que esses anseios, se justos e constitucionais, sejam atendidos.

Minorias não são representadas apenas por grupos étnicos, religiosos ou culturais, mas também por idéias e ideais que se contrapõe aos da maioria. A todas essas minorias também está garantido o direito de livre expressão, dentro dos limites estabelecidos e garantidos originariamente pela Constituição Federal.
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1.º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observdo o disposto no art. 5.º, IV, V, X, XIII e XIV. 
§ 2.º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
Sempre nos referimos à Constituição quando nos julgamos inferiorizados ou cerceados em nossos direitos, mas eu pergunto: alguém alguma vez leu ou tem uma cópia da Constituição Federal de SEU país para consultar?

A Constituição NÃO TEM OPINIÕES, ou seja, ela simplesmente É. Representa a garantia da igualdade, da justiça e reina absoluta sobre TODAS AS LEIS, criadas apenas para reafirmá-la de forma objetiva para a população e para os poderes executivo e judiciário.

Assim como todos os brasileiros, indiscriminadamente, têm suas competências, direitos e obrigações como cidadãos, também os tem o presidente, pois ele, ANTES DE TUDO, é um cidadão como nós e APENAS NOS REPRESENTA TEMPORARIAMENTE. Aliás, é a possibilidade de alternância do poder que verdadeiramente garante a liberdade e a democracia.

Reproduzo abaixo os trechos da Constituição Federal que se referem às atribuições e responsabilidades do Presidente da República, seja ele do PT, PMDB,PSDB, PV, PSOL, de qualquer outro partido ou até de um SEM PARTIDO. No final, encontrarão um link para download da Constituição Federal completa, em PDF.

Boa leitura e, principalmente, boa consciência do que ela significa para NÓS TODOS!






CONSTITUIÇÃO FEDERAL



SEÇÃO II


DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art.84 - Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; 
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; 
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; 
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; 
VI - dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, na forma da lei; 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; 
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; 
X - decretar e executar a intervenção federal; 
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; 
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; 
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; 
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; 
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; 
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; 
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; 
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; 
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; 
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; 
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; 
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; 
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; 
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; 
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único - O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.


SEÇÃO III


DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 85 - São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único - Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art.86 - Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. 
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.



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domingo, 17 de outubro de 2010

Vaidade: pecado ou incompreensão?



Muitos falam da vaidade, mas a grande maioria a considera um pecado por estar presente na Tábua das Leis de Deus. Sinceramente, toda vez que eu ouço ou leio alguém falar em "temor a Deus" me dá um arrepio. Que ninguém me venha com essa história de dizer que não é bem isso o que quis dizer. Temor é medo ou receio.

O que escrevo a seguir é a maneira como vejo e penso, e não se trata de nenhuma teoria, mesmo porque não teria essa capacidade. São coisas mesmo do sentimento, mas quando a gente trata de assuntos ainda não desvendados, vale o exercício da reflexão.


Nesse meu pequeno, pretensioso e talvez superficial resumo de séculos, quero apenas dizer que, independentemente explicações das religiões, das filosofias, dos dogmas, da psicologia ou da ciência, essa "Força Maior" originadora existe e interpenetra o TODO ORIGINADO, fazendo-nos "Sermos Todos Um". 

A vaidade está ligada ao ego; ao sentimento de propriedade (minha beleza, minha inteligência, minha sensibilidade...). Essa vaidade ou orgulho (que para mim são a mesma coisa) é explicada pela falsa impressão de que, se temos nosso próprio livre arbítrio, não somos todos um. Quando chamamos o ser humano de indivíduo, a maioria entende, no máximo, como sinônimo de "individual", mas de forma cartesiana (verificar, analisar e sintetizar), o adjetivo e o substantivo, etimológicamente, vêm do latim individuus (indivisível). Oras... quem disse que algo que é indivisível está necessariamente isolado e independente de um TODO, quando esse TODO também envolve energias sutis, ainda desconhecidas pela ciência? E quem disse que o indivisível não pode ser (ou estar) somado e interpenetrado (unido) por essas energias mais sutis?

Todas as divisões criadas pelo homem racional, nos separaram intelectualmente do UNO, transformando-nos em seres isolados e cada vez mais egocêntricos.

Queiram ou não, estamos interligados e o sutil não deixa de existir porque não o percebemos por meio dos cinco sentidos. Do Paganismo ao Cristianismo; do Hinduísmo ao Ocultismo;  Éter, Akasha, Quintessência, Espírito Santo ou qualquer um desses termos sem compará-los e não sendo herege com nenhum deles, tudo que se falou ou escreveu até hoje sobre essa energia nos leva a crer que ela é a base da existência e nos interliga com o Universo. Nosso corpo denso não pode ser negado por ser perceptível aos olhos, à visão e ao tato. No entanto, os mais céticos, embora não dêem nomes para essa energia, não podem negar sua existência, mesmo ainda não podendo ser comprovada por cálculos matemáticos.

A ciência dividiu e subdividiu a intuição e a filosofia sem autorização. Nem perguntaram para Tales de Mileto se ele aceitaria ficar na Filosofia Antiga ou se Platão no Pré-Socrástico. Se eram da linha pragmática, construcionista, existencialista... eles eram universalistas. Tenho certeza de que não aceitariam fatiar e nem subdividir as relações do ser humano com a vida e seu meio, sacrificando a ligação sutil que tinham com esse TODO. A filosofia de hoje perdeu o dom da concepção intuitiva, pois, está cercada de regras, preconceitos e limites racionalmente convencionados. É a dissecação do TODO.

Carl Jung em seu conceito de psicologia analítica, mais voltada à psiquê humana - e não entrarei aqui nos detalhes porque não tenho competência para isso - descrevia o Inconsciente Coletivo como materiais herdados da humanidade derivados de experiências pessoais. Na psiquê objetiva, ao abordar a paranormalidade, Jung se referiu à uma consciência maior, por nós desconhecida e que deveria também ser estudada pela psicologia.

Einstein, a quem ninguém pode negar genialidade científica, após passado seu período religioso no judaísmo, chamava a energia maior de "Força Cósmica, a Emanação de Energia Universal". Em seu livro "Meus Últimos Anos" (1950-Out of My Later Years) , escreveu: "A ciência sem a religião é coxa, a religião sem a ciência é cega". Essa religião na ciência que ele dizia ser importante era o lado do acreditar (fé) e o papel da ciência na religião era não torná-la cega e fanática.

E o que tudo isso tem a ver com a vaidade?

A conclusão é simples: Se resgatarmos esse conceito lógico de UNIDADE que foi perdido, entenderemos que tudo já foi criado, está pronto e pertence a todos. Somos apenas canais que acessam o que já existe. Já os bens, as qualidades físicas e o status, nem teremos para onde levar quando a vida ternária acabar e nos transferirmos para o estágio das energias mais sutis.


... vaidade e orgulho de que?



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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Voto consciente: muda ou confirma?

Reedito parte do primeiro artigo que postei aqui no primeiro turno pois, como foi uma opinião apartidária, as principais sugestões devem ser mantidas porque valem tanto para um presidente de associação de bairro quanto para o da república. O resto fica por conta da sinceridade interna, naquele papo sério que a gente tem com a gente mesmo.

Eu entendo que, enquanto não atingirmos o estágio de sentimento humanístico perfeito, nos basearemos naquilo que desejamos para nós mesmos e para os que nos são queridos. Isto já é um grande passo, pois, quem tem amigos e família, ao menos já não se considera um ser isolado da humanidade. É óbvio que não me refiro aos casos de trocas de favores e promessas de recompensas futuras pois, se o "papo interior" for sério, haverá uma (re)avaliação sincera em nossa ordem de valores morais. Ao imaginar o que será melhor para os "próximos que estão próximos", tente ampliar sua visão de ser-humanizado e tentar entender que esses próximos também fazem parte de um todo. Esses  valores morais aos quais me refiro não são os impostos pela sociedade. Todos nós sabemos diferenciar o lícito do ilícito;  o correto do incorreto; o fanatismo do equilíbrio e, principalmente, os discursos vazios dos que têm conteúdo.

É muito difícil escrever sobre como votar bem, mas essa dificuldade está mais no leitor que interpreta e reflete do que no conteúdo prático do texto. Quem lê algo sem estar aberto a uma nova idéia, seja lendo uma frase de um grande filósofo ou ouvindo um conselho de amigo, é entrar nos neurônios e empacar nas sinapses, ou entrar por um ouvido e sair pelo outro. O fanático normalmente é vaidoso e evita tudo aquilo que poderia afetar a escolha já manifestada.

Reflitam, aceitem ou neguem, mas, aceitando ou negando, busquem profundamente as suas verdades.
Tente "zerar" seus conceitos e preconceitos e a melhor forma de fazer isso é se imaginar como parte de um todo que vai além da sua família, do seu vizinho, da sua rua, do seu bairro, da sua cidade e do seu estado. Estamos nos referindo a um país inteiro. Procure entender que essa pessoa que lhe representará, será responsável pelos seus mais nobres anseios de um país justo, livre e economicamente igualitário. Tente evitar o bairrismo exacerbado e entender que de nada vale ser rico num país de miseráveis, mas que também, empresários e trabalhadores honestos não podem perder o que ganharam simplesmente por terem conquistado melhor condição de vida.
Tente buscar no seu coração o sentimento humanizado, muitas vezes mascarado pela desculpa da sobrevivência. Pense que você não vive isolado do mundo e o que é importante e justo para o seu país, tem também que ser justo para a humanidade. Pense nas relações internacionais como se pensasse nas relações que deseja ter com os seus vizinhos, mostrando claramente os limites de sua propriedade, mas sem  construir muros muito altos e sem portões. Tente não só pensar, mas SENTIR a verdade nas frases de Mahatma Gandhi: "O mundo está farto de ódio", "Olho por olho, e o mundo acabará cego" e "Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho". Tente diferenciar os que realmente sentem e desejam a paz dos que a utilizam como meio de conquista. Um desejo de paz é como o do nosso sentimento: só é verdadeiro se a paz interna for almejada e estabelecida.
Veja as qualidades administrativas dos candidatos porque um presidente é um político-executivo e deve escolher bem seus gerentes e funcionários, tanto administrativos quanto técnicos. Você vai indicar um gerente para o seu negócio. É isso mesmo... é o seu negócio, pois, o dinheiro dos impostos é seu e do país, não para sustentar alguns milhares de vagabundos sanguessugas que pertencem à uma casta de privilegiados. Crescimento sustentável não é apenas um termo bonito, mas representa crescer sem perder os valores sociais importantes já conquistados, sem agressões à natureza e às esperanças de um futuro melhor.

Decidam com o CORAÇÃO HUMANO e não com a PAIXÃO PARTIDÁRIA. E, se puder, vá além disso. Procure não aceitar como normal os que se vendem por cargos, emprego ou dinheiro. Atue positivamente quando presenciar casos como esses. Converse e esclareça. Ao menos tente.

Não desperdice a oportunidade. Se você tem inteligência suficiente para entender como se anula um voto ou se vota em branco, certamente a tem suficiente também para saber que essas atitudes podem se tornar num tiro certeiro no seu próprio pé.

Se você achou que este post, de alguma forma, ofendeu a você ou ao seu candidato, é sinal que algo está errado e cabe a você decidir se o problema esta no texto, no seu candidato ou na sua consciência.

Vote consciente!

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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Crianças: cada vez mais, filhos de todos.


A historinha de Einstein abaixo diz tudo, e a profundidade da mensagem mostra que a educação da criança, principalmente no mundo de hoje, vai além da responsabilidade apenas dos pais.

Veículos de comunicação, literatura, escola, Internet... enfim, esse verdadeiro bombardeio de informações e o acesso cada vez mais fácil à elas nos torna responsáveis pelo futuro dessas "nossas" crianças. Não é justo responsabilizar apenas os pais pela árdua tarefa de selecionar esse mundo de informações que inevitavelmente atingirá seus filhos.

Certamente, as orientações sobre os verdadeiros valores são uma tarefa da família, principalmente dos pais, mas como orientar uma criança ainda inocente sobre determinados valores que ela não é capaz de entender com o seu cérebro, fisiologicamente, ainda em formação? Como compreender uma ordem de valores morais que ainda não existe?

Como fazer com que a criança entenda esse verdadeiro empurra-empurra de responsabilidades: os pais empurrando para as escolas, as escolas empurrando para os pais, os veículos de comunicação empurrando para os dois primeiros e o governo empurrando para os três?

O mundo de hoje exige ações individuais e coletivas para educar as crianças, mesmo que essas proporções sejam ponderadamente variáveis. A somatória das consciências individuais faz o coletivo, ou o inconsciente coletivo. Mesmo que se estabeleça a parcela de influência de cada um, o menos responsável não pode justificar sua omissão baseado nessa pequena parte que lhe cabe.

A liberdade é fundamental para a democracia, mas sua expressão deve passar pelo crivo da consciência levando em consideração o público que poderá ser atingido. Proibições e restrições, sejam dos pais ou das leis, sempre causarão insatisfações para os que expressam pensamentos e idéias, mas não há como controlar o indivíduo e ao mesmo tempo permitir sua liberdade de expressão. No entanto, a inteligência criativa deve coexistir com a inteligência responsável, promovendo ou participando de debates construtivos, empáticos e não radicais.

A criança tem que crescer sentindo-se forte e estimulada. Tem que conhecer os seus limites de uma forma equilibrada, sem as proibições, mas também sem a permissividade irresponsável. Tem que aprender a distinguir o mundo real do virtual ou imaginário.

E será cada vez mais difícil desempenhar o papel de pais, educadores e comunicadores de forma isolada; será impossível tentar remodelar as bases da sociedade sem a ajuda de todos os envolvidos.

Mais difícil ainda, sem uma consciência humanista.

(PuraReflexão)


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A Lógica De! (Albert Einstein)

Conta certa lenda, que estavam duas crianças patinando num lago congelado. Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas.

De repente, o gelo quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou.
 
A outra, vendo seu amiguinho preso, e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim, quebrá-lo e libertar o amigo.
 
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:
- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples: - respondeu o velho.
- Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não seria capaz.
(Albert Einstein)

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FRASES SOBRE CRIANÇAS

"As crianças têm de ter muita paciência com os adultos" #SaintExupéry

"A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes" #OscarWilde

"Guie uma criança pelo caminho que ela deve seguir e guie-se por ela de vez em quando" #JoshBillings

"As crianças têm mais necessidade de modelos do que de críticas" #JosephJoubert

"A criança como o homem, e o homem como a criança, prefere divertir-se a instruir-se" #DenisDiderot

"A criança é alegria como o raio de sol e estímulo como a esperança" #CoelhoNeto

"Nenhum livro para crianças deve ser escrito para crianças" #fernandoPessoa

"A criança é o amor feito visível" #FriedrichNovalis

"Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens" #Pitágoras

"Chora aos berros como as crianças até te estafares. Verás que depois adormeces" #VergílioFerreira

"O amor é como a criança: deseja tudo o que vê" #Shakespeare

"O único hábito que se deve permitir a uma criança é o de não adquirir nenhum" #Rousseau

"Uma criança está deixando de ser criança no dia em que começa a fazer perguntas que têm respostas" #Milôr Fernandes

"A palavra sábia é aquela que, dita a uma criança, é sempre compreendida sem a necessidade de explicações" #MiguelUnamuno

"O mundo será julgado pelas crianças. O espírito da infância julgará o mundo" #GeorgesBermanos

"Eu era uma criança, esse monstro que os adultos fabricam com as suas mágoas" #JeanPaulSartre

"Quando vejo uma criança, ela inspira-me dois sentimentos: ternura, pelo que é, e respeito pelo que pode vir a ser" #LouisPasteur

"Não é bom ser criança: bom é, quando somos velhos, pensar em quando éramos crianças" #CesarePavese

"Quero tornar-me aquilo que sou: uma criança feita de luz" #KatherinMansfield

"É o modo como as pessoas consideram o roubo da maçã que faz da criança o que ela é" #EdgarMasters

"As crianças acham tudo em nada, os homens não acham nada em tudo" #GiacomoLeopardi

"A palavra ''progresso'' não terá qualquer sentido enquanto houver crianças infelizes" #AlbertEinstein

"O que é um adulto ? Uma criança de idade" #SimoneDeBeauvoir

"Quer se trate de um animal ou de uma criança, convencer é enfraquecer" #SidonieColette

"Todas as grandes personagens começaram por serem crianças, mas poucas se recordam disso" #SaintExupéry

"A maturidade do homem consiste em haver reencontrado a seriedade que tinha no jogo quando era criança" #Nietzsche

"Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a" #Goethe

"As crianças não têm passado, nem futuro, e coisa que nunca nos acontece, gozam o presente" #LaBruyére

"A vida é uma criança que é preciso embalar até que adormeça" #Voltaire

"Ninguém guarda melhor um segredo que uma criança" #VictorHugo

"Não fazer nada é a felicidade das crianças e a infelicidade dos velhos" #VictorHugo

"Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de criança" #VictorHugo

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sábado, 9 de outubro de 2010

Deus salve a rainha. E nós dos outros!


O Reino Unido é uma monarquia parlamentarista. A rainha é chefe de Estado (poder moderador) e o primeiro-ministro, chefe de Governo (executivo). Do jeito que as coisas andam na América Latina, a tendência é de se criar a "Monarquia Presidencial", com alguns presidentes assumindo a chefia de Estado, de Governo e alternância com base na hereditariedade partidária.

O histórico da monarquia é de vida longa, como podem perceber na sequência de fotos abaixo.

Deus (nos) salve (d)o rei! Deus (nos) salve(d)a rainha!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Os Votos - Sérgio Jockymann





OS VOTOS

Pois, desejo primeiro que você ame e que amando, também seja amado,
E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos e que, mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis,
E que em pelo menos um deles você possa confiar, que confiando, não duvide de sua confiança.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos, nem poucos, 
mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiadamente seguro.

Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituivelmente útil, mas razoavelmente útil.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que essa tolerância, não se transform em aplauso nem em permissividade,
Para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que, sendo velho, não se dedique a desesperar.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
E é preciso deixar que eles escorram dentro de nós. 

Desejo, por sinal, que você seja triste, mas não o ano todo, nem em um mês e muito menos numa semana,
Mas apenas por um dia. Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom,
o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra, com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo,
Talvez agora mesmo, mas se for impossível, amanhã de manhã, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes,
E que estão à sua volta, porque seu pai aceitou conviver com eles.
E que eles continuarão à volta de seus filhos, se você achar a convivência inevitável.

Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão e ouça pelo menos um joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal;
Porque assim você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente, por mais ridícula que seja, e acompanhe o seu crescimento dia-a-dia,
para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos uma vez por ano, você ponha uma porção dele na sua frente e diga:
"Isso é meu". Só para que fique bem claro quem é dono de quem.

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal,
não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que esse frugalismo não impeça você de abusar quando o abuso se impõe.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você,
Mas que, se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.

Desejo, por fim, que sendo mulher, você tenha um bom homem, 
E que sendo homem, tenha uma boa mulher.
E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez,
E novamente, de agora até o próximo ano acabar,
E que quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor para recomeçar. 

E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar.


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Sérgio Jockyman nasceu em 1930, em Palmeiras das Missões-RS. Jornalista, romancista, poeta e teatrólogo, Jockyman teve, em 1955, o seu primeiro texto montado em Porto Alegre: Caim. No ano seguinte publicou Poemas em Negro. O sucesso chegou em 1962 com a peça Boa Tarde Excelência, ganhando projeção nacional. Vieram outros sucessos teatrais: Marido, Matriz e Filial, Lá, Treze.

Em 1969 estreou na televisão escrevendo os episódios de Confissões de Penélope, na TV Tupi, com Eva Wilma. No mesmo ano escreveu sua primeira novela: Nenhum Homem É Deus. Com O Machão, Jockyman atingiu o sucesso na TV, podendo apresentar sua linguagem popular - predominantemente em suas peças - para satirizar situações de ordem estabelecida. Ainda escreveu para vários jornais gaúchos, como o Zero Hora, a Folha da Tarde e o Vale dos Sinos, e foi candidato a prefeito de Porto Alegre em 1985, pelo Partido Liberal.

 

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pesquisa ou "Pescaria de opinião?"

Incoerências: Depois da diferença de mais de 1% descontada a margem de erro para menos, um instituto de pesquisa justificou a diferença dizendo que no dia 29 - data da última pesquisa para a presidência - havia uma tendência de crescimento de Marina, o que provocou essa diferença. No entanto o erro fora da margem foi comparado com a pesquisa boca de urna e não com a do dia 29. Como se pode alegar tendência em boca de urna se esse tipo de pesquisa é feita minutos antes do voto? Na minha opinião, é papo furado! E nem estou considerando alguns resultados apontados nas pesquisas para governadores e senadores que mostraram diferenças ainda mais significativas que as para a presidência.

Na verdade a confiabilidade estatística está na metodologia empregada, no número de amostras e na distribuição. Mais amostras representariam menor margem de erro, mas também aumentos de custos e de tempo para os institutos.

Outra coisa que ninguém explica e nem coloca em pauta é o fato de uma aprovação de 80% do governo representar apenas 47% nas urnas. Formulação inadequada das perguntas para as entrevistas? Por que 33 ou 34% que aprovam o governo Lula não votam em Dilma? Tudo bem... pode até significar uma rejeição à Dilma ou desvinculação do PT da figura de Lula, mas não é muito grande essa diferença?

Acho que, no mínimo, isso significa que muita coisa tem que mudar na legislação. Os Institutos de Pesquisa trabalham com demasiada liberdade e autonomia para o nível de influência que têm. Deveriam passar por auditoria externa, técnica e independente. E isso não se trata de censura à imprensa, pois, pesquisa é prática absolutamente técnica, sendo apenas um recurso para avaliação jornalística.

E não a adianta explicar tecnicamente para o povo que pesquisas indicam apenas tendências porque para a maioria é "vai ganhar" ou "vai perder". Transforma-se em instrumento de marketing utilizado como pura propaganda enganosa.


-o-

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Quem, na verdade, manda no Brasil?

Não gosto muito de escrever sobre política partidária neste blog e preferiria abordar mais sobre o humanismo, mas não há como desvincular uma coisa da outra em determinados momentos. Portanto, uma pequena nota.

Enquanto todos se preocupavam com a presidência, muitos não perceberam, talvez, que a oposição (PSDB/DEM) perdeu 12 cadeiras no Senado Federal, o que dificultará mais ainda o equilíbrio nas decisões governamentais. A bancada oposicionista, por exemplo, não terá número suficiente para criar uma CPI que necessita de 21 senadores. Medidas provisórias e alterações na constituição não sofrerão resistências.

Mais uma vez, o PMDB que atua no secundarismo político desde as mortes de Ulysses e Tancredo, será o fiel da balança, com 20 senadores e será a briga por ministérios e cargos do segundo escalão que definirá esse apoio. Na Câmara, o PMDB contará com 79 deputados e o PT com 88 (até agora) e serão os dois com maior número de cadeiras, de um total de 402 deputados. Somando os outros partidos de apoio, o PT - se eleito - terá maioria folgada, ou seja, 402 o total de 513.


Por outro lado, o PT já disse que deseja ampliar a presença partidária ocupando mais cargos no governo, mas encontrará muita resistência, pois, o PT precisa do PMDB para garantir maioria no Congresso. No caso da vitória de Serra, entra de novo em cena o mesmo PMDB que também apoiou e deu maioria ao governo FHC, e a briga por cargos não será diferente.

Alguém ainda duvida ser o PMDB quem governa o país na cômoda posição de jamais ser vidraça? Por que, talvez, seja o único partido político do mundo que, mesmo sendo o maior do país, não apresenta nenhum candidato à presidência?

Que ao menos a população comece a responsabilizar mais o PMDB daqui pra frente, não só pelas coisas boas que aconteceram na época das "Diretas Já", mas também pelas ruins que estão acontecendo hoje.

Pense bem nisso tudo e responda: você ainda duvida que o PMDB é quem verdadeiramente manda no Brasil?

-o-

domingo, 3 de outubro de 2010

A luta continua ou vai finalmente começar?

O Brasil se mobiliza para escolher o seu (ou a sua) próximo presidente. De dois em dois anos temos essa oportunidade de reforçar nosso espírito democrático em eleições municipais, estaduais e federais. Infelizmente, os maus hábitos de muitos políticos e o grande número de eleitores desinformados, tornam essa representatividade questionável em termos sociais e republicanos. Nosso sistema eleitoral é permissivo e não compensa a desigualdade financeira entre partidos e candidatos, transformando o que deveria ser uma festa da democracia numa guerra onde reina, acima de tudo, o marketing político regado pelo poder econômico. É óbvio que não há como pretender unanimidade (unanimidade consciente, bem entendido) num país de 200 milhões de habitantes. Num país tão socialmente desigual como o nosso, maioria é mais uma demonstração da força dos esquecidos do que comprovação de justiça social. Ninguém tem culpa de ser miserável, mas também ninguém tem culpa de ser da classe média ou da mais abastada, desde que tenha atingido esse status de forma lícita.

A igualdade não é só um objetivo, mas também um caminho. E quando se está caminhando para a igualdade, não pode haver desigualdade no transcorrer desse caminho. Se a desigualdade está na renda, o imposto justo tenta corrigir ou amenizar. No entanto, se a desigualdade está nas condições básicas de saúde, segurança e educação, não adianta culpar outro que não seja o próprio governo, pois, é ele que distribui as receitas. Nem o Congresso pode ser tão culpado porque existem os recursos pouco democráticos, mas existentes, da medida provisória e do contingenciamento.

É óbvio que um governo não pode se responsabilizar sozinho por décadas de má administração dos serviços públicos e da distribuição de renda, mas também não pode justificar sua deterioração . Mesmo porque, nenhum governo perde tempo para capitalizar os aspectos positivos da própria gestão que começaram nas anteriores. Na dúvida, a responsabilidade é do governo atual e PONTO FINAL, pois, não se leva mortos à forca.

A introdução que fiz é uma reflexão absolutamente pessoal, apenas para ressaltar a importância do ACOMPANHAMENTO dos eleitos nos próximos quatro anos, independentemente se votamos neles ou não. Democrática é a escolha, democrática é a eleição e a condução dos eleitos aos cargos que fazem jus. Os eleitos não estão representando os que votaram neles, mas passam a nos representar, assim como a nação, o estado, a região e a cidade em que vivemos. Embora eles ODEIEM que a gente fale isto, de forma bem objetiva e direta, eles SÃO NOSSOS EMPREGADOS. Dos mais humildes aos mais ricos, todos somos seus PATRÕES e, mais uma vez, PONTO FINAL. Portanto, esse sentimento de derrota que nos bate quando o vencedor do pleito não foi aquele em quem votamos é absolutamente injustificado. Não se trata de uma vitória que, como numa guerra, subjulga o derrotado.

A luta não só continua, mas recomeça. Temos ferramentas de sobra para acompanhar OS NOSSOS três poderes. Precisamos apenas criar o hábito de acompanhar, só isso. O acompanhamento, as cobranças, as adesões ás causas, os posicionamentos, as reivindicações, os esclarecimentos... todos são muito mais importantes e mais efetivos que nossos votos bienais. E que tal começar 2011 com uma postura diferente de cidadão? Já tentaram escrever um e-mail para um presidente, governador, senador, deputado, prefeito ou vereador? TODOS RESPONDEM, sabiam? Se não responderem, seja por meio de assessores ou pessoalmente, estarão decretando falência de sua personalidade pública.

Que tal então fazer um 2010 e 2011 diferentes?

Presidência e secretarias:
Senado Federal:
Câmara dos Deputados:
Assembléias Legislativas Estaduais:
Câmaras Municipais:

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